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Jornal - Notícias da Igreja

FESTA DO BATISMO DO SENHOR

No dia 11 Janeiro, celebraremos a última festa do tempo do Natal. Com o seu baptismo no rio Jordão, Jesus termina a sua vida oculta e inicia a sua vida pública. Depois da sua manifestação num Menino, Deus revela o seu Filho no início da sua vida pública. Os anos, vividos em Nazaré, não foram inúteis. Foi em Nazaré que Jesus viveu com a sua família e com o seu povo. Aprendeu a linguagem, os sentimentos e a cultura do seu povo. No início da sua vida pública, Jesus não tinha títulos, não tinha passado por nenhuma universidade. Porém, é-lhe reconhecida autoridade, porque havia uma sintonia com as pessoas que o escutavam. Por outro lado, não havia contradição entre o que dizia e o que fazia (como acontece, tantas vezes, nas nossas vidas): pregava com o exemplo e isto dava-lhe credibilidade e autoridade. Jesus inicia a sua actividade, depois de ter sido baptizado nas águas do rio Jordão por João: o céu abriu-se, o Espírito de Deus desceu sobre Ele como uma pomba e uma voz vinda do céu dizia. “Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência”. Jesus teve de deixar a sua terra de Nazaré, até ao ponto de dizer que a sua família são todos aqueles que cumprem a vontade de Deus. O profeta Isaías já tinha anunciado qual seria o modo de acção do Servo: “não gritará, não levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega”. O texto do evangelho confirmará que a profecia de Isaías se torna realidade em Jesus: o filho pródigo, os pecadores, a vocação de Pedro, apesar de o ter negado. Sempre teve tempo para os pobres, os humildes, as crianças, os doentes, os que sofrem.

Jesus dirige-se ao rio Jordão. Coloca-se na fila dos pecadores para ser baptizado. João fica confuso, porque esperava um Juiz para julgar o povo, e não um Servo solidário com o povo no pecado. Expressa, assim, a solidariedade que, durante toda a sua vida, terá com os fracos, os pecadores e os marginalizados da sociedade. Recebendo o baptismo da conversão, inicia o caminho da paixão, através da qual tirará o pecado do mundo. O baptismo de Jesus é o modelo mais perfeito do nosso baptismo. Iniciamos a nossa vida cristã, sendo baptizados e renascidos pela água e pelo Espírito, ou seja, introduzidos na vida de Cristo e constituídos filhos de Deus. Para cada um de nós, o baptismo é o início de um caminho e de uma missão. Começamos a seguir Jesus, o nosso guia para toda a vida. Todos os momentos da nossa vida são oportunidades para vivermos o dia e a graça do nosso baptismo.

Como viver o baptismo durante a vida? A melhor maneira de corresponder ao dom da fé que recebemos dos nossos pais e padrinhos, que é a fé da Igreja, será participando na Eucaristia, escutando a Palavra e imitando a vida de Jesus: assistindo os doentes, consolando os oprimidos, perdoando aos pecadores, anunciando a todos a boa nova da salvação. Que possam dizer da nossa vida, o que disseram da vida de Jesus: “Jesus passou fazendo o bem, porque Deus estava com Ele”. Para nos curar, é preciso passar pelo meio de nós. Ele não fez distinção de pessoas, acolhe a todos.

Com o seu baptismo, Jesus inicia o anúncio da boa nova da salvação, não com poder, armas, dinheiro, impostos ou decretos, mas numa atitude de serviço até ao extremo, a uma entrega extrema. O baptismo de Jesus no Jordão é o ponto de partida desta vida de serviço que acabará no baptismo de sangue na cruz, donde brotará vida para todos.