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27º DOMINGO COMUM (ANO A)

Neste domingo, é-nos proclamada a última das três parábolas da vinha, contidas no texto do evangelho de S. Mateus (nos últimos domingos, a parábola dos trabalhadores contratados a diferentes horas do dia e a parábola dos dois filhos chamados pelo pai para trabalhar na vinha).

A celebração deste domingo inicia com uma bela oração, recordando-nos que a misericórdia de Deus vai muito mais além do que podemos esperar, porque o seu amor generoso cumula de bens os que O imploram, muito além dos seus méritos e desejos. Esta maneira de ser de Deus surpreende-nos, porque parece-nos impossível, de tal forma que Jesus teve de nos dizer como era Deus, porque nunca teríamos imaginado que fosse possível tanta bondade.

 Na primeira leitura, escutámos o célebre cântico da vinha do profeta Isaías. A vinha é uma imagem muito usada no Antigo Testamento para se referir ao povo de Israel. O profeta afirma claramente: “A vinha do Senhor é a casa de Israel e os homens de Judá são a plantação escolhida”. É um povo escolhido por Deus. Deus ama este povo e da mesma forma ama todos os povos da terra. Todavia, o povo de Israel, muitas vezes está de costas voltadas para Deus! A história do povo escolhido é constituída por pedidos de ajuda em momentos de aflição, pela preocupação fiel e perseverante de Deus e pelas imensas infidelidades por parte dos membros deste povo.

A experiência mais forte de Israel, o povo escolhido por Deus, é o Êxodo: a libertação da escravidão do Egipto, a travessia do deserto e a chegada à Terra Prometida. Deus escutou o clamor do povo e, através de prodígios, liberta-o da terra onde era prisioneiro para o conduzir através do deserto a uma terra onde mana leite e mel. Durante este trajecto, muitas vezes o povo fez queixas e revoltou-se. Deus tudo escuta com paciência, enviou-lhes o maná e as codornizes para o alimentar, abriu-lhes fontes das rochas e da terra seca. Depois da travessia do deserto, dá-lhes a Terra Prometida. Com o povo estabelecido, Deus pode plantar a cepa que será o povo de Judá. Nunca o Senhor abandonará o seu povo, estará sempre presente de diversas formas, mas, por excelência, no Templo de Jerusalém. Mas, a resposta de Israel a este amor de Deus será a idolatria, a sua maldade, a sua injustiça, a sua ingratidão. Por isso, Deus, pela boca do profeta Isaías, interroga-se: “Que mais posso fazer à minha vinha que não tivesse feito?”. A resposta lógica, humana, é abandonar a vinha. Mas tal não acontece, porque o povo escolhido clama ao Deus do amor: “Deus, vinde de novo, olhai dos céus e vede, visitai esta vinha… fazei-nos voltar, iluminai o vosso rosto e seremos salvos” (salmo).

Novamente, o texto do evangelho faz referência à imensa misericórdia de Deus, que não conseguimos entender. No evangelho, a vinha não fica abandonada à sua sorte. Deus envia os profetas e, com um gesto de grande amor, envia o seu Filho para salvar a vinha com o seu sangue. A Igreja é o novo Povo de Deus, é o povo que recebeu a vinha para a fazer frutificar. Mas este novo Povo de Deus, da Nova Aliança, as pedras vivas do Templo do Senhor, é tão frágil como o Povo da Antiga Aliança. Tantas vezes é infiel à Aliança com Deus! Sabemos que o proprietário da vinha enviou o seu Filho e continuamos a oferecer as uvas amargas do nosso pecado.

Então, qual deve ser a nossa resposta? Amor com amor se paga. Que a nossa resposta seja uma vida de conversão. Que a nossa resposta seja a concretização das palavras do salmo: “Senhor, vinde de novo, visitai esta vinha, protege-nos, não nos abandones, dá-nos vida e esperança, iluminai o vosso rosto e seremos salvos”.

Cónego Jorge Seixas