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Em homenagem à D. Laurinda de Jesus Laires, que completou 100 Primaveras no passado dia 19 de novembro, fica o registo do poema que a família lhe dedicou:

Há 100 anos nos Passos nasceu uma menina linda
A quem os pais chamaram Laurinda
Muito cedo foi trabalhar
Cuidar de meninos e em casa ajudar

Em Mangualde conheceu o José
Com amor e muita fé
E às escondidas dos patrões
Uniram para sempre seus corações

Antes de assentar pé na Malcata
Nasceu a formosa Maria da Graça
Também fruto desta união linda
Nasceu a bela Gracinda

Da Malcata para São Romão
Foi um grande decisão
Não era coisa que se faça
Mas havia falta de massa

Outros rumos haveria a explorar
Mais apropriados ao quadro familiar
E a Quinta do Carvalhedo os acolheu
Aonde uma nova esperança renasceu

Com a ansiedade de  um menino
Nasceram o Manuel, o António e o Celestino
Não foi só um, ou dois, mas três,
Foi a conta que Deus fez

A faina do campo e da casa era árdua,
A entrega do leite pela vila sem mágoa
Durante anos e anos, muitos meses
Afim de satisfazer os fregueses
Regressando ao lar para se ocupar
Dos filhos, do almoço e do jantar

Ano após ano o tempo passava
E a família já numerosa ainda aumentava
A engraçada Isabel chegou
Seguida pelo Rui, que as portas fechou

Do Carvalhedo haviam de sair
Pois outros horizontes havia a descobrir
Com família grande e casa pequena
Foram todos para a quinta da Pena

A vida na Pena melhor sorria
Agora com  transistor mas sem telefonia
Desde a entrega  do leite, e à venda na praça
Tínhamos uma mãe cheia de raça

Duas guerras mundiais e o homem na lua
O 25 de Abril e os cravos na rua
Televisão, Internet. Ate o Brexit chegou
Eventos que a Laurinda acompanhou

100 anos, mas que maravilhosa idade
Sempre com discernimento e dignidade
Agora no conforto de um outro lar
Mas sempre com o afeto familiar

Obrigado a todos por aqui estarem
A partilhar a nossa alegria e festejarem
Faltam dois que Deus levou e que cá não estão
Mas sempre presentes na nossa memoria e no nosso coração
 
Neste dia especial e para terminar
Levantem os nossos copos para brindar
À saúde e companhia da  mãe Laurinda
Pelos 100 anos de uma vida tão linda.

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Missa

No dia 20 de Março de 2013, pelas 10h30, no Lar Padre António Pinto Lobinho, celebrou-se a Eucaristia, presidida pelo Sr. Cónego Seixas.

Nesta celebração, onde foi feita a unção dos doentes, estiveram presentes os utentes do Centro de Dia, Lar de Idosos e Serviço de Apoio Domiciliário.

A Eucaristia realizou-se na sala do Centro de Dia, e foi animada pelos nossos utentes com a ajuda da Educadora Social.

Os utentes do Apoio Domiciliário que estiveram presentes agradeceram o convite que lhes foi feito, esperando que quando haja mais iniciativas voltem a ser convidados.

 
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Benefícios da Fisioterapia na Terceira Idade

 

O envelhecimento é um processo comum a todos os seres vivos, responsável por alterações fisiológicas, como por exemplo:

  • diminuição da espessura do osso;
  • perda da força muscular;
  • perda gradual da flexibilidade;
  • aumento da rigidez articular com consequente diminuição da amplitude de movimento;
  • redução da sensibilidade discriminativa (maior dificuldade em identificar objectos pelo tacto, por exemplo);
  • diminuição da sensação da posição dos membros (pernas e braços) e das articulações, o que pode diminuir a coordenação dos movimentos e equilibrio.

Todo este conjunto de alterações induzem transformações que interferem directamente na funcionalidade da pessoa idosa no seu dia-a-dia, tornando-se mais difícil a execução de actividades como andar, subir e descer escadas e até mesmo o acto de se levantar de uma cadeira ou da cama.

A implementação de estratégias de prevenção, como a prática de actividade física regular e de programas de reabilitação, promove a melhoria funcional e minimiza ou previne o aparecimento de limitações nas actividades diárias.

A Fisioterapia sendo uma ciência que se centra na análise e avaliação do movimento e da postura, com a finalidade primordial de ajudar a atingir a máxima funcionalidade e qualidade de vida (percepção individual da posição na vida, no contexto do sistema cultural e de valores da sua sociedade), pode prevenir muitas das alterações que surgem durante o processo de envelhecimento implementando programas de reabilitação com exercícios físicos que levem à melhoria da força muscular, equilíbrio, coordenação, flexibilidade, resistência, saúde mental, controlo motor e função cognitiva, ajudando a prevenir, também, as quedas (a maior causa de incapacidade entre a população idosa).

A actividade física garante a manutenção da capacidade funcional e da autonomia nas últimas décadas de vida. Apesar de o envelhecimento ser um processo natural, este depende em grande parte dos comportamentos e hábitos de vida do indivíduo.

O idoso poderá ter benefícios durante a fase de envelhecimento caso seja social, intelectual e fisicamente activo. Neste sentido, o exercício físico é o mais importante contributo para um envelhecimento saudável, permanecendo activo durante um período mais longo.

Sabe-se que a participação dos idosos em programas de exercício físico regular pode influenciar o processo de envelhecimento nomeadamente na qualidade de vida, expectativa de vida, melhoria das funções orgânicas, garantia de maior independência funcional e efeito benéfico no controlo, tratamento e prevenção, tais como: diabetes, cardiopatias, hipertensão, arteriosclerose, insuficiência venosa, patologias respiratórias, artrose, distúrbios mentais (depressão), artrite e dor crónica.

