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Jornal - Notícias da Igreja

Quaresma em família…

1. Também a Quaresma, como tempo de avaliação e de reforma, de iluminação e renovação (re-criação) deve atingir a família cristã. Não apenas os indivíduos e as comunidades, paróquias e diocese. Se a família permanece imóvel e enquistada, que se pode esperar do resto?! A primeira Igreja foi, é e permanece a família.

 

2. Importa, por isso, possibilitar e inserir, de forma adequada, a oração, a catequese e a celebração cristã do domingo que têm lugar no âmbito da comunidade paroquial, na família para que se torne o que é, Igreja doméstica. Na realidade, se assim não for, quanto se fizer, ao nível das nossas paróquias, aparecerá como pontual e desconexo, meramente repetitivo e inoperante, tanto para jovens e adultos e, dificilmente, marcará ou animará o ritmo da vida quotidiana, deixará de ter impacto, na transformação da Igreja e da sociedade. Assim, a família deve tornar-se o espaço da preparação da liturgia da comunidade e o eco da vida espiritual da Igreja.

 

3. É certo que, hoje, se vive num tempo muito rico, do ponto de vista de propostas culturais. Os programas da Igreja já não são únicos. Isso requer que saibamos conviver e concorrer, descontraída e responsavelmente. A Quaresma é a preparação para a Páscoa. É sempre. Mas os modos não têm que ser repetitivos. Essa é questão pastoral. Temos os conteúdos, o que já não é pouco. As formas não são despiciendas. A nossa aposta perde-se, frequentemente, pela informalidade (apresentam-se informes). O apelo é a criatividade inesgotável. Neste sentido, importa ultrapassar âmbitos, para que Cristo possa chegar onde quer estar presente. Esta atitude aplica-se também família e poderá ter eco na Igreja. Certa concentração paroquial, como efeito ou causa de dispersão familiar, precisa de ser atendida, avaliada e corrigida.

 

4. A liturgia apresenta-nos a Quaresma como um caminho com Cristo e para Cristo. Neste caminhar vão todos, os pais e filhos, adultos e jovens, velhos e crianças, Papa, bispos, padres, catequistas, etc... Por isso, no início da Quaresma invocamos aqueles que trilharam este caminho, o do Evangelho, e já chegaram à meta, a Virgem Maria e os Santos, e nos alentam e estimulam a segui-lo, neste tempo e lugar. Quem são, como viveram, o que fizeram esses paladinos do Evangelho? Os nomes dados aos elementos da família poderiam dar pistas de pesquisa e relançar a Quaresma como a “viagem da vocação celeste”, como lhe chamava o historiador cristão do séc.III/IV, Eusébio de Cesareia.

 

5. Para a Quaresma, a Igreja tem um programa próprio e original: “a oração, o jejum e a esmola”. Com frequência, encaramo-lo como um conjunto de acções ou de obras que importa fazer e desfazemo-nos nelas, sem descortinar a perspectiva ou o horizonte. Bem diferentemente, se interpenetram e incluem: o jejum não faz sentido sem oração e esmola; e a oração é o escolher a melhor parte que nos permite avaliar mais justamente os bens materiais e o serviço fraterno; e a esmola transforma-se em partilha de bens que são dons e torna-se em imitação da generosidade divina. Então, a Quaresma é a realidade sempre nova e actual que forma o homem novo, no modelo de Cristo que, ocultando a sua condição divina se abaixou até nós, tornando-se servo e humilhando-se, por nós, até à morte de cruz. Eis a novidade que se exercita na Quaresma quer em família, que em cada comunidade paroquial.

 

6. Em cada casa poder-se-ia assinalar a Quaresma com algum símbolo que, numa dependência comum lembrasse a todos o caminho para a Páscoa. Uma cruz especialmente entronizada, com uma luz; ou, então, a Bíblia ou os Evangelhos… Este seria um lugar muito especial de reunião familiar para a oração.

 

7. Mas há outras iniciativas que poderão ser propostas pelos pais ou pelos filhos: oração antes e depois das refeições; o terço em família (ou só um mistério do terço, para os mais pequenos); a via-sacra (ou apenas uma estação cada dia); o exame de consciência em comum, preparando o sacramento da penitência, na Quaresma, já que o verdadeiro jejum será sempre o abandono do pecado; alguma privação familiar comunitária cuja poupança reverta para alguma obra boa (social, cultural ou espiritual), sobretudo visitando e socorrendo os vizinhos necessitados.

 

8. A Páscoa é a grande festa dos cristãos. A Quaresma encaminha-se para ela. Preparemo-nos convenientemente. Na Quaresma, o nosso olhar dirige-se para a Páscoa, anual e eterna.