ALEGRAI-VOS “Alegrai-vos no Senhor, novamente vos digo, alegrai-vos” (Fil 4,4), é o convite de S. Paulo. A alegria cristã nasce da Ressurreição de Cristo Jesus. O cristão é o homem e a mulher da alegria que brota da vida nova do Ressuscitado. “Não está aqui, ressuscitou” (Mc16,6), é a grande mensagem pascal anunciada a Maria Madalena. E esta mensagem, com a certeza da vida nova de Jesus Ressuscitado, “contagia” os apóstolos e gera um novo procedimento cristão, singular: são discípulos de Alguém que vive e não morre mais. Infelizmente nós, os discípulos do Senhor, vamos dando um testemunho pouco eloquente desta alegria. Muitas vezes parecemos “profissionais” da tristeza e da desgraça, de uma piedade doentia, de momentos de oração pesados e tristonhos, eivados de melancolia, desespero, quase superstição doentia. Que temos feito da alegria pascal? Como testemunhamos ao mundo a certeza que Cristo está vivo, que é o Jesus Ressuscitado? Que lugar damos à verdadeira alegria na nossa vida? Perante as nossas fragilidades e limitações de idade ou de saúde, será que perdemos a verdadeira alegria? Diante destes tempos tão “enevoados” de crise, de mentira, de doutrinas enganadoras, de arautos do facilitismo e do parasitismo (viver à custa do suor dos outros), que espaço à verdadeira alegria que nunca é passageira, mas permanente? Que alegria é esta? Não podemos ser uns tristes discípulos do Cristo Pascal. Agora estais tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria, era a alegre profecia que Jesus dizia aos apóstolos. Por isso lhes afirma: “Dou-vos a minha alegria. Quero que tenhais em vós a minha alegria e que a vossa alegria seja completa” (Jo 15,4). Somos alegres discípulos de Cristo Ressuscitado, partilhando a sua alegria pascal. Com S. Paulo, cada cristão devia proclamar: “alegrai-vos e congratulai-vos comigo” (Fil 2,8). A Páscoa celebra-se sempre na alegria. Apesar de tudo e acima de tudo, a alegria da certeza da presença firme e constante na nossa vida de Jesus Cristo. A partir Dele, há que reconstruir este mundo que nos rodeia e revigorar a alegria no mais íntimo do nosso ser. Só assim celebraremos uma Páscoa Feliz. Cónego Jorge Seixas
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