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Jornal - Entrevista

Caixa de Cédito Agrícola Mútuo Vale do Dão

comemorou o  30º Aniversário

 

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Notícias da Beira entrevistou o seu Director Sr. Vitor Gomes

 

 

“...O Grupo Credito Agrícola detém actualmente indicadores que lhe permitem enfrentar esta crise financeira com alguma confiança....”

 

“ ...Na área agrícola, o sector vinícola e frutícola, na minha opinião, deverão ser as que terão mais hipóteses de expansão, contudo, para o sucesso ser atingido, devem unir-se e organizar-se essencialmente na distribuição, procura de novos mercados e marketing...”

N.B.- A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo Vale do Dão de Mangualde comemorou, no dia 24 de Março, 30 anos de existência.

Qual é o  balanço que faz deste já longo período de vida da Caixa?

Sr. Vitor Gomes - 30 Anos são um marco e um orgulho para o Crédito Agrícola Vale do Dão e, em especial para mim que iniciei a actividade do Credito Agrícola no concelho de Mangualde em 1980, como simples empregado, mais tarde como Gerente e hoje como Director. Posso dizer-lhe que não foram anos fáceis de gerir, mas valeu a pena porque, hoje, orgulho – me da obra feita em prol de todos os que são nossos clientes e associados.

 

O CA Vale do Dão á custa de muito trabalho, sacrifico e força de vontade dos seus dirigentes e empregados conseguiu crescer, solidificar-se e credibilizar-se, sendo hoje uma Instituição bastante concorrencial na sua área de intervenção (concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo), para além de ser uma das Caixas de referência no seio do Grupo CA.

                      

A Caixa do Vale do Dão encerrou o ano de 2008 com um  volume de negócios de 101,7 Milhões Euros e os  seguintes indicadores:

7.330 Clientes activos;

2.778 Associados activos;

Um Activo Liquido de 57 Milhões de Euros;

26,6 Milhões Euros de crédito concedido;

50 Milhões Euros recursos - depósitos, fundos de investimento e seguros de capitalização;

Rácio de Solvabilidade - 31,40%

Rácio fundos próprios de base - TIER I - 31,0%

Capitais próprios - 7,4 Milhões Euros;

Rácio Transformação – 54,9%

Rácio Credito Vencido – 1,29%

Rácio de Eficiência – 60,0% *

* (Único rácio orientativo do grupo acima do desejável (<55% ) devido ao aumento dos custos de estrutura no produto bancário)

Estes indicadores fazem de nós, como já lhe referi, uma das Caixas de referência no seio do Grupo Credito Agrícola, Grupo esse que hoje ocupa a 5ª posição no mercado financeiro Português.

 

Efectivamente, nada do que somos hoje poderia ter sido conseguido, se não fossem os nossos associados e clientes a acreditar em nós e fazer na nossa Caixa o seu banco principal e de referencia.

Para todos eles as minhas palavras de agradecimento e simpatia e dizer-lhes que podem continuar a contar com todo a nossa disponibilidade para apoiar a suas iniciativas e investimentos que esperamos sejam de sucesso, contribuindo assim para o seu desenvolvimento e bem-estar económico e social.

 

N.B.- Como todos sabemos estamos atravessar uma crise, e o sector da banca não foge à regra.

Qual é a situação da C.C.A.M? Qual tem sido a sua estratégia?

V.G.- A Caixa do Vale do Dão está inserida desde a primeira hora no SICAM, Sistema Integrado de Credito Agrícola Mútuo, que é composto pela Caixa Central e mais 92 Caixas Agrícola e uma rede de 660 balcões.

O Grupo Crédito Agrícola é composto pelas Caixas do SICAM, duas seguradoras, uma de Ramos Reais e outra Ramo Vida e pelas empresas instrumentais CA Informática; CA Serviços ACE; CA Gest e CA Consult (estas a operar na área da gestão de patrimónios e consultadoria). Paralelamente há também o órgão político e não financeiro do grupo, a FENACAM – Federação Nacional das CCAM.

Actualmente o CA para além da modernização da sua imagem de marca, efectuou simultaneamente importantes investimentos na área tecnológica e de comunicações, posicionando–se hoje na vanguarda do melhor que existe em matéria Sistemas e Tecnologias de Informação para a banca e seguros.

