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HOMILIA DO 4º DOMINGO DA PÁSCOA (ANO A)

 

Como em todos os anos no quarto domingo da Páscoa, nos três ciclos das leituras, é proclamado e refletido uma passagem do capítulo 10 do evangelho de S. João. Não nos admiramos que seja chamado o domingo do Bom Pastor, porque todo este capítulo 10 fala-nos desta imagem que já encontramos em muitos textos do Antigo Testamento. No evangelho de S. João, a expressão “bom pastor” refere-se a Jesus, que afirma: “Eu sou o bom pastor” que veio para dar vida e vida em abundância; é desta forma que termina o texto do evangelho deste domingo. Este é o objetivo de todo este capítulo: Jesus, o bom pastor, veio para que tenhamos vida e vida em abundância.

A partir de uma leitura atenta do evangelho de S. João encontraremos muitas vezes este “eu sou”, acompanhado de outras imagens relacionadas com Jesus. E este “eu sou” é uma expressão muito especial, que nos transporta ao livro do Êxodo quando Moisés pergunta a Deus o que há-de dizer aos israelitas se lhe perguntarem quem o enviou. “Deus disse a Moisés: ‘Eu sou Aquele que sou’. Ele disse: ‘Assim dirás aos filhos de Israel: “Eu sou” enviou-me a vós!” (Ex 3,14). Portanto, as expressões que começam com o “Eu sou” têm um significado especial: “eu sou” o pão da vida; “eu sou” a luz do mundo; “eu sou” a porta das ovelhas (evangelho deste domingo); “eu sou” a ressurreição e a vida; “eu sou” o caminho, a verdade e a vida; “eu sou” a videira. No Jardim das Oliveiras, quando Jesus disse “Sou eu”, ao responder à pergunta dos traidores, todos recuaram e caíram por terra. Porquê? Porque este Jesus é o rosto de Deus!

Ainda podemos ir aos textos dos profetas que não só nos falam de Deus, bom pastor, e do povo como um rebanho que ele conduz, mas também falam duramente dos falsos pastores. Na segunda leitura, Pedro, citando também os profetas, afirma: “Vós éreis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes para o pastor e guarda das vossas almas”. No salmo 22, que cantamos neste domingo, saboreamos a alegria deste pastor, Jesus, que nos acompanha (“vós estais comigo”), e com a sua autoridade e o seu testemunho nos conforta (“o vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança”). Assim, é muito importante que os pastores de hoje, para além de códigos e normas complicadas, sejam imagens do pastor que nos conduz às águas refrescantes e nos prepara a sua mesa.

“Eu sou a porta das ovelhas”. Esta é a frase central do texto do evangelho deste domingo. Jesus é a porta aberta para um mundo diferente, para um mundo novo, para uma vida nova. Muitas pessoas que escutavam Jesus andavam cansadas e oprimidas não só pelas más condições de vida, mas também pelo peso de tantas normas e prescrições, tiradas da lei antiga. Hoje, não acontecerá o mesmo? Não teremos posto de lado o Jesus do Evangelho e orientamo-nos por normas que oferecem um cristianismo triste e irrelevante? Precisamos de recuperar este Jesus pastor e porta das ovelhas e deixar de lado os cantos de sereia que nos oferecem paraísos que não existem. Só Jesus, o bom pastor, nos conduz a descansar em verdes prados. Só Jesus, o bom pastor, é o exemplo para os pastores das nossas comunidades.

Cónego Jorge Seixas