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HOMILIA DA SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE (ANO C)

Depois de terminado o Tempo Pascal, neste domingo celebramos a Solenidade da Santíssima Trindade. Na verdade, professamos a Trindade de Deus em cada celebração e em tantos outros momentos. Mas neste dia, temos a oportunidade de louvar, de dar graças e de adorar o mistério do nosso Deus que é comunhão de amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Os textos bíblicos deste domingo fazem referência a este grande mistério: Deus Pai enviou ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito da santidade para revelar aos homens o seu admirável mistério. Por isso, professamos e proclamamos “um só Deus, um só Senhor, não na unidade de uma pessoa, mas na trindade de uma só natureza”. A Santíssima Trindade não se manifesta somente na solenidade deste domingo, mas também está presente em todas as celebrações litúrgicas; iniciamos e terminamos a Eucaristia em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; todas as vezes que professamos a nossa fé, sobretudo com o texto do Credo; quando cantamos o Glória; na celebração de todos os sacramentos, nas bênçãos e em tantos outros momentos. As leituras e as orações deste domingo procuram aproximar-nos da Trindade, mas trata-se de um mistério incompreensível para a nossa inteligência.

Como poderemos entender este mistério sobre o nosso Deus? De certeza que nos vem à memória o episódio da vida de S. Agostinho, passeando pela praia, procurando entender o mistério de Deus. Como é difícil compreender quem é Deus, da mesma forma que era impossível à criança que, junto a S. Agostinho, pretendia encher um buraco feito na areia com toda a água do mar. Conhecer Deus é tão impossível como esvaziar todo o mar para encher um pequeno buraco. Mas, talvez nos possa ajudar a ideia de S. Patrício, o primeiro a introduzir o Cristianismo na Irlanda no século V. Ele tinha uma forma muito original de explicar a ideia de um único Deus em três pessoas, porque os pagãos imaginavam que as três pessoas divinas eram três deuses diferentes. Para lhes explicar, usava um trevo e apontava para as suas três folhas. Este gesto simples foi suficiente para que aquelas pessoas acreditassem que as três pessoas divinas são um único Deus. Por isso, S. Patrício é o padroeiro da Irlanda e o trevo é um símbolo que representa todos os irlandeses.

Apesar de todas as tentativas, quem nos ajuda a conhecer Deus é o próprio Jesus, tal como nos recorda o prólogo de S. João. Certamente que nós nunca vimos Deus, foi o Filho quem no-lo deu a conhecer. No texto do evangelho deste domingo, Jesus Cristo diz aos seus discípulos: “tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora. Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena”. Esta vinda do Espírito Santo já a celebrámos no domingo passado. Jesus revela que Deus é amor. É Amor porque entregou o seu Filho na cruz para salvar toda a humanidade, é Amor porque enviou o Espírito Santo para nos guiar e iluminar nas nossas vidas. Mas, há um aspeto, ao qual não podemos ficar indiferentes: a nossa vida cristã não se resume somente à celebração litúrgica. A liturgia é a fonte e o cume da nossa vida. Por isso, ao celebrar neste domingo a solenidade da Santíssima Trindade, nós, criados à imagem e semelhança de Deus, também somos portadores desta relação íntima que existe entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Como se pode ver na segunda leitura, “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. É o amor que existe entre as pessoas divinas. Este amor entrou nas nossas vidas, quando fomos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E este amor não é só para nós, é para transmitirmos aos nossos irmãos, quando estendermos as nossas mãos para os tornar mais felizes, ou seja, quando eles sentirem que são amados por nós.

Cónego Jorge Seixas