Calendário

<<  Março 2024  >>
 Se  Te  Qu  Qu  Se  Sá  Do 
      1  2  3
  4  5  6  7  8  910
11121314151617
18192021222324
25262728293031

Entrada



Mapa

Coordenadas GPS:

40º36'21''N
7º45'57''W

Ver mapa aqui.

Visitas

mod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_counter
mod_vvisit_counterHoje700
mod_vvisit_counterOntem4799
mod_vvisit_counterEsta semana17246
mod_vvisit_counterEste mês95582
mod_vvisit_counterTotal6890579
Visitors Counter 1.5
PDF Versão para impressão Enviar por E-mail

HOMILIA DA SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS

A celebração da Solenidade de Todos os Santos tem dois objectivos: por um lado, celebramos os méritos de todos os santos; e por outro, imploramos a misericórdia de Deus através destes santos que são nossos intercessores. Os santos revelam com a sua vida a glória da Jerusalém celeste. Mas esta solenidade não se limita a celebrar a graça de Deus que foi derramada nos homens e mulheres que alcançaram a santidade de Deus, mas também nós queremos ir caminhando na nossa peregrinação terrena para a santidade de Deus. Para isso, contamos com a intercessão dos santos, com o testemunho das suas vidas exemplares, com a sua ajuda.

Quem é santo? Na Bíblia, encontramos a resposta a esta pergunta: só Deus é santo, ou seja, a santidade não é um atributo de Deus, mas é o seu nome verdadeiro. Esta santidade define a transcendência inacessível de Deus. Quando Deus escolhe Israel como seu povo, comunica-lhe a sua santidade. Israel converte-se num povo santo, ao qual Deus exige uma santidade de vida. Ao longo da história, os profetas terão de recordar e de fazer compreender as exigências da santidade: o culto que Deus quer é o da obediência e o do amor, ou seja, o acolhimento ao dom de Deus. Por isso, é importante mudar o coração de pedra por um de carne. Cheio do Espírito Santo, Jesus Cristo é o Santo de Deus. A santidade de Jesus é a santidade do Filho de Deus. recebeu-a de seu Pai, mas pertence-lhe, é sua. Esta santidade entranha-se profundamente na sua humanidade. Recebemos a santidade, porque Cristo ama a Igreja como sua esposa. Todo aquele que pertence à Igreja é convidado à santidade, a ser santo. Esta santidade da Igreja expressa-se de diversas formas em cada um daqueles que na sua vida caminham para a perfeição do amor. Para ser santo, é necessário viver a união com Cristo. Neste aspecto, a segunda leitura deste dia é muito clara, quando afirma: “Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamar filhos de Deus. E somo-lo de facto”, “seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é. Todo aquele que tem n’Ele esta esperança purifica-se a si mesmo, para ser puro, como Ele é puro”. A santidade exige um processo de purificação em cada homem e em cada mulher para acolher a união com Cristo.

 

A santidade de Deus, revelada por Jesus e derramada por Ele à humanidade, tem de ser acolhida. Foram muitas as pessoas que, ao longo da história, deixaram a marca da sua personalidade, cheia do amor santificador de Deus. São pessoas que viveram, sofreram e amaram muito, porque abriram o seu coração à graça de Deus e deixaram conduzir-se pelo Espírito Santo. Cada um, com a sua personalidade e temperamento, no momento histórico que viveu, soube responder ao chamamento do Evangelho. A sua vida foi e é, ainda, Boa Nova.

A leitura das bem-aventuranças destaca as diversas formas que, desde sempre, na Igreja se revela a santidade de Deus. Quando proclamamos o evangelho, não deveremos entender a palavra “ditosos” como aqueles que viveram muito bem, mas como aqueles que entenderam que era uma bênção estar comprometidos com a vida, ou seja, amando todas as realidades que tiveram de viver, porque assim conheceram melhor o que é o Reino de Deus.

Se repararmos bem, todas as situações que vêm enunciadas a seguir à palavra “ditosos” não são momentos de êxito, mas de luta, de carência, de limitação, mas que ultrapassaram e foram firmes, porque neles existia a esperança. Os pobres alcançarão o Reino. Aqueles que estão de luto e que choram, serão consolados. Aqueles que têm fome e sede de justiça serão, um dia, saciados. Aqueles que vivem desorientados e perdidos, serão compreendidos por Deus. Aqueles que são vítimas por causa da sua fé, ou sejam, aqueles que são mártires e sofrem por Jesus, um dia, estarão com Deus: “são os que vieram da grande tribulação, que lavaram as suas túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro”, como nos diz a primeira leitura.

Ser santo é viver em comunhão com Cristo, com a sua paixão e morte e, pela fé, sempre acreditar na ressurreição. Ser santo é viver a nossa graça baptismal, sepultados com Cristo na morte, com Ele caminharemos numa vida nova. Ser santo é a primeira vocação de todos os cristãos. Ser santo é viver em Cristo. Ser santo é ser bom.