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(PÁSCOA ANO 2015)
Mais um ano se passou e quase nem se deu por isso, estes doze meses decorridos, não deram para esquecer a pascoa que á um ano nos deixou. O calendário da vida não para, para isso acontecer não há nada que se faça e nem da para entender, como rápido o tempo passa. A sua companheira primavera, já a cá temos, todos os anos se antecipa, porque quer chegar mais cedo. Nos já estamos de mangas arregaçadas, á espera da Pascoa deste ano, para a receber – e lhe darmos as boas vindas. Sabemos que ela já vem a caminho e nos seus passos lentos e vagarosos, não vai tardar a chegar. Esperamos que na sua bagagem, nos traga boas novas, como sempre tem acontecido, nos anos anteriores. Com a sua chegada, o nosso coração transborda de alegria, os nossos olhos já deslumbram o desbrochar da natureza, com as árvores em flor. E não vai tardar, que as mesmas nos presenteiem com aroma e paladar, dos seus deliciosos e apreciados frutos, amadurecidos com o calor do Verão. O Inverno já se foi embora – e com ele levou o frio e a chuva e todo o mau tempo, tudo isso nós sofremos, sem ser a nosso contento. Com a sua partida, deu lugar á chegada da primavera, que todos os anos nos vem presentear, com a chegada de mais uma Pascoa. Nessa altura tudo começa a desenvolver-se e a ter vida, os dias são mais longos e mais quentes, o nosso corpo também aquece, fica com mais actividade, para nos por mos em movimento. Como sempre, a Pascoa traz-nos muitas coisas boas, desde as regalias materiais, ate á paz interior. Só que nós muitas vezes, nem sequer nos apercebemos, que ela nos presenteia, com tantas beldades. Também nos vem lembrar para pôr-mos em dia, os nossos deveres religiosos e não só – e nos incentiva e encoraja, a esquecer-nos a nós pelos outros. Lembro aqui, a parábola do bom samaritano, julgo não haver ninguém que não a conheça, ela é longa e não da para anotar toda, mas nunca é demais recorda-la, por isso, deixo aqui um pequeno resumo, para lembrar o que nos toca mais fundo. “É assim” – o samaritano no percurso da sua viagem, a dada altura deparou-se com um Homem, caído e ferido, a sofrer á beira da estrada. Condoeu-se dele – e mesmo sem o conhecer, não hesitou em lhe prestar o necessário socorro, apesar do moribundo não incomodar ninguém, com os seus lamentos e queixumes. – É assim a dor de quem sofre em silencio, quando mais se precisa, menos ajuda se pede. O samaritano ao ver o seu próprio naquele estado, colocou-o sobre o dorso só seu jumento – e transportou-o ate a primeira estalagem. Chegados la, solicitou a presença do estalajadeiro e o encobriu de tratar do doente, ate ao seu total restabelecimento. Apesar das suas poucas posses, prontificou se a pagar todas as despesas, que por ventura viessem a ser feitas conferido, - e cuja importância saldava no seu regresso. A Pascoa é tudo isto, esquecermo-nos a nós, para ajudar os outros. Não devemos negar nunca, a nossa ajuda a minguem, pois só assim com este exemplo, é que podemos mostrar ao mundo, que não somos nós que vivemos, mas sim Cristo é que vive em nós. É Pascoa!... Esta frase profética, resume-se á ressurreição de Jesus, nesta quadra pascal, não se dispensa uma palavra, sobre este tão grande mistério. Acontecimento de grande incidência, na vida de todas as gerações- E isso nos lembra o próprio evangelho. Que nos diz. Aproxima-se a vinda do senhor, ou melhor, comemora-se a sua ressurreição- e nenhum cristão pode ficar alheio, a este tão grande e memorável acontecimento. Ele o Senhor é alguém no meio de nós, alguém que é razão de ser, e que devemos seguir e conhecer. Mas tudo isto só conseguimos, se seguirmos os conselhos que nos dava João Batista, á cerca de dois mil anos. Ele está no meio de nós dizia o santo, ainda hoje o senhor está no meio de nós, muito próximo e acessível, só que muitas vezes não nos apercebemos da sua presença. Não devemos pensar, que ele vem com aparências milagrosas:- (Não isso não) - ele não vem assim! Vem