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APRESENTAÇÃO DO SENHOR

A Festa da Apresentação do Senhor orienta, novamente, o nosso olhar para Belém, reconhecendo a identidade de Jesus, Filho de Deus, que ali nasceu, o Redentor esperado pelo povo de Israel. Jesus, Luz dos Povos, é enviado por Deus para restituir algo que se estava a perder com o decorrer dos tempos: a esperança. O mensageiro de Deus torna-se presente no meio da humanidade para que ela não perca a consciência da proximidade de Deus. A aliança de Deus com a humanidade não é algo sem fundamento nem credibilidade. Jesus é o contraste da rotina e da resignação, porque Ele é o cumprimento de todas as promessas de Deus, Ele torna-se visível e está para todos os povos. É Jesus que concretizará o processo de purificação e de limpeza das nossas impurezas e das nossas ansiedades e angústias. O Senhor, que se esperava, sempre ouviu as nossas orações; agora, chega e apresenta-se humildemente para que o possamos reconhecer e acolher.

 

A festa deste dia convida-nos a acolher Jesus com manifestações de grande alegria e júbilo. Ele é o rei dos que esperam, com humildade, o Reino, dos que choram, com amargura, as injustiças da vida. Jesus é Aquele que fala da glória de Deus. Como? Convertendo-se em irmão de toda a humanidade. Ele é o irmão mais velho que nos liberta dos medos e das inseguranças que nos rodeiam. Ele é o sacerdote, ou seja, é a ponte entre Deus e a humanidade, para nos redimir das nossas culpas. Ele é compassivo com todos e com as suas palavras e obras entrega-se por nós (veio para servir). Ele é o fundamento da nossa fé. Graças a Jesus, hoje, cada um consegue entender a sua dignidade, apesar de todas as dificuldades que nos rodeiam. Jesus renova em nós a consciência e a realidade da sua aliança, do pacto de amor e salvação que Deus fez com toda a humanidade.

Neste dia, não podemos esquecer duas figuras do texto evangélico: Simeão e Ana. Eram de idade avançada, mas reconheceram naquele menino o Messias, Luz e Salvação de todos os povos. Simeão descobre o salvador no anonimato de uma cena que se repetia todos os dias no Templo de Jerusalém: pais que levavam o seu primeiro filho ao templo. Reconhece em Jesus o Salvador de todos os povos, a luz das nações; dá conta que a luz e a salvação só acontecerão com combate e derramamento de sangue. Simeão e Ana representam aqueles que viveram com paciência, aqueles que nunca perderam a esperança, que nunca desanimaram, que souberam ultrapassar as dificuldades de todos os dias, aqueles que foram sempre “jovens”, porque nunca perderam o entusiasmo. Eles representam aqueles que sempre confiaram na promessa da vinda de Deus, porque sabiam que Deus nunca nos engana nem se esquece das suas promessas. As palavras de Simeão estão cheias de alegria, de fé e de esperança. Isto acontece com todos aqueles que não desanimam e que têm esperança num futuro melhor. Como se vive assim? Procurando Jesus todos os dias. Nos olhos de quem procura Jesus todos os dias haverá sempre, ao mesmo tempo, lágrimas de alegria, de emoção, de insegurança e de firmeza.

Os pais de Jesus foram ao Templo para cumprir a Lei de Moisés. Simeão e Ana, movidos pelo Espírito Santo, viram Jesus. Fizeram a sua experiência de fé que orienta as suas vidas para Deus, sabendo esperar e tendo paciência, sem desesperar. Tenhamos paciência na vida. Não desanimemos. Olhemos a realidade da nossa vida com olhos de fé e não com olhos que ficam pelas primeiras impressões. Também hoje Jesus se apresenta no meio de nós. Continua a apresentar-se no anonimato e na humildade. Basta procurá-lo.