O Grupo Credito Agrícola detém actualmente indicadores que lhe permitem enfrentar esta crise financeira com alguma confiança.

O valor total de activos do Grupo aproxima-se dos 12 mil milhões de euros e a sua situação líquida dos 1.000 milhões de euros.

O rácio de solvabilidade situa-se no 13,2%, é dos mais elevados da banca portuguesa, sendo de destacar o rácio referente aos fundos próprios de base (TIER), que atingiu os 11%.

O CA tem seguido uma gestão prudente e rigorosa da sua liquidez, mantendo um rácio de transformação de recursos em crédito em torno dos 80%, significando isso que o GRUPO CA ao contrário das quase totalidade dos bancos portugueses, não precisa de ir ao mercado de capitais refinanciar-se para suportar a sua actividade creditícia.

Em virtude desta situação, o CA tem uma posição credora líquida (entenda-se depósitos e aplicações de excedentes noutras Instituições bancárias) sobre o conjunto do sistema bancário nacional e internacional, que em 31 Dez 2008 cifrava-se nos 1.400 milhões de euros. Contudo a situação global de liquidez do Grupo CA ainda é mais confortável, ultrapassando os 2.000 milhões de euros.

O CA – Caixas e Caixa Central fecharam o ano de 2008 com um resultado líquido de impostos de 121 milhões de euros. Crédito sobre clientes de 7.945 milhões de euros e Depósitos de 9.613 milhões de euros.

 

Quanto ao receio da crise, efectivamente, temos receio e preocupação do seu impacto na nossa actividade como qualquer outro cidadão ou empresário consciente terá, apesar de como disse, estarmos um pouco mais confortáveis para a enfrentarmos. Teremos de ter a capacidade suficiente para encontrar as soluções mais adequadas, no sentido de ajudar todos os nossos clientes e associados a ultrapassar este mau momento com sucesso.

 

N.B.- A Caixa está inserida numa região onde a actividade agrícola tem um papel relevante. Que tipo de apoios a caixa desenvolve para este sector? E como avalia a  sua realidade actual e o seu futuro?

V.G.- Na área social da nossa Caixa, predomina a agricultura de minifúndio, com explorações de pequena dimensão.

A nossa Caixa tem mantido o apoio aos nossos agricultores/associados e clientes na elaboração de projectos agrícolas e candidaturas ás diversas ajudas ao rendimento, em colaboração com a CONFAGRI – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal. Temos no nosso quadro de colaboradores, dois técnicos licenciados para esta área, com formação académica e profissional capaz de dar resposta a todas as solicitações.

O sector tem sobrevivido e aguentado embora cada vez mais se note a desertificação e falta de mão-de-obra especializada.

Na área agrícola, o sector vinícola e frutícola  na minha opinião, deverão ser as que terão mais hipóteses de expansão, contudo, para o sucesso ser atingido, devem unir-se e organizar-se essencialmente na distribuição, procura de novos mercados e marketing.

Quanto aos restantes sectores, tem-se aguentado à custa de algumas ajudas ao rendimento, como com­ple­­­mentaridade em algumas famílias.

 

N.B.- Qual o objectivo futuro que a Caixa gostaria de alcançar?

V.G.- Continuar a crescer com solidez financeira, desenvolver o negócio e ganhar mais quota de mercado, são sempre as nossas ambições principais e é com este lema e esta esperança que temos vivido o dia a dia e crescido ao longo destes 30 anos.

Como já referia anteriormente, desejamos manter a tradição de quase 100 anos do CA em Portugal, com uma postura de agente importante de desenvolvimento local e regional, suportando a criação ou manutenção de empregos e contribuindo para a criação de riqueza a nível local.

É  aliás esta a grande missão da Caixa de Credito Agrícola e é aqui, em ultima análise, que reside o compromisso da nossa Caixa com a comunidade.

Em 2009, iremos procurar manter a nossa participação activa de apoio á comunidade local tal como até aqui e, se surgir algo de grandioso que traga mais-valias no sentido de melhorar as nossas populações, gostaríamos e desejaríamos estar presentes.