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Vigília Pascal

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HOMILIA DA VIGÍLIA PASCAL

 

Mais um ano, mais uma vez, recebemos a grande notícia, o anúncio solene e salvador. Jesus ressuscitou. Aquele que morreu na cruz, vive. E vive pelos séculos dos séculos. O Senhor, vencedor da morte e do pecado, está no meio de nós. A ressurreição de Jesus é a verdade plena da nossa fé em Jesus Cristo, nosso Senhor. É a verdade vivida e credível da primeira comunidade cristã de Jerusalém, depois em Antioquia, Corinto, Roma…, transmitida pela tradição, confirmada pelos textos do Novo Testamento, pregada como parte essencial do Mistério Pascal como a morte do Senhor na cruz.

 

O Senhor ressuscitou! É verdade! Tudo o que Jesus disse e fez por nós é verdade. A nossa esperança está bem fundamentada e está firme. Há futuro. Temos futuro! Não tenhamos medo. Da profundidade das trevas, brota uma luz. De entre os mortos, Jesus ressuscitou “cheio de vida”. Abraçou-se à cruz com amor tão grande para nos dar a vida. Entregou livremente a sua vida para nos dar a vida. Dom de vida de quem nunca morre. Vida de filho de Deus. Como Ele. Com Ele. Graças a Ele. São Paulo escrevia aos fiéis de Corinto: “Transmiti-vos, em primeiro lugar, o que eu próprio recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; apareceu a Cefas e depois aos Doze” (1Cor 15,3-5). O Apóstolo fala da tradição viva da ressurreição que ele tinha recebido depois da sua conversão às portas de Damasco.

 

“Ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galileia. Lá O vereis. Era o que tinha para vos dizer” (Evangelho). Jesus e os apóstolos eram naturais da Galileia dos gentios. Por isso Jesus era conhecido como o Nazareno. Era o local das suas famílias, dos seus trabalhos, dos seus amigos. Era ali que haviam de ver Jesus ressuscitado. Também a nós acontece o mesmo. Reconheceremos o Senhor ressuscitado e seremos suas testemunhas em casa, no trabalho, nas nossas relações sociais, entre os nossos amigos.

 

Por isso, a vida cristã é a participação na vida de Cristo Ressuscitado. A vida cristã não é uma bonita ilusão, onde não há dificuldades, nem sofrimentos, nem problemas. A vida cristã é viver o grande dom amoroso de Deus (a vida de filhos de Deus que provém da morte e da ressurreição do seu Filho), em todos os momentos. “Nós fomos baptizados em Jesus Cristo…considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Cristo Jesus” (Epístola). Assim participamos na vida do ressuscitado. Seguindo Cristo e em união a Ele, nós podemos ser imitadores de Deus, como filhos amados, vivendo na caridade, moldando os nossos pensamentos, as nossas palavras e as nossas acções segundo os sentimentos de Jesus Cristo, seguindo o seu exemplo.

 

“Não tenhais medo”, diz Jesus tantas vezes! Convida-nos a ser testemunhas humildes, mas valentes. Pede-nos para continuarmos a sua obra, a sua passagem por este mundo fazendo o bem. Que abramos horizontes de esperança aos pobres, aos oprimidos deste mundo que beneficia os ricos e os poderosos. Como Jesus, vamos incendiar a terra com um fogo de amor que purifica e transforma. Vamos denunciar a injustiça com a honestidade da vida. Vamos levar a paz aos que sofrem opressão, solidão e doença. Nunca nos envergonhemos de ser cristãos. É difícil a missão, mas temos a força e a alegria de Jesus ressuscitado. A Páscoa de Jesus dá-nos força para percorrer o caminho de uma vida nova: uma vida cristã coerente com a fé que professamos. Por isso, renovamos hoje as promessas do nosso baptismo e comprometemo-nos a servir a Deus fielmente na comunhão com a Santa Igreja, amando e servindo os irmãos, sobretudo os que mais necessitam da nossa compreensão e da nossa ajuda. Só assim, espalharemos a alegria da Páscoa.

 

Procissão do Enterro do Senhor

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HOMILIA DE 6ª FEIRA SANTA

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“Eis o madeiro da Cruz, no qual esteve suspenso o Salvador do mundo”. Fixemos o nosso olhar em Jesus morto na cruz. “Eis o homem”, disse Pilatos, mostrando-o à multidão. Foi insultado por todos e despojado de tudo. Todavia, suportou os nossos sofrimentos e aguentou as nossas dores. Foi trespassado pelas nossas revoltas, triturado pelos nossos males. Caiu sobre Ele o nosso castigo. As suas chagas curaram-nos. Ele, o Justo, justificará a muitos. Tomou sobre si o pecado de muitos e intercedeu pelos pecadores a Deus Pai. Consagrado sacerdote para sempre é fonte de salvação eterna para todos que O reconhecem como Mestre, Senhor e Salvador.

 

A morte de Jesus Cristo na cruz é o definitivo sacrifício pascal, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. É o sacrifício da Nova Aliança que realiza a salvação definitiva da humanidade e que restabelece a comunhão entre o homem e Deus, reconciliando-o com Ele, pelo sangue de Cristo derramado para o perdão dos pecados. Este sacrifício é um dom de Deus Pai: o Pai entrega o seu Filho para nos reconciliarmos com Ele. E é também uma doação amorosa do Filho de Deus feito homem, que livremente e por amor oferece a vida a seu Pai, a fim de reparar a nossa desobediência. Assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, também pela obediência de um só homem todos se converterão em justos. Entregando-se à morte pela humanidade, Jesus foi o Servo sofredor que oferece a sua vida em sacrifício “tomando o pecado de muitos”, “justificará a muitos e tomará sobre si as suas iniquidades”, como profetiza Isaías.

 

Jesus tornou-se para todos os que lhe obedecem, causa de salvação eterna. Agora, salvos pelo seu sangue, Cristo chama-nos a ser seus discípulos, a carregar a nossa cruz e a segui-Lo. Jesus padeceu a sua paixão para a todos nos deixar o seu exemplo. Perante Jesus Cristo morto na cruz, ergamos a nossa oração humilde, confiante, fraternal, com profundo agradecimento, com a certeza firme de que somos amados pelo amor fiel e eterno de Deus. Como o centurião romano, como Nicodemos e José de Arimateia, como João e as piedosas mulheres que acompanhavam Maria, sua Mãe, de pé junto à cruz do seu Filho, façamos a nossa profissão de fé no Filho de Deus e nosso Redentor. Renovemos o nosso compromisso de permanecer firmes junto às nossas cruzes, ou seja, no dever que cada um tem na sua casa, na profissão, com a vizinhança e com todos os que o rodeiam, perseverante no amor fraterno, dando testemunho da nossa fé e da nossa esperança.

 

Antes de expirar, Jesus viu a sua mãe junto à cruz e ao discípulo João, a quem tanto amava. Disse à mãe: Mulher, eis aí o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis aí a tua mãe”. Jesus deu-nos tudo. Do seu lado aberto, morto na cruz, nasceu a Igreja. Ao entregar-nos a sua mãe, ela torna-se a mãe de todos os discípulos, a mãe da sua Igreja. A Jesus não lhe tiram a vida. Ele a dá livremente por todos. Jesus morre como um Rei, cumpridor da vontade do Pai e como testemunha da verdade. Por tudo isto, “nós vos adoramos e bendizemos, ó Jesus; que pela vossa santa cruz remistes o mundo”.