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HOMILIA DA FESTA DO BATISMO DO SENHOR (ANO C)

Com a Festa do Batismo do Senhor, encerramos o tempo litúrgico do Natal: o Pai apresenta, manifesta a Israel o Salvador que ele nos deu, o Menino que nasceu para nós, dizendo: “Tu és o meu Filho muito amado, em Ti pus toda a minha complacência!”. Estas palavras contêm um significado muito profundo: o Pai apresenta Jesus usando as palavras do profeta Isaías, que ouvimos na primeira leitura: “Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma”. Mas, note-se: Jesus não é somente o Servo; ele é o Filho, o Filho muito amado! É o Filho que sofrerá como o Servo, que exercerá a sua missão de modo humilde e doloroso!

Hoje, nas margens do Jordão, “enquanto Jesus orava, o Céu abriu-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corporal, como uma pomba”. Ele é o Messias, prometido pelos profetas e esperado pelo povo de Israel. Agora, ele pode começar publicamente a missão de anunciar e de construir o Reino de Deus. Ele começou esta missão desde o seu nascimento; agora, vai manifestar-se publicamente, primeiro a Israel e, depois da ressurreição, a toda a humanidade. É na força do Espírito Santo que ele pregará, fará os seus milagres, iniciará a construção do Reino; é na força do Espírito que ele viverá uma vida de total e amorosa obediência ao Pai e doação aos irmãos até a morte e morte de cruz.

Mas, Jesus, que é o Filho de Deus, é também o Servo sofredor, anunciado por Isaías. Hoje, Deus Pai revela a Jesus qual o caminho que ele deve seguir para ser o Messias: na pobreza, na humildade, no despojamento, no serviço! É assim que o Reino de Deus será anunciado no mundo. Jesus será manso e humilde: “Ele não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças”. Deve ser cheio de misericórdia para com os pecadores, os fracos, os pobres e os desanimados: “Não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega”. Ele irá sofrer, será tentado de diversas maneiras, mas colocará sempre em Deus, seu Pai, toda a sua esperança e toda a sua confiança: “Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na Terra”. O Senhor Deus estará sempre com ele e ele veio não somente para Israel, mas para todas as nações da terra: “Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça, tomei-te pela mão; formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas”.

Como é que Jesus começa a cumprir a sua missão? Ele entra na fila dos pecadores, para ser batizado por João. Ele, que não tinha pecado, assume os nossos pecados, faz-se solidário connosco; Ele, o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo! “João tentava dissuadi-lo, dizendo: ‘Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?’ Jesus, porém, respondeu-lhe: “Deixa estar, pois assim nos convém cumprir toda a justiça”. O batismo de João não é o sacramento do Batismo: era somente um sinal exterior de que alguém se reconhecia pecador e queria preparar-se para receber o Messias. Ao ser batizado no Jordão, Jesus é ungido com o Espírito Santo para a missão. Esta unção será plena na ressurreição, quando o Pai derramar sobre ele o Espírito. Então derramará este Espírito sobre nós, dando-nos uma nova vida! Ao sermos batizados, recebemos o Espírito Santo de Jesus e, por isso, somos participantes da sua missão de viver, testemunhar e anunciar o Reino de Deus, a Vida eterna, a Vida no amor a Deus e aos irmãos! Assim convinha, no plano do Pai, que Jesus se humilhasse, se fizesse Servo e assumisse os nossos pecados! Ele veio não na glória, mas na humildade, não na força, mas na fraqueza, não para impor, mas para propor, não para ser servido, mas para servir. Eis o caminho que o Pai indica a Jesus, eis o caminho que Jesus escolhe livremente em obediência ao Pai, eis o caminho dos cristãos, e não há outro!

Eis o Menino que nasceu para nós, a Criança admirável que cresceu em sabedoria, idade e graça, submisso aos seus pais na família de Nazaré, filho de Maria. Aquele que com o brilho da sua Estrela atraiu a si todos os povos, hoje é apresentado pelo Pai: ele é o Filho muito amado, ele é o Servo sofredor, ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, ele é o Messias, o Ungido de Deus! Acolhamo-lo na nossa vida e no nosso coração.

Cónego Jorge Seixas