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HOMILIA DO 4º DOMINGO DA QUARESMA (ANO A)

 

O cego de nascença dizia aos fariseus: “Jesus pôs-me lodo nos olhos; depois fui lavar-me e agora vejo…Ele é um profeta…Eu creio em Ti, Senhor”. Os textos bíblicos deste domingo, apesar de descreverem acontecimentos que vivemos quando começámos a pertencer à Igreja, revelam o mistério que celebramos na Eucaristia e prepara-nos para o encontro com Cristo ressuscitado na Vigília Pascal. Com efeito, somos nós que, para sermos reis, fomos ungidos pelo Espírito de Cristo, e para vermos, lavamos os nossos olhos nas águas do Enviado, no misterioso Siloé do sacramento do batismo. Nós somos o cego que nasceu nas trevas, para que no nosso coração sejam reveladas as obras de Deus. Somos nós os que, estando no meio dos mortos, fomos iluminados por Cristo. No dia do nosso batismo, fomos incorporados em Cristo, fomos ungidos como Ele para sermos sacerdotes, profetas e reis. Hoje, somos acolhidos pelo Senhor que é o nosso pastor, que preparou a sua mesa para nós, que com óleo perfuma as nossas cabeças e faz transbordar o cálice da nossa salvação.

O texto da cura do cego de nascença é a segunda catequese batismal desta Quaresma e transmite-nos a seguinte mensagem: Cristo é a luz do mundo; pelo batismo, somos iluminados por Cristo; com Cristo, passamos da condição de escravos à liberdade de filhos de Deus. É uma catequese sobre Cristo (Quem é Jesus de Nazaré?), mas também uma catequese sacramental (quais são os sacramentos pascais?). A cura da cegueira não é apresentada como um milagre para dar vista aos olhos daquela pessoa, mas como um sinal que é dado ao cego para que chegue a ver, em Jesus de Nazaré, o Enviado de Deus. A cura da cegueira é um sinal para que o cego acredite! A incapacidade daquele homem para ver a luz do dia representa a incapacidade de todo o homem e mulher para ver a luz de Deus, que é Jesus Cristo, ou seja, todos somos aquele cego! Mas nem todos somos cegos da mesma maneira: uns sabem e reconhecem que não vêem; outros, apesar de cegos, dizem que vêem. Cristo veio ao mundo “para exercer um juízo: os que não vêem ficarão a ver; os que vêem ficarão cegos”. A cura do cego é a explicação da revelação que Jesus tinha feito, ao dizer: tenho de trabalhar nas obras d’Aquele que Me enviou…Enquanto Eu estou no mundo, sou a luz do mundo”.

Curando o cego, curando-nos da nossa cegueira, Jesus realiza a obra de Deus e manifesta-se como luz do mundo. Na narração evangélica deste domingo, Jesus revela-se como a luz do mundo. Mas, há um pormenor neste texto: a piscina onde Jesus mandou o cego lavar-se tinha o nome de “Siloé”, que quer dizer “Enviado”. O cego é enviado a lavar-se na piscina do Enviado de Deus. Ele foi, lavou-se e ficou a ver. Agora, se nos perguntarem quem é Jesus de Nazaré, já sabemos responder: Jesus é o Enviado de Deus, é a luz que dá a vista a um cego para, depois, lhe dar a fé, Jesus é a luz do mundo! Agora, sabemos responder à pergunta sobre quais são os sacramentos pascais: o batismo é o nosso Siloé, é a piscina onde nos encontramos com o Enviado, com o Senhor ressuscitado. A Eucaristia é o sacramento de comunhão com Cristo, para o encontro com a luz do mundo, para que, iluminados por Ele, possamos percorrer o caminho da vida.

Na água da fonte batismal, na nossa piscina de Siloé, encontrámos Jesus Cristo, o Enviado do Pai: ali passámos das trevas para a luz, da morte para a vida, da escravidão do pecado para a liberdade dos filhos de Deus.

Cónego Jorge Seixas