 

 

“Que ao envelhecer permaneça belo…

Há tantas coisas boas para fazer.

O ouro, as rendas, o marfim e as sedas

Não precisam de ser novos.

E as velhas árvores também curam,

As velhas ruas também têm encanto.

Então, por que não poderei eu, como elas,

Permanecer belo ao envelhecer?”

 

 

Fisioterapeuta: Tânia Trigo

 

 
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Os idosos…

 

Agora velhos, inválidos, curvados com o peso da idade e dos anos, perdeu-se todo o vigor das nossas energias e muitos já não podem assumir os compromissos do dia-a-dia.

Enfraquecidos, trémolos, apoiados ao nosso cajado, com muito custo lá nos vamos arrastando e movendo, anunciando em cada dia que passa a nossa última Páscoa.

São muitos os que nesta fase carecem de ajuda, de amparo, de quem os conforte, de quem lhes dê carinho e um pouco de calor humano. Na falta de tudo isto, muitos recorrem aos lares de acolhimento e Centros de Dia, à procura de quem os receba, os acolha e lhes dê o abraço de boas vindas.

É isso que faz o Centro de Dia do Complexo Paroquial de Mangualde, que os acolhe, os protege e cuida. Muitos passam lá o dia em convívio, enquanto que a outros lhes é levada ao domicílio a principal refeição.

Com este apoio já se pode estar e viver mais descansado todas as Páscoas que nos restam, sem que sintamos a falta de uma refeição quente que nos alimente, nos aqueça o corpo e fortifique a alma.

Os filhos têm o sagrado dever de cuidarem dos seus pais, de lhes dar o necessário apoio, só que as suas vidas e afazeres, por vezes não o permitem, e outros não querem assumir esse encargo. Assim:

 

Fica-se desamparado

E quase que esquecido

Vive-se numa escuridão,

É como andar perdido.

Falta quem nos dê a mão.

Vai um para cada lado,

Cada qual trata de si.

Quando se perde o melhor bem

A vida é solitária,

É o fim que a gente tem.

 

Não desprezem os velhinhos

Que têm pouca lucidez,

Alguns já mal podem andar,

Também chega a vossa vez.

Ela não vos vai poupar,

Vai bater à vossa porta,

Para vos visitar,

Vai chegar a qualquer hora.

E quando menos se contar,

Vem fazer-vos companhia,

Para vos atormentar.

 

Quase nem se dá por ela,

Mas com os anos a passar,

Vai-nos encurtando a vida.

E a saúde nos tirar.

E para nosso desgosto,

Já traz consigo as rugas,

Para nos colocar no rosto.

Isso é uma certeza,

Não a podemos evitar,

Mesmo pondo-nos à defesa.

 

Nem um sorriso alegre

Ela nos deixa expressar,

E toda a felicidade

A velhice nos vem tirar.

De nós não tem compaixão,

Temos mesmo de a aceitar.

A juventude passou

Quase sem se notar

E já todos nós sabemos,

Que a velhos vamos chegar.

O tempo tudo nos levou

Com a vida a desandar.

 

Ainda o Centro de Dia

Eu quero inaltecer

É uma dádiva de Deus

Que nos ajuda a viver.

Quero dar-lhes o meu louvor,

É esse o meu dever,

Somos como uma família,

A fazermos amizade,

Para melhor vida se ter.

 

Com a ajuda que nos dão,

A vida sofre mudanças.

E com a graça de Deus

Renovam-se as nossas esperanças.

O Centro é uma riqueza,

De onde muito nos vem,

Acaba-se a nossa pobreza,

Com este tão grande bem.

 

Aos que passam lá o dia

Não lhes deixam faltar nada,

Têm sempre a mesa posta

E a roupinha lavada.

Aos que estão nas suas casas,

Muito bem atendidos são,

É-lhes levada ao domicílio

A principal refeição.

À casa fazem limpeza,

Com uma vontade tamanha,

A deixam uma beleza.

 

Temos ainda outro bem

Que a gente nem esperava,

Toda a roupa da semana

Lá também nos é lavada.

Muito bem arranjadinha,

A ferro muito bem passada.

O trabalho que lá fazem

É feito com muito brio,

As pessoas que o fazem

Merecem um elogio.

 

Lavam-nos também a louça

E limpam também o pó,

Fazem-nos os recados,

Tudo isso e não só.

As senhoras ao serviço

São de uma extrema dedicação,

Tratam-nos com muito carinho,

A nada dizem que não.

Resolvem-nos os problemas,

Logo na ocasião.

 

Os utentes são bem cuidados.

Quando se sentem mal,

Lavam-nos à consulta

E até ao hospital.

Dão-lhes toda a assistência

Para os aliviar,

Como me dizia a Dona Tânia

Algum tempo já passado,

“Esta é uma casa sagrada”

Quem vem para cá doente,

Depressa fica curada.

 

Mas isto é para os que têm sorte

Que desfrutam cá de um bom bocado.

Os que a não têm

Esticam o pernil

E tombam para o lado.

Dizem adeus à vida,

Não dão mais conta do recado.

Fazem companhia à morte,

E tocam ao rasgado.

 

António Rocha Barra

(Utente do Serviço de Apoio Domiciliário)

 

 

 

 
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Com quase 105 anos, a D. Maria do Céu Beirão, ainda tem a destreza de nos brindar com o seu contributo para o Jornal “O Alegrete” (jornal anual do Centro de Dia).

 

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