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Jornal - Notícias da Igreja

Palavra de Deus, Reconciliação e

Unção dos Doentes

  

        “Embora no centro da relação entre Palavra de Deus e Sacramentos esteja indubitavelmente a Eucaristia, todavia é bom sublinhar a importância da Sagrada Escritura também nos outros Sacramentos, particularmente nos Sacramentos de cura: a Reconciliação ou Penitência e a Unção dos Doentes. Nestes Sacramentos, muitas vezes é negligenciada a referência à Sagrada Escritura, quando, ao contrário, é necessário dar-lhe o espaço que lhe compete. De facto, nunca se deve esquecer que «a Palavra de Deus é palavra de reconciliação, porque nela Deus reconcilia consigo todas as coisas (cf. 2 Cor 5, 18-20; Ef 1, 10). O perdão misericordioso de Deus, encarnado em Jesus, reabilita o pecador». Pela Palavra de Deus, «o fiel é iluminado para poder conhecer os seus pecados e é chamado à conversão e à confiança na misericórdia de Deus». Para que se aprofunde a força reconciliadora da Palavra de Deus, recomenda-se que o indivíduo penitente se prepare para a confissão meditando um trecho apropriado da Sagrada Escritura e possa começar a confissão com a leitura ou a escuta de uma advertência bíblica, como aliás está previsto no próprio ritual. Depois, ao manifestar a sua contrição, é bom que o penitente utilize «uma oração composta de palavras da Sagrada Escritura», prevista pelo ritual. Sempre que possível, seria bom que, em momentos particulares do ano ou quando houver oportunidade, a confissão individual da multidão de penitentes tenha lugar no âmbito de celebrações penitenciais, como previsto pelo ritual, no respeito das várias tradições litúrgicas, para se poder dar amplo espaço à celebração da Palavra com o uso de leituras apropriadas.

Passando ao sacramento da Unção dos Doentes, não se esqueça que «a força salutar da Palavra de Deus é apelo vivo a uma conversão pessoal constante do próprio ouvinte». A Sagrada Escritura contém numerosas páginas de conforto, amparo e cura, que se devem à intervenção de Deus. Em particular, recorde-se a atenção dada por Jesus aos doentes e como Ele mesmo, Verbo de Deus encarnado, carregou as nossas dores e sofreu por amor do homem, dando assim sentido à doença e à morte. É bom que, nas paróquias e sobretudo nos hospitais, se celebre – desde que as circunstâncias o permitam – o Sacramento dos Doentes de forma comunitária. Em tais ocasiões, seja dado amplo espaço à celebração da Palavra e ajudem-se os fiéis doentes a viver com fé a própria condição de sofrimento, em união com o Sacrifício redentor de Cristo que nos liberta do mal” (Verbum Domini n. 61).