Calendário

<<  Março 2024  >>
 Se  Te  Qu  Qu  Se  Sá  Do 
      1  2  3
  4  5  6  7  8  910
11121314151617
18192021222324
25262728293031

Entrada



Mapa

Coordenadas GPS:

40º36'21''N
7º45'57''W

Ver mapa aqui.

Visitas

mod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_counter
mod_vvisit_counterHoje3523
mod_vvisit_counterOntem4799
mod_vvisit_counterEsta semana20069
mod_vvisit_counterEste mês98405
mod_vvisit_counterTotal6893402
Visitors Counter 1.5
PDF Versão para impressão Enviar por E-mail

HOMILIA DA ASSUNÇÃO DE MARIA (15 DE AGOSTO)

Neste dia, 15 de Agosto, celebramos uma das solenidades mais importantes do calendário mariano e do ano litúrgico: a Assunção de Maria. As leituras que são proclamadas na celebração litúrgica têm um sentido pascal. A primeira leitura é do Apocalipse, ou seja do Novo Testamento, e não do Antigo Testamento como é habitual em todos os tempos litúrgicos, excepto no tempo em que celebramos a ressurreição de Cristo. Por isso, a solenidade que celebramos neste dia evoca o mistério da Páscoa. Não nasceu a partir da Sagrada Escritura, mas da Tradição, ou seja, do sentir da Igreja que aplica o sentido da lógica humana às coisas de Deus. Se Maria participou de uma forma presente no plano redentor de Cristo, é evidente pensar que também permaneça unida a Ele de uma forma plena. Aquela que concebeu Jesus no seu ventre, que o criou e o viu crescer, que o seguiu até à cruz, que esperou que saísse do sepulcro e que o viu subir ao céu para se sentar à direita do Pai, agora acompanha-o na glória. Aclamamos Maria como Rainha, porque é Mãe do Rei. Acreditamos que Maria foi elevada ao Céu, porque é a Mãe Daquele que subiu ao Céu. Esta forma de pensar tem a sua lógica. Baseia-se nas Escrituras. A carta de S. Paulo que escutámos na segunda leitura fala-nos do mistério da Vida que Cristo nos concedeu e da ressurreição dos mortos. Mas nota-se que há uma progressão: “Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro, Cristo como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda”. Maria “gerou e deu à luz o Autor da Vida”; por isso, foi elevada ao Céu.

 

Maria, como imagem da Igreja, é esta mulher que o autor do Apocalipse contempla revestida de sol, ou seja, toda revestida do sol da justiça que é Cristo. Ela sofre as dores do parto e da perseguição, da mesma maneira que a Igreja experimenta a dor da vida e os ataques do inimigo. Mas a mulher é salva, resgatada, da mesma forma que a ressurreição de Cristo nos libertou do pecado e da morte e nos abriu as portas do Céu, onde temos um lugar preparado por Deus. Por isso, a imagem de Maria elevada ao Céu é também a imagem do que espera a Igreja, o novo Povo de Deus, cada um dos baptizados. Se permanecermos em Cristo, espera-nos a glória. A solenidade deste dia é um anúncio e uma profecia do fim da humanidade, que já não é o sepulcro, mas os braços do Pai que nos ama.

A outra imagem da primeira leitura deste dia, e também da missa da vigília, é a arca da aliança. Esta imagem está presente no relato evangélico da visitação: Maria é a arca da nova e eterna Aliança; com Jesus no seu seio, visita Isabel. E João, dentro do ventre de Isabel e como o rei David diante da arca, exulta e grita de alegria pela boca da sua mãe: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?”. Hoje, somos nós a proclamar com alegria: Bendita a mãe do meu Senhor que está no Céu, bendito o fruto do seu ventre que a elevou para junto de Si, bendito Deus que, um dia, me há-de “elevar”, quando partir deste mundo e ocupar o lugar que me está reservado no Céu!

Como Maria entoou o “Magnificat”, louvemos também o Senhor. A alegria de Maria revela o nosso fim. Apesar da nossa fragilidade, Deus olhou para nós com amor, salvou-nos, unindo-nos a Cristo, fazendo-nos filhos no Filho e herdeiros do Reino. Protegeu-nos e salvou-nos como prometeu para participarmos, um dia, na sua glória, com Jesus, Maria e com todos os santos.

Cónego Jorge Seixas