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16º DOMINGO COMUM (ANO A)

Neste domingo, continuamos a reflexão das “parábolas do Reino”, que nos explicam a maneira de como se irá implantar e revelar o Reino, ou seja, o projecto de Deus para o mundo. A primeira das três breves parábolas, proclamadas no texto evangélico, a do trigo e do joio, faz referência a algo que sentimos muito bem nas nossas vidas: a existência do bem e do mal ao mesmo tempo. Não podemos esconder que existe o bem e o mal ao mesmo tempo à nossa volta e que é possível fugir e esconder-se do mal. Ele aí está diante de nós! E como alguns se deixam escravizar pelo mal, ou seja, só vêm o mal, não conseguem ver uma luz de bem; são os pessimistas e os de espírito de contradição! Na primeira leitura, o livro da Sabedoria recomenda-nos que “ o justo deve ser humano”, ou seja, não se convencer que é perfeito, porque não o é. E S. Paulo, na sua carta aos Romanos, na segunda leitura, diz-nos que o “Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza…e intercede por nós”. A parábola do trigo e do joio ajuda-nos a viver perante o bem e o mal ao mesmo tempo.

A grande lição da parábola do trigo e do joio é a seguinte: perante a nossa vontade de querer arrancar o mal, o mais rápido possível, tem de haver a serenidade de saber esperar e de respeitar o tempo e o ritmo das pessoas; perante a arrogância da intolerância, tem de se saber compreender; e perante o caminho fácil da violência física e moral, há a força do diálogo. Assim se define o estilo de vida dos filhos de Deus. Não somos juízes, substituindo e ultrapassando Deus. O salmo deste domingo recorda-nos o estilo da nossa vida, imitando Deus: “o Senhor é um Deus bondoso e compassivo, paciente e cheio de misericórdia e fidelidade”. Deus não tem pressa nem vontade de castigar, porque é misericordioso. Deus não se cansa de perdoar, nós é que nos cansamos de ir ao encontro da sua misericórdia.

Perante a existência do bem e do mal ao mesmo tempo na nossa vida, a partir do evangelho deste domingo, sabemos o caminho a percorrer que é tão fácil na teoria, mas difícil na prática. Facilmente, caímos na tentação de pensar que nada conseguimos com os nossos pequenos gestos ou acções, porque a força do mal é poderosa, ou seja, a boa vontade e as boas obras de alguns não são suficientes para lutar contra a força do mal. E é aqui que as outras duas breves parábolas deste domingo, a do grão de mostarda e a do fermento, nos poderão ajudar. Elas dizem-nos que, apesar da pequenez das nossas boas obras, teremos sempre de acreditar na sua força e no seu poder. Quantas vezes uma palavra de ânimo e de conforto, um sorriso, um gesto de amizade e de carinho, um trabalho bem feito, e tantas outras coisas pequenas e humildes, são tão fortes! Gestos e obras pequenas, mas persistentes, darão sempre grandes resultados. “Muitas coisas pequenas, em muitos lugares pequenos, feitas por gente humilde e simples, podem transformar o mundo” (Eduardo Galeano).

A construção do Reino de Deus parece uma utopia, ou seja, algo que nunca se irá realizar, mas é possível. Apesar de tantas contrariedades da vida e da sociedade, um Reino de amor, de justiça e de paz é possível. Que fazer? Imitar a paciência de Deus e, sobretudo, o estilo de Deus: quem parece perder, ganha; e, muitas vezes, quem parece ganhar, está a perder.

Que o Senhor nos ajude a aceitar o ritmo das pessoas e dos tempos, a ter paciência perante a realidade que temos diante de nós. Nunca percamos a vontade de ajudar as pessoas no tempo e com o tempo. Não nos arrependamos de fazer o bem. Pequenos, mas fortes no amor de Deus. Humildes, mas entusiasmados a cuidar dos mais frágeis. Assim, o mal será sempre derrotado pelo bem.

Cónego Jorge Seixas