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MENSAGEM DE NATAL 2012

Pároco de Mangualde Jorge Alberto da Silva Seixas

O Natal é uma notícia que foi muito bem anunciada e comunicada, como nos mostram os seguintes textos da Sagrada Escritura: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz… o seu poder será engrandecido numa paz sem fim, sobre o trono de David e sobre o seu reino, para o estabelecer e consolidar por meio do direito e da justiça” (Isaías); “Manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos, para vivermos, no tempo presente, com temperança, justiça e piedade” (S. Paulo a Tito); “Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos, hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura… uma multidão do exército celeste louvava a Deus, dizendo: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados” (o anjo aos pastores); “Àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus… E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória…” (S. João).

Uma leitura atenta destes textos sugere-nos quatro pontos de reflexão:

1 – Comparar o Natal a um momento esplendoroso de luz tem a sua razão de ser, precisamente no momento em que na natureza o sol começa a vencer a sua luta contra as trevas (os dias começam a crescer). Mas aqui a luz não é somente aparência e imagem, mas é sinal de que “a paz, estabelecida e consolidada por meio do direito e da justiça, impõe-se no reino de David”. A paz no coração e a paz na sociedade são sempre repletas de luz. A violência e a vingança preferem as trevas. Natal é luz que chega para vencer a luta contra toda a classe de trevas.

2 – O que podemos fazer neste Natal? Encontramos a resposta na Carta de S. Paulo a Tito: viver no tempo presente com temperança, justiça e piedade, ou seja, viver uma vida sóbria, honrada e orante. Uma vida sóbria recorda-nos a primeira bem-aventurança: “Felizes os pobres, porque é deles o reino dos céus”; uma vida honrada é pautada pelo princípio de que as pessoas são consideradas mais importantes do que os bens materiais; uma vida orante expressa a necessidade de ir alimentando a nossa fé com a oração, os sacramentos, o silêncio e o diálogo com as outras pessoas.

3 – O anúncio feito aos pastores expressa duas coisas: em primeiro lugar, Deus manifesta-se aos pobres e aos humildes; em segundo lugar, Deus apresenta-se na simplicidade de uma criança envolta em panos e que nasceu numa gruta de animais. Quando tantas pessoas, talvez nós também, se questionam onde encontrar Deus, a contemplação do mistério do Natal é uma manifestação (epifania) de como e onde o podemos encontrar.

4 – Este último ponto de reflexão brota das palavras de S. João no prólogo do seu evangelho: “aqueles que o receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus”. Quanto mais vivermos o Natal, mais consciência teremos de que somos filhos e filhas de Deus. Uma consciência que nasce do fato de acreditar no seu nome. É a fé, portanto, que nos faz sentir que somos filhos e filhas de Deus; sendo assim, somos irmãos e irmãs.

Vivamos o mistério do Natal como manifestação da bondade de Deus, nosso Salvador, e do seu amor para com os homens. Um Santo e Feliz Natal.

O Pároco

Pe. Jorge Alberto da Silva Seixas