sim Senhor, quando aceitamos que o que nos diz o evangelho, - vem quando lemos a Bíblia ou a sagrada escritura, - vem quando assistimos a santa missa e recebemos a eucaristia – vem ainda quando ajudamos alguém, a resolver os seus problemas e carece da nossa ajuda e protecção. Estes acontecimentos, são os meios de que o senhor se serve, para bater a nossa porta e no nosso coração, para nos dizer que tudo isto é Pascoa. Nesta quadra festiva, façamos como o senhor, que não descrimina ninguém, ele está dia e noite de braços abertos, para nos atender e desculpar os nossos erros. Sempre atento e disponível, Para nos dar atenção, Seu amor e infinito, A nada nos diz que não, A Pascoa vem-nos lembrar, A sua Ressureição, O senhor ressuscitado, Desculpa as nossas faltas, E dá-nos o seu perdão. Para nos proteger, Está sempre a nosso lado, E para nos defender, Anda sempre a nos ligado, Podemos contar com Jesus, Agora ressuscitado, Liberto da sua cruz, Desculpa o nosso pecado. Indica-nos o bom caminho, E no mesmo nos conduz, Não nos deixa andar sozinho, Ele e toda a nossa luz, Segue-nos todos os passos, Alivia-nos a cruz, Todas as horas do dia, É Pascoa, ressuscitou Jesus, Aleluia!... Aleluia!... Eu vim para servir – e não para ser servido, disse o senhor, também nós, para termos uma boa Pascoa, devemos fazer como ele, esquecer-nos a nós para ajudar o nosso próximo, pois só assim é que a Pascoa tem o seu verdadeiro sentido. O senhor nunca nos desampara, ele caminha a nosso lado todos os dias e muitas vezes não reconhecemos, - como já atras referi,, reconhecemos sim, como nos continua a dizer João Batista, se tens duas túnicas reparte-as com quem não tem nenhuma. Reconhece-lo, quando não usamos de violência e quando não acusamos ninguém injustamente. Estes conselhos ainda hoje são actuais – e para todos nós, que vivemos nestes dias que correm e se os aceitarmos, decerto que já estamos a viver uma boa e santa Pascoa. E pelo nosso exemplo, podemos fazer passar, todos estes ensinamentos dados pelo santo; - e sendo assim porque esperamos? Não podemos ficar, de braços cruzados, á espera do dia de amanha, porque esse dia para nós, pode não amanhecer, nem romper a aurora. Na quadra festiva da Pascoa, em quase todos os lares se comemora, a Ressureição de Jesus, que este mistério, ao entrar na mente das crianças, entre também no nosso coração de adultos e nos desperte para viver com alegria e entusiasmo a Pascoa; - já que ela e festa por excelência. E assim de consciência limpa e alma lavada possamos ir tranquilos, confiantes e sem receio, beijar a cruz do nosso redentor que se fez menino, para com um mais á vontade, possamos ir ate ele. O menino Deus - é aquele, de quem São Paulo escreve numa das suas pistolas: - e diz, sei em quem acredito. Estas palavras, devem ser também, as de todos nós, pois só assim, é que podemos mostrar e dizer, que também somos meninos para Deus e Homens para o mundo e para o nosso próximo. “São Paulo continua a dizer-nos” – que se tivermos um coração terno e generoso, podemos abrigar nele toda a humanidade. No entanto, diz-nos ainda, que mesmo que nós faça-mos tudo todos os dias o que ele nos diz, não passamos de uns seres torpedos e balofos, que a maior parte das vezes só pegamos e nada fazemos, que só enxergamos com os olhos do corpo – e fechamos os olhos do coração e da alma. E em vez de avançar – e seguirmos em frente, retrocedemos a marcha, e desviamos os outros, que caminham a nosso lado. Muitas são as vezes, que o senhor nos aparece e se á beira de nós, disfarçado de mendigo. Viramos a cara para o lado, para não o encarar de frente – e olhamos para ele, como se fossemos vesgos, só olhamos de frente e a direito, para os nossos interesses pessoais. O senhor não é assim, ele olha-nos de alto a baixo par nos poder julgar. Continuando digo: - que com a pessoa a chegar, toda a natureza está em festa e digna de se louvar. Quando chega a primavera, Todos os anos e assim, E nesta altura da Pascoa, O mundo é um jardim, Com as