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HOMILIA DO 25º DOMINGO COMUM (ANO C)

Qual a finalidade dos bens que possuímos? Proporcionar uma vida com dignidade e bem-estar. E o que fazem muitas pessoas com o dinheiro? Trabalham somente para acumular dinheiro e isto torna-se o grande objetivo da vida. Se tal acontece, a pergunta é inevitável: Conseguem realizar-se desse modo? Serão felizes? Viverão bem e em paz? Poucos, ou ninguém!

Muitas pessoas procuram ter muitos bens e dinheiro a qualquer preço, nem que seja necessário esmagar os outros. Neste domingo, a Palavra de Deus dá-nos alguns conselhos a este respeito. O profeta Amós era um homem pobre do campo e vivia em Judá. Escolhido por Deus, assumiu a difícil missão de ser profeta em Israel. No seu tempo a situação económica do seu país era muito má. Os governantes e os comerciantes faziam o que era inconcebível aos olhos de Deus, explorando os pobres. Através de Amós, Deus condenou as suas ações: espezinhavam os pobres, eliminavam os humildes, aumentavam os preços, utilizavam balanças falsas para vender o trigo, vendiam até as cascas do trigo. Deus disse: “Vós que comprais os necessitados por dinheiro e os indigentes por um par de sandálias…nunca esquecerei nenhuma das vossas obras”. Qual era ambição dos comerciantes da época de Amós? Ganhar dinheiro com lucros injustos. Será que hoje acontecem estas coisas, ou algo parecido?

Infelizmente, a situação não mudou muito, apenas as maneiras de fazer: pagam-se salários baixos, exigem-se horas extras que não são pagas, humilham-se os funcionários, alguns tratam os seus funcionários como coisas, aumenta-se o lucro, mas nada dele é partilhado com os que produzem. Há patrões que exploram e são ditadores. Mas também há aqueles que exploram e prejudicam os patrões. Tanto uns como outros procedem mal e não agradam a Deus.

O que Jesus tem a dizer sobre isto? Ele nunca afirmou que o dinheiro não presta e que não precisamos dele. Jesus apoiou sempre uma economia que gera vida. Assim, o problema não está no dinheiro e ter bens, mas o seu mau uso. O problema está em que uns acumulam, ou seja, têm tudo e cada vez mais, e outros ficam sem nada. Quando reina a ganância e se endeusa o dinheiro, surge sempre a fome, o desemprego e os sem-abrigo; cultiva-se uma falsa espiritualidade, recheada de mentiras e de incoerências. Tantas pessoas que se dizem “amigas” de Jesus, que amam muito a Deus, e acumulam bens a esmagar a dignidade dos outros e através de negócios sujos! Muitos falam com Deus, mas adoram o deus dinheiro conquistado com mãos sujas! Por isso, na segunda leitura, S. Paulo diz a Timóteo: “Quero, portanto, que os homens rezem em toda a parte, erguendo para o Céu as mãos santas (mãos puras), sem ira nem contenda”.

Ter bens não é um mal. Precisamos deles para viver, mas não sendo escravos dos mesmos. Os bens têm de servir para vivermos com dignidade aqui na terra, enquanto caminhamos com os olhos postos no céu. Os bens que existem e que nós também produzimos destinam-se ao bem de todos. Deus é o único proprietário, nós não somos mais que administradores dos bens que a todos pertencem. São João Crisóstomo escreveu: “o rico avarento ou é ladrão ou é filho de ladrões”. Mas o texto do evangelho deste domingo parece que elogia a desonestidade, a aldrabice e o roubo! Como compreender a parábola? Em primeiro lugar, não esqueçamos que há muita maldade e desonestidade no mundo, “os filhos das trevas são mais espertos que os filhos da luz”. De fato, aquele administrador roubava; mas depois, viu que algo ia mudar na sua vida e decidiu mudar algo em si mesmo: da sua própria comissão tirou o suficiente para perdoar aos devedores; assim, não estava a roubar mais uma vez o patrão, por isso foi elogiado.

Ninguém pode servir a Deus e ao dinheiro. Que o meu deus não seja o salário e tudo quanto posso ganhar. Os bens materiais devem servir para construir amizades, partilha, solidariedade e fraternidade. Agradeçamos ao Senhor os bens que temos e o nosso emprego. Com eles, possamos semear a caridade e o bem-estar à nossa volta.