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Vida com valores e formação para eles na família

 

Por iniciativa do saudoso Papa João Paulo II foi instituída uma Semana dedicada à Vida, que este ano se celebra de 10 a 17 de Maio e que portanto está a decorrer. Sobre ela e o tema proposto para este ano passo a escrever aos amigos alguns pensamentos.

Que a vida humana é importante e portanto deve ser amada, reflectida, apoiada e promovida, penso que ninguém duvida disso. Mas na prática sentimos diariamente como ela é ameaçada e espezinhada por muitos de nós, desde o seu início até ao seu termo natural, quer no ambiente familiar quer na sociedade e no mundo, nuns países mais que noutros. Todos os dias nos confrontamos com o aborto, a violência, as guerras, o trânsito desenfreado nas nossas estradas sem respeito por todos os que nelas circulam, a poluição da natureza, o esbanjamento dos recursos naturais por alguns, a míngua de meios de subsistência para muitos concidadãos. Estes atentados à vida são da responsabilidade do próprio homem, que não reflecte que não podemos fazer aos outros o que não gostamos que nos façam a nós, ou pela positiva, que devemos fazer aos outros o que gostaríamos que também nos fizessem a nós. A par disto há os perigos e ameaças provenientes das catástrofes naturais ou das doenças, para já não falar das pandemias, que de vez em quando dizimam muitas vidas. Mas aqui não estou a falar das doenças ou viroses, que fazem parte da fragilidade da nossa natureza e que, embora devamos procurar as medicinas mais eficazes para as curar, no entanto sabemos que não podemos prolongar indefinidamente este tipo de vida biológica. Muitos confundem vida com saúde e passam os seus dias obcecados com o bem estar físico, fazendo da saúde o centro dos seus interesses, por assim dizer, a sua religião. Se assim fosse, os doentes, os deficientes e tantos irmãos nossos que passaram por este mundo a sofrer, não teriam usufruído da vida. É importante não confundirmos vida com saúde, pois também os doentes podem encontrar um sentido para o seu sofrimento e para a sua vida. Isto podemos constatar naqueles que se entregam às grandes causas em favor do próximo e da humanidade, arriscando a sua vida. Podemos dizer que estes vivem o sentido da sua existência intensamente, como é afirmado por Jesus Cristo no sermão da montanha: Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu (Mt 5, 10).

Com a afirmação de que a vida é o valor fundamental e o primeiro direito da pessoa humana e sem ela nada tem sentido, passo a mencionar o tema da Semana da Vida deste ano: Vida com valores e formação para eles na família. Para todos é claro que a vida humana deve surgir como uma opção de amor de um homem e uma mulher, de um amor que não se pode confundir com a satisfação de um prazer momentâneo, mas que aposta firmemente no bem do outro a quem se une por amor e assume as consequências do que desse amor pode surgir, contribuindo com todas as suas forças e meios para o bem da nova vida surgida dessa relação, o que exige estabilidade do casal e abertura à sociedade e à vida. Com isto afirmamos que a vida humana precisa da família para se desenvolver e inserir no mundo dos humanos, tarefa educativa cujo primeiro responsável é o próprio casal. Essa educação precisa de ser orientada em determinado sentido, que contribua para uma realização harmónica dos novos seres e a sua inserção na sociedade. Isto significa que precisamos de normas que orientam o processo educativo, o mesmo é dizer que não há educação sem valores. Sem querer ser exaustivo, aponto apenas alguns desses valores, deixando para a vossa reflexão o seu conteúdo ou mesmo a indicação de outros que aqui foram omitidos.

Creio que depois da vida podemos mencionar como um valor e um direito fundamental a família, como primeira escola, em que o testemunho do amor é imprescindível. Quando isso falta, os remendos supletivos da sociedade nunca conseguem o mesmo resultado. A partir daqui tudo se desenvolve até ao apogeu de uma vida feliz, em que transparecem os valores da alegria, da esperança, do respeito pelos outros, da dignidade pessoal, da liberdade, da verdade, da paz, da justiça, do trabalho, da aprendizagem das ferramentas do saber, da comunicação, da transformação positiva dos ambientes hostis ou desfavoráveis à convivência pacífica, do contributo dado ao bem comum. No fundo, é na família que aprendemos os valores, encarando a vida como um contínuo receber e dar até nos entregarmos totalmente a quem amamos.

Concluindo, direi que não é numa semana que aprendemos a viver na família com valores, mas que isso é uma aprendizagem de toda a vida. Mas esta semana vem lembrar-nos a importância dum bem fundamental, sempre ameaçado e sempre a desafiar quem nele acredita. O Estado e todas as forças organizativas da sociedade têm de orientar toda a sua acção e recursos para que a família possa desempenhar esta missão fundamental e suprir, não substituir, quando for preciso.

Celebremos então a semana da vida e façamos o nosso exame de consciência, para estarmos conscientes de quanto nos resta caminhar.