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HOMILIA DO 3º DOMINGO DA QUARESMA

Neste domingo, o centro da Palavra de Deus está no encontro de Jesus com a samaritana. Jesus diz: “Tenho sede”. O Povo de Deus, no deserto, revoltou-se contra Deus, porque tinha sede. A primeira leitura narra-nos esta revolta. O Povo murmurava contra Deus e Moisés por causa das dificuldades que passavam na travessia do deserto. Então Deus disse a Moisés: “Bate no rochedo e dele sairá água; então o povo poderá beber”. Hoje, também encontramos dificuldades na travessia do deserto da nossa vida. Hoje, há no mundo imensa gente com muita sede, idêntica à sede que tinha o povo hebreu no deserto. É a sede da justiça, a sede da liberdade, a sede do amor, a sede de qualidade de vida, de um emprego, de uma família em paz e harmonia. Também facilmente se cai na tentação de endurecer o nosso coração, de ir “secando” o nosso coração e perguntar onde está a ajuda de Deus: “O Senhor está ou não no meio de nós?”. Mas, se acreditamos que Deus nunca nos abandona, que está misteriosamente presente, sobretudo nos momentos em que nos sentimos mais vulneráveis e desprotegidos, então saberemos acolher a ajuda que o Senhor sempre nos oferece, reconheceremos a sua voz, e toda a nossa sede e as nossas necessidades serão saciadas pelo rio de água viva que brota do seu lado aberto: a autêntica rocha que nos salva.

 

O evangelho da samaritana confirma esta interpretação do livro do Êxodo: no início do diálogo, Jesus pede água à mulher: “Dá-me de beber”. Como se pode entender que Deus nos ajuda se Ele, pelo seu Filho, nos pede auxílio? Interpretamos este pedido de Jesus da seguinte forma: quando alguém nos pede ajuda, está a ajudar-nos a descobrir o sentido da nossa vida, numa atitude de entrega e de generosidade, e que esta experiência se converterá numa fonte que jorrará sempre do nosso interior para nos dar a vida eterna. Ou seja, se quisermos receber a ajuda de Deus, é preciso darmo-nos e experimentar essa água viva que nos regenera interiormente. É o que afirmamos, de uma forma popular: “quanto mais dás, mais receberás”. Jesus pede água para dar Água Viva!

Outro aspecto a ter em conta neste domingo é o facto de que a samaritana e Jesus estão acima de muitos preconceitos do seu tempo: os judeus e os samaritanos não se podiam ver, não parecia bem um homem e uma mulher falarem a sós num lugar público, era motivo de escândalo um rabino como Jesus contaminar-se entrando em diálogo com uma mulher que tinha tido cinco maridos e que o homem com quem estava não era seu marido! Tantas vezes endurecemos e “secamos” os nossos corações com os preconceitos e com os aspectos culturais. Jesus está acima de tudo isto e pede-nos que eliminemos tudo aquilo que perturbe as nossas relações: escolha de pessoas, a sua situação social, ter em conta a que família pertencem. Jesus pede-nos que sejamos capazes de reconhecer que precisamos uns dos outros. Só assim descobriremos a autêntica fonte da vida.

Depois do encontro com Jesus, o que fez a samaritana? Correu à cidade e falou a todos, anunciando a Boa Nova: “Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz. Não será Ele o Messias?”. Sejamos capazes de fazer sentir a ajuda de Deus naqueles que nos pedem ajuda, de deixar de lado os preconceitos para aprender uns com os outros, de anunciar e testemunhar a experiência do encontro com Cristo, a Água Viva. Sejamos capazes de matar a sede dos nossos irmãos, sede de justiça, de amor, de respeito, de perdão e de paz.