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Jornal - Notícias da Igreja

A DEVOÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS

100 ANOS DO APOSTOLADO DA ORAÇÃO

EM MANGUALDE

 Na sexta-feira a seguir ao segundo domingo depois do Pentecostes (12 de Junho), a Igreja celebra a solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus. Além da celebração litúrgica, muitas outras expressões de piedade têm como objecto o Coração de Cristo. Na verdade, não há dúvida de que a devoção ao Coração do Salvador foi e ainda é uma das expressões mais difundidas e amadas da piedade eclesial.

Entendida à luz da Escritura divina, a expressão “Coração de Cristo” designa o próprio mistério de Cristo, a totalidade do seu ser, a sua pessoa considerada no seu núcleo mais íntimo e essencial: Filho de Deus, sabedoria incriada; caridade infinita, princípio de salvação e de santificação para a humanidade inteira. O “Coração de Cristo” é Cristo, Verbo incarnado e salvador, intrinsecamente voltado – no Espírito, com infinito amor divino-humano – para o Pai e para os homens seus irmãos.

A devoção ao Coração de Jesus tem um sólido fundamento na Escritura.

Jesus, que é um com o Pai (cf. Jo 10, 30), convida os seus discípulos a viver em comunhão íntima com Ele, a assumir a sua pessoa e a sua palavra como norma de conduta e revela-se a si mesmo como mestre «manso e humilde de coração» (Mt 11, 29). Pode dizer-se, em certo sentido, que a devoção ao Coração de Cristo é a tradução em termos cultuais do olhar que, segundo a palavra profética e evangélica, todas as gerações cristãs dirigirão àquele que foi trespassado (cf. Jo 19, 37; Zc 12, 10), isto é, ao lado de Cristo, aberto pela lança, do qual brotou sangue e água (cf. Jo 19, 34), símbolo do «sacramento admirável de toda a Igreja».

O texto joanino que narra a ostensão das mãos e do lado de Cristo aos discípulos (cf. Jo 20, 20) e o convite que Ele dirigiu a Tomé para que estendesse a sua mão e a metesse no seu lado (cf. Jo 20, 27) também teve uma notável influência na origem e no desenvolvimento da piedade eclesial ao Sagrado Coração.

Estes textos e outros que apresentam Cristo como Cordeiro pascal, vitorioso, embora imolado (cf. Ap 5, 6), foram objecto de meditação assídua por parte dos Santos Padres que revelaram as suas riquezas doutrinais e por vezes convidaram os fiéis a penetrar no mistério de Cristo pela porta aberta no seu lado. Assim, Santo Agostinho: «A entrada é acessível: Cristo é a porta. Abriu-se também para ti, quando o seu lado foi aberto pela lança. Lembra-te do que saiu de lá; por isso, escolhe por onde possas entrar. Do lado do Senhor que pendia e morria na cruz saiu sangue e água, quando foi aberto com a lança. Na água está a tua purificação, no sangue, a tua redenção».

Na época moderna, num tempo em que o jansenismo proclamava os rigores da justiça divina, a devoção ao Coração de Jesus constituiu um antídoto eficaz para suscitar nos fiéis o amor ao Senhor e a confiança na sua misericórdia infinita, da qual o Coração é penhor e símbolo.

As formas de devoção ao Coração do Salvador são muito numerosas; algumas foram explicitamente aprovadas e frequentemente recomendadas pela Sé Apostólica. Entre elas recordem-se: – a consagração pessoal que, segundo Pio XI, «é, sem dúvida a principal»;

– a consagração da família, mediante a qual o núcleo familiar, já participante pelo sacramento do matrimónio do mistério de unidade e de amor entre Cristo e a Igreja, é dedicado ao Senhor, para que Ele reine no coração de cada um dos seus membros;

– a Ladainha do Sagrado Coração de Jesus, aprovada em 1891 para toda a Igreja, de conteúdo marcadamente bíblico e enriquecida com indulgências;

– o acto de reparação, fórmula de oração com que os fiéis, recordando-se da infinita bondade de Cristo, pretendem implorar misericórdia e reparar as ofensas dirigidas de muitos modos ao seu Coração dulcíssimo;

– a prática das nove primeiras sextas-feiras do mês, que tem origem na “grande promessa” feita por Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque. Numa época em que a comunhão sacramental era muito rara entre os fiéis, a prática das nove primeiras sextas-feiras do mês contribuiu significativamente para restabelecer a frequência na receção dos sacramentos da Penitência e da Eucaristia. No nosso tempo, a devoção das primeiras sextas-feiras do mês, se for praticada de modo pastoralmente correto, pode ainda trazer indubitáveis frutos espirituais. É necessário, todavia, que os fiéis sejam convenientemente instruídos, por um lado, sobre o fato de que não se deve pôr nessa prática uma confiança assente na vã credulidade (porque, desta maneira e em ordem à salvação, anular-se-iam as exigências inultrapassáveis da fé operante e do compromisso de viver uma vida conforme o Evangelho); e, por outro, sobre o valor absolutamente predominante do domingo, a “festa primordial” que deve caraterizar-se pela participação plena dos fiéis na celebração eucarística.

A devoção ao Sagrado Coração requer uma atitude de fundo feita de conversão e reparação, de amor e gratidão, de empenhamento apostólico e de consagração a Cristo e à sua obra salvífica.