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HOMILIA DO 17º DOMINGO COMUM (ANO A)

 

Neste domingo, terminamos a reflexão das parábolas do Reino com esta pergunta de Jesus: “Entendestes tudo isto?”. Não se trata de uma compreensão académica e intelectual, própria dos estudantes universitários, mas de uma compreensão inteligente, ou seja, com a inteligência da fé, com a sabedoria pedida a Deus pelo rei Salomão, como narra a primeira leitura: “Dá-me um coração inteligente, para saber distinguir o bem do mal”. Jesus transmite esta inteligência, porque é um dom de Deus. E quais são as suas características?

É uma inteligência prática, didática e ao serviço do amor. 1) É uma inteligência prática, não especulativa que nos orienta a viver retamente segundo a vontade de Deus. Com ela saberemos distinguir o bem do mal (recorde-se a parábola do trigo e do joio do domingo passado). Não é fácil manter o nosso interior na verdade quando na sociedade atual pratica-se muito a mentira e a intriga, arranjam-se sempre palavras para defender e desculpar qualquer coisa, para abafar e “mascarar” seja o que for. O sábio, “especialista” no Reino de Deus, não é um inquisidor que descobre erros em todos os lados; pelo contrário, sabe ver a ação de Deus neste mundo obscuro. Por isso, o seu pensamento é apreciado por todas as pessoas, porque sabe ser sereno e correto. O dom da sabedoria leva consigo o dom do conselho; 2) Por isso, é uma inteligência didática, ou seja, consegue transmitir lições para a vida com uma linguagem acessível a todas as pessoas. O sábio no Reino de Deus não corre atrás das grandezas e das elites. A ele aplica-se um versículo do salmo deste domingo: “a manifestação das vossas palavras ilumina e dá inteligência aos simples”; 3) É uma inteligência ao serviço do amor, do bem comum e não em proveito próprio. No sábio cumpre-se o que diz S. Paulo, na Carta aos Romanos, na segunda leitura: “Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam”. O modelo desta sabedoria prática e vital e a sua transmissão aos simples é Jesus Cristo. Como diz S. Paulo, na segunda leitura, nós estamos predestinados para sermos “conformes à imagem” do Filho de Deus.

As últimas quatro breves parábolas do Reino apresentam as quatro imagens que resumem as escolhas de um sábio: o tesouro escondido, a pérola, a rede e o tesouro pessoal. 1) O sábio, que encontra o tesouro, arrisca, toma decisões para ele e para os outros. Desprende-se do seu conforto para alcançar um futuro melhor, ainda que seja incerto. O Reino de Deus é, como o tesouro no campo, a coroa da nossa vida, mas é necessário “vender” tudo. Na nossa entrega, experimentamos a alegria de Deus. Quem não se entrega não é prudente, mas avarento e cobarde; 2) O sábio, comerciante de pérolas preciosas, é aquele que sabe apreciar o valor escondido das pessoas. Tantas vezes dizemos: “É uma joia de pessoa”, falando das qualidades de alguém. Quanta riqueza, quanta beleza se perde em pessoas que não se poliram nem se deixam polir por Deus, como se faz com uma pérola preciosa! 3) O sábio pescador é aquele que trabalha todos os dias lançando a rede. Sabe que não terá sempre uma pesca boa. Trabalhar no Reino de Deus é uma tarefa árdua e penosa. O sábio ama e serve todas as pessoas, mesmo as que lhe são falsas; 4) Finalmente, a sabedoria do Reino enriquece a pessoa para que possa lutar pelo bem de todos. Deus é cuidadoso, mas conta com as nossas capacidades para fazer o bem, como “um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas”. Por isso, longe de nós a preguiça e a insensatez.

Somos frágeis, inseguros, imperfeitos. Mas somos filhos de Deus. Sem a sabedoria de Deus, somos nada. Com a sabedoria de Deus, somos imagens de Jesus Cristo, o Filho de Deus, Único e Verdadeiro.