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HOMILIA DO 3º DOMINGO DA PÁSCOA (ANO B)

A passagem do evangelho deste domingo narra-nos o testemunho dos discípulos de Emaús: “contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir do pão”. Há uma frase que se repete neste relato e na descrição da viagem destes discípulos: “Abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras”. Com esta afirmação, fica bem evidente que não podemos compreender as Escrituras se o Senhor ressuscitado não nos abrir o entendimento, ou seja, uma nova maneira de as ler. É Ele quem abre os olhos aos discípulos de Emaús para reconhecer que aquele companheiro de viagem que lhes explicava as Escrituras e que depois partiu o pão, era o próprio Senhor. Jesus ensina-nos a olhar, a ver o que antes não se viu. Fazer caminho com Jesus, ser discípulo do Ressuscitado, estar à mesa onde Ele parte o pão, dá uma nova luz, um novo olhar sobre a realidade e, especialmente, sobre as pessoas. É o próprio olhar de Deus; por isso, pedimos no salmo: “Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz do vosso rosto”. Mas esta forma nova de olhar a vida supõe o arrependimento dos nossos pecados e o perdão concedido por Deus a cada pecador.

A primeira leitura é uma parte de um discurso de Pedro. Ele tinha curado um doente que pedia esmola à porta do Templo. As pessoas viram isto, mas não compreenderam o que sucedeu. E Pedro chama-os à razão, dizendo que todos, até os amigos de Jesus, tiveram culpa no processo da morte de Jesus: “vós entregastes e negastes Jesus na presença de Pilatos e pedistes a libertação de um assassino; matastes o autor da vida, mas Deus ressuscitou-O dos mortos”. A morte de Jesus converteu-se, pelo poder de Deus, num milagre de vida; o que começou com palavras de juízo converteu-se numa proclamação do amor salvador de Deus. Pedro afirma que todos cometeram um pecado grave e uma enorme injustiça, condenando e matando Jesus. Convida-os ao arrependimento e à conversão, porque Deus quer perdoar. Aqueles que crucificaram Jesus, sem ter consciência do que estavam a fazer, colaboraram para o cumprimento daquilo que Deus tinha prometido: um Messias sofredor. Nas mãos de Deus, o nosso mal pode converter-se em bem.

Assim, somos convidados a não pecar. Mas, todos sabemos que, apesar do nosso esforço, continuamos a pecar. A nova forma de olhar a vida, que procede da alegria da Páscoa, ajuda-nos a assumir que o pecado é uma realidade comum. Porém, nunca deveremos esquecer a mensagem que São João nos transmite na segunda leitura: Jesus Cristo, o Justo, é como que um advogado junto do Pai, que sempre nos defende e intercede pelo nosso perdão. Mas para sentir o amor misericordioso de Deus, é necessário viver os seus mandamentos e seguir a sua divina vontade.

Agora, entendemos a razão que levou Jesus a “abrir o entendimento dos discípulos para compreender as Escrituras”, como narra o texto do evangelho. Disse-lhes: “Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém”. Enquanto os discípulos de Emaús contavam a sua experiência, Jesus torna-se presente no meio deles. Eles assustaram-se, pensando que era um fantasma. Então Jesus mostra-lhes as mãos e os pés para que possam ver; comeu uma posta de peixe assado. “Vede, sou Eu mesmo”. Jesus ressuscitado não é fruto da imaginação dos discípulos. A sua presença é misteriosa, mas é real.

Hoje, não podemos ficar indiferentes a esta mensagem salvadora e purificadora. Por isso, não esqueçamos a frase que termina o texto evangélico deste domingo: “Vós sois testemunhas de todas estas coisas”. Pedro dá-nos o exemplo: no momento da paixão, negou Jesus e fugiu. Agora, cheio do Espírito Santo, feita a experiência da Páscoa, diz: “matastes o autor da vida, mas Deus ressuscitou-O dos mortos, e nós somos testemunhas disso”. Precisamos de cristãos assim: que tenham a coragem de amar, de promover a paz e a justiça, de ajudar os outros e, sobretudo de anunciar a presença e a misericórdia de Jesus ressuscitado: “Sou Eu mesmo que estou contigo, vê as minhas mãos e os meus pés… arrependei-vos e convertei-vos para que os vossos pecados sejam perdoados”.