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HOMILIA DO 19º DOMINGO COMUM (ANO A)

O ser humano é um ser dividido entre as suas dúvidas e a fé. O cardeal Newman definiu a fé como “a capacidade de ultrapassar as dúvidas…”. Neste domingo, a Palavra de Deus convida-nos a pensar um pouco sobre este tema tão presente na nossa vida.

Na primeira leitura, Elias chegou ao monte de Deus, o Horeb, e esperava por Deus. É importante procurar e esperar por Deus, mas não em terramotos, em rajadas fortes de vento ou no fogo (ou seja, em momentos de grandes perturbações), mas nos momentos de oração, de silêncio e de paz. Foi numa brisa suave que Elias sentiu a presença de Deus. Santo Inácio de Loyola afirmava muitas vezes: “Em tempo de perturbação e de desolação, nunca fazer mudanças” (e muito menos duvidar de Deus). São Paulo sentia uma grande tristeza, porque os seus “irmãos de sangue” (os israelitas) ficaram escravos das suas dúvidas. “Quisera eu próprio ser separado de Cristo por amor dos meus irmãos”: uma expressão de grande solidariedade e de amor. A leitura do evangelho dá-nos orientações para vencer as nossas dúvidas e medos.

 

 

Depois da multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus subiu a um monte para rezar sozinho. Obrigou os discípulos a subir para o barco e, no meio do mar, foram apanhados por uma tempestade. Jesus vai ao seu encontro e acalma a tempestade. Se no domingo passado, Jesus era apresentado como o novo Moisés que alimentava o seu povo, hoje, é apresentado como dominador das forças da natureza: acalma a tempestade, as ondas e o vento contrário. No Antigo Testamento, também Moisés tinha dividido o Mar Vermelho para que o povo de Israel passasse a pé enxuto a caminho da terra prometida, fugindo da perseguição do Faraó. Jesus, como o Novo Moisés, conduz-nos para a definitiva terra prometida. Se quisermos alcançar esta herança, Jesus acalmará todas as tempestades que nos possam separar Dele. Com a fé, nunca nos afundaremos ainda que tenhamos de caminhar sobre as águas.

A nossa vida está nas mãos de Deus. Tantas vezes dizemos: “Seja o que Deus quiser”, “É a vontade de Deus”. Mas depois, confiamos mais nas nossas próprias forças do que no poder divino. Duvidamos quando aparecem as dificuldades. Os apóstolos confiavam em Jesus e tantas vezes tiveram medo e dúvidas. O texto do evangelho deste domingo é um exemplo. Jesus mandou os seus discípulos subir para o barco e dirigirem-se para a outra margem. Mas, no meio do mar, surge uma tempestade. Jesus vem socorrê-los, mas eles duvidam que seja ele e assustaram-se, pensando que era um fantasma. Mas Jesus disse: “Sou Eu. Não tenhais medo” (tantas vezes Jesus disse esta frase!). Jesus convida-os a confiar Nele. Pedro quer ir ter com Jesus, mas começou a ter medo e começa a afundar-se. Jesus estende-lhe a mão e segura-o. Depois disse-lhe: “Porque duvidaste?”. Cada um bem sabe as tempestades, as ondas e os ventos fortes da sua vida que, tantas vezes, impedem de confiar em Jesus, gerando medo, dúvidas e insegurança. Também a nós, Jesus estende logo a mão e segura-nos. Não deixa que nos afundemos. Assim, também poderemos dizer como os apóstolos: “Tu és verdadeiramente o Filho de Deus”.

O texto do evangelho diz que os discípulos estavam no barco. Esta frase convida-nos a pensar na “Barca de Pedro”, que é a Igreja. Também a Igreja, por vezes, vive momentos de tormenta, de tempestades e de ventos contrários. Por isso, ergue o seu olhar para Aquele que a salva de todos os medos, através do Espírito Santo vive e está presente na Igreja. Às vezes, há a impressão que os membros da Igreja – bispos, sacerdotes, religiosos e leigos – têm uma fé muito pobre no Espírito Santo. Jesus obrigou os seus discípulos a subir para o barco e a esperá-Lo na outra margem. Foi uma atitude pedagógica para que sentissem a aventura da missão, para os espevitar a caminhar sozinhos, para ganharem experiência diante das “ondas” das dificuldades. Mas faltava-lhes a maturidade da fé.

Que o Senhor nos conceda sempre a força necessária para vencer os nossos medos e dúvidas. Aprendamos a nunca desconfiar da sua Palavra, que é uma Palavra viva, de força, de coragem e de salvação.

Cónego Jorge Seixas