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HOMILIA DO 33º DOMINGO COMUM (ANO A)

Estamos quase a terminar o ano litúrgico. Encerrá-lo-emos no próximo domingo com a solenidade de Cristo-Rei. Como é normal, em todos os anos, a liturgia da Igreja situa-nos nestas últimas semanas diante do futuro da humanidade, diante da segunda vinda de Jesus, no fim dos tempos. Convida-nos a viver o tempo presente, olhando para a meta, para o fim dos tempos (visão escatológica da história). No evangelho, Jesus evita dar informações precisas sobre o fim do mundo (data, circunstâncias, resultados…). Jesus não veio para satisfazer a nossa curiosidade ou acalmar as nossas angústias, mas para nos ensinar a viver voltados para Deus. É verdade! Jesus ensina-nos uma nova maneira de viver neste mundo que é, ao mesmo tempo, transitório e necessário. Porque é transitório não podemos dar ao que aqui fazemos um valor definitivo (viver com ganância o momento presente da nossa vida e nada mais). E porque é um tempo necessário, como tempo de prova e de crescimento humano, temos de valorizar todas as realidades deste mundo. que são um dom de Deus para vivermos em liberdade e autonomia.

 

No evangelho deste domingo, o senhor da parábola dos talentos confia os seus bens aos seus servos. Parte de viagem, sem marcar a data do seu regresso. Cria-lhes, assim, um espaço de responsabilidade e de criatividade. Todos somos convidados a viver e crescer em harmonia com este mundo em permanente mudança. Deus encarregou-nos esta missão de orientar este mundo em permanente mudança. Por isso, o servo conservador e preguiçoso da parábola enganou-se. Desconhece o seu senhor. Pensa que tem de respeitar as coisas do seu senhor sem acrescentar nem tirar nada. Aqui se baseiam os fundamentalismos religiosos e os tradicionalismos que tantos perigos trazem à sociedade de hoje. É evidente que temos de respeitar as intenções do Criador mas há que trabalhar livremente para colaborar e completar a sua obra. Mas também se enganam aqueles que, sendo servos, pensam que são proprietários, ou seja, donos do mundo. Trabalham, mas com ansiedade. Só têm tempo para os seus projectos e interesses pessoais, para ganhar dinheiro e fazer fortunas, para ter prestígio professional. O senhor do evangelho distribui os talentos (as tarefas) a cada um, segundo as suas capacidades. Mas, há também capacidades não-produtivas. Quais são? Como as pomos a render? Como cultivamos a amizade, o respeito pelos outros, a solidariedade, a união, a paz? Também isto são talentos recebidos para o bem comum e que, tantas vezes, não são postos a render, ou seja, não são postos em prática e vividos!

Não sabemos o dia e a hora da nossa morte, nem do fim do mundo, mas sabemos o que é mais importante: é importante viver vigilantes e sóbrios como filhos da luz e não das trevas, como nos disse a 2ª leitura. O cristão não vive num mundo totalmente desumano e mau, do qual tem de se proteger. Este mundo é a nossa casa, é a casa de todos, mas é passageiro. A nossa morada definitiva é junto de Deus.

A parábola do evangelho não termina com uma entrega de prémios aos servos que puseram a render os bens do seu senhor, mas com um banquete, com uma festa de amor gratuito, com uma festa de família para a qual cada um colaborou com as suas capacidades e recebeu segundo as suas necessidades. A Eucaristia que celebramos é uma antecipação da glória de Deus no fim dos tempos. A partir da Eucaristia, aprenderemos a construir este mundo, segundo a vontade de Deus e a preparar a última vinda de Cristo com toda a sua glória e esplendor.

Cónego Jorge Seixas