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Jornal - Notícias da Igreja

Ainda precisamos de Pedro?

Os meios de comunicação social e, com eles, muitos cristãos, olham hoje para o Papa como alguém importante, sem dúvida, mas que é apenas mais um entre tantos outros líderes «morais» da humanidade. Ao lado dos poderosos líderes políticos, existiram sempre aqueles homens e mulheres que, por aquilo que fizeram em prol da humanidade, por aquilo que sofreram pela liberdade do seu povo, ou que pela sua honestidade, honradez e verticalidade, se tornaram «referências morais» da humanidade. Para eles todos olham – mesmo após a sua morte – procurando inspirar se nas suas acções e nos seus pensamentos.

O Papa, pelo facto de se encontrar à frente de muitos milhões de crentes espalhados pelo mundo, é visto muitas vezes assim, pelo menos por aqueles que o vêem «de fora». Não admira por isso que nem sempre as suas afirmações sejam compreendidas, até por alguns que se dizem católicos. Daí escutarmos muitas vezes: «a Igreja devia adaptar se ao mundo de hoje»; «aquilo que a Igreja defende está fora de moda», e outras expressões semelhantes. Assim, alguns sentem se na liberdade de tomar do Papa apenas aquilo que concorda com as suas opiniões, deixando de lado todas as outras «declarações», e justificando esta atitude com a autonomia da sua «consciência». Mas importa que nos perguntemos: o Papa será mesmo apenas um «líder moral» da humanidade, propondo as suas opiniões para os que as quiserem seguir, mesmo quando se dizem católicos? Sem dúvida que a pessoa do Papa não figura ao lado dos poderosos chefes políticos («quantos militares tem o Papa?»   terá um dia, já próximo do fim da II Guerra Mundial, interrogado ironicamente Estaline, Presidente da então União Soviética, quando alguém lhe recordou que, na libertação da Itália do nazismo, havia que contar com o Papa). É certo que Deus deu à Igreja do século XX figuras de Papas cujo prestígio moral foi muito além do mundo católico. Basta recordar Pio XII, João XXIII, Paulo VI e João Paulo II, para elencarmos apenas aqueles mais próximos de nós, e cujo processo de beatificação ou está para se concluir ou já se encontra concluído. Sabemos que, infelizmente, nem sempre foi assim. Mas o facto é que o serviço de Pedro na Igreja vai muito além da simples opinião, dos gestos simbólicos aplaudidos por todos e da liderança moral da humanidade.

Paremos pois um pouco para nos interrogarmos: quem é Pedro? Ele é, em primeiro lugar, a «pedra». Ler e Reflectir o texto do Evangelho (Mt 16,13 19).