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HOMILIA DA SOLENIDADE DE SANTA MARIA,

 MÃE DE DEUS (ANO A)

Uma semana depois do Natal, celebramos a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Além de ser uma solenidade mariana, é também natalícia. Entre o Natal e a Epifania (visita dos Magos do Oriente), este dia reforça a reflexão sobre o mistério da encarnação, de um Deus que assume a nossa natureza humana, que entra dentro do espaço e do tempo, ou seja, dentro da história. Quando a Igreja, no ano 431, no concílio de Éfeso, proclamou que Maria era Mãe de Deus, não o fez para lhe dar um título, mas para proclamar que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

De facto, Jesus foi um homem como todos, exceto no pecado. Por isso precisou de uma família que o educasse, o ensinasse a falar, a acreditar, a rezar. Tinha tanta necessidade como todos os homens. Também tinha necessidade de um povo, de uma cultura, de uma fé. E como judeu, a sua família cumpria as prescrições do judaísmo, como a da circuncisão, aos oito dias de nascimento. A filiação divina de Jesus não o afasta em nenhum momento da humanidade. Jesus entranhará plenamente nesta humanidade, com as suas alegrias e tristezas, com as suas ansiedades e esperanças. Jesus, o Filho de Deus, não se coloca acima de todos, como faziam os imperadores que se consideravam filhos dos deuses. Jesus, o Filho de Deus, coloca-se ao nosso lado e ajuda-nos a descobrir que Deus é, para nós, um pai tão próximo que até lhe podemos chamar “Abbá”, “papá”.

Todos os anos, neste primeiro dia de Janeiro somos convidados a rezar pela paz. Desde o Papa Paulo VI, em 1968, é o Dia Mundial da Paz. Uma paz que brota da nossa filiação divina que faz de todos os homens e mulheres, de qualquer condição, irmãos e irmãs que têm de ser amados. Uma paz fundamentada na justiça e na solidariedade. Uma paz que não é só ausência de guerra, mas que trabalha pela dignidade humana, que luta contra todo o tipo de exclusão, que acolhe todos os que fogem da guerra e da pobreza. Temos de contribuir para uma cultura da não-violência e condenar o tráfico de armas, porque são situações que impedem que se construa a paz. Rezemos por esta paz. Paz que tem de começar nos nossos corações, em corações cheios de ternura, de compaixão, de misericórdia e, sobretudo, de perdão. Em corações dispostos a perdoar a quem nos ofendeu. Em corações dispostos a pedir perdão e com vontade de reconciliação. Não pensemos que a paz vem por si mesma. Comecemos por apagar as pequenas guerras que iniciámos dentro da nossa família, com os vizinhos, no trabalho ou na escola.

Maria é Mãe de Deus, do Príncipe da Paz. Maria é a Rainha da paz. Ela é nossa mãe e, como todas as mães, sofre em silêncio quando vê os seus filhos a discutirem e a matarem-se uns aos outros. Ofereçamos a Maria o nosso compromisso para trabalhar pela paz. Com os nossos olhos orientados para Maria e para Jesus, seremos sempre construtores da paz e do amor.

Cónego Jorge Seixas