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NOSSA SENHORA DO CASTELO

8 DE SETEMBRO  

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“Celebremos com alegria o nascimento da Bem-aventurada Virgem Maria, da qual nasceu o sol da justiça, Cristo, nosso Senhor” (Cântico de Entrada). Todos os anos, neste dia, o olhar das gentes da Terra de Azurara orienta-se para o imponente Santuário em honra da Virgem Maria, invocando-a como Nossa Senhora do Castelo. Esta tradição crente é expressa pela tradicional participação nesta celebração dos Autarcas desta cidade, das Instituições e Colectividades e de muitos fiéis que acorrem em súplica e em acção de graças aos pés da Mãe do Céu. Celebramos o dia do nascimento de Nossa Senhora que foi para todo o mundo a esperança e a aurora da salvação (Oração depois da Comunhão).

A Natividade de Maria é o prelúdio do Natal de Jesus porque, com a sua aparição no mundo, começa a concretizar-se o projecto de Deus para a vinda do Seu Filho divino. Na Virgem de Nazaré o Altíssimo prepara aquela que será a sua Mãe. A Mãe pré-anuncia o Filho, diz que o Filho está a chegar, que as antigas promessas de salvação da humanidade se vão converter em história. A grandeza de Maria reside toda nesta verdade: é a criatura escolhida por Deus para Mãe do Seu Filho Unigénito. O profeta Miqueias, como ouvimos na primeira leitura, anunciou-a como “aquela que há-de dar à luz”, indicando o tempo do seu parto como o início de uma nova era, quando “de Belém-Efratá… há-de nascer Aquele que reinará sobre Israel”. Assim, em Belém, com o nascimento de Jesus, começará a era da salvação messiânica.

A Natividade de Maria é, pois, a aurora da redenção; o seu aparecimento projecta uma luz nova sobre toda a humanidade: luz de inocência, de pureza, de graça que antecede a grande luz que inundará a terra quando aparecer Jesus, “luz do mundo”. A Virgem Maria, preservada do pecado e cheia de graça, em previsão dos merecimentos de Cristo, não só anuncia a redenção próxima, mas também leva em si mesma as suas primícias, como a primeira a ser redimida por seu divino Filho. A sua Conceição Imaculada é a primeira flor, nascida antecipadamente, do mistério pascal; flor que alegra o mundo e atrai a benevolência do Altíssimo.

Depois do nascimento de Jesus nenhum outro nascimento foi tão importante aos olhos de Deus e tão precioso para o bem da humanidade como o de Maria. Contudo, este nascimento passou despercebido: ninguém o registou, nada diz acerca dele a Sagrada Escritura. A origem de Maria perde-se no silêncio, como também no silêncio se perdeu toda a sua vida. A Natividade de Maria é um acontecimento grandioso envolto na mais profunda humildade. Quanto mais o homem quer crescer aos olhos de Deus tanto mais pequeno e humilde terá que ser, escondendo-se aos Seus olhos e aos dos outros.