papoilas encardas, A brilhar entre os trigais, São tão belas e delicadas, Com as rosas nos rosais. Se espraiarmos a visão, Mais beleza vamos ver, Toda essa imensidão, Da vista a desaparecer, Com as árvores em flor, E tudo a verdegar, De uma infindável beleza, E de uma graça sem par. É uma grande riqueza, Que Deus manda lá do alto, Alindar a natureza, De socalco em socalco. É uma graça divina, Que nos vem presentear, E Deus teve a gentileza, De com ela nos prendar. Os montes as serras e os vales, Estão todos em flor, De uma limpeza sem igual, Com tudo a mudar de cor, Foram bafejados pela Primavera, Que os visitou, Com o seu bom ideal, A sua graça operou, Com a bênção da suavidade, Os clorizou e matizou. Todos são de admirar, não podemos resistir, sem tudo isto louvar, - e toda esta beleza a devemos conservar. O calor que já se vai sentindo, faz brotar da terra, todas as plantas e arbustos, que com o frio do Outono e do Inverno, se aninharam entre frondosos ervaçais. As árvores que no Inverno, foram fustigadas pelas chuvas e fortes ventos, que as deixou despidas e esqueléticas, estão nesta altura da Pascoa, a deitar os seus novos ramos, verdes e viscosos, com o calor que já se vai sentindo, tudo começa a ter vida. Nesta altura, também deixamos de andar a tremelicar com o frio, mormente os mais idosos, pouco a pouco o calor vai aquecendo os nossos corpos, torna os mais flexível - e com mais facilidade nos pomos em movimento. O sol e o calor, é uma das grandes dádivas, que Deus e a natureza, concede a todo o ser vivo, que habita o planeta terra. Nesta altura da Pascoa, já se ouve o alegre cantar dos passarinhos, a dar-nos a sua música, dos mais variados tons, do seu chilrear. Já se nota o frâmito do esvoaçar das andorinhas, á volta dos beirais das casas, a anunciar-nos a chegada da Pascoa. Já se vêem as borboletas, que embora nocivas mas lindas, matizadas de várias cores, juntas com as libelinhas, a sobrevoar os campos e a beijar as flores. Também já se ouvem, os grilos a cantar, a porta da sua casa, a anunciar as noites quentes, cantam a tempo inteiro, não se fazem nada rugados, na eira e nos lateiros, á grilos por todos os lados. Já se ouve o zumbido das abelhas, por esses campos fora e a volta das suas colmeias: - assim como o estalar do abrir das pinhas, nos espessos e frondosos pinheirais. Já se ouve coxear das rãs , á beira dos riachos, nos lagos e nas possas de água. Já se ouve o cantar do cuco, empoleirado no cruto das árvores – e não vai tardar, a ouvir-se o cantar das cigarras, no meio das cearas e dos trigais, a entoar cantigas aos ceifeiros. Com a chegada da Pascoa, todo o ser vivo desperta, com o ar da sua graça, põem toda a natureza em festa. Nesta quadra festiva, todo o ser que tem vida, se sente feliz e bem, por isso se movem num constante vai e vem. Com o tempo a melhorar, tudo se torna mais belo, são mais lindos os montes, todos os seus arbustos em flor, São mais coloridos os jardins – e mais claras e límpidas, as águas das nascentes, das fontes dos rios, dos lagos e das albufeiras. Sem o calor, não se efectuava a evaporação das águas, que geram e formam as nuvens, que transportam a chuva, que rega o solo, fortifica a terra e da raiz das plantas, o necessário suco para o seu desenvolvimento. Sem o calor nada disto existia e facilmente toda a flora morria. Com todas estas regalias, que Deus e a natureza nos oferece, somos convidados a reflectir, sobre o calor e manado da nossa alma; - a esse calor que nos desperta, encoraja e dá força, para levar mos mais longe, o reflexo da nossa vivencia crista e nos move a praticar. (A caridade) – (A justiça) – (A bondade) (A tolerância) – (O perdão) – (O amor) (E a reconciliação) – estas sete de virtudes movem tudo á nossa volta e em nosso redor – transformam a nossa vida, num mar de águas mansas, onde a nossa barca navega em segurança, em direcção a Deus e ao infinito. Nota: - não podia deixar passar, esta quadra festiva da Pascoa, sem aqui lembrar o nosso centro de dia – para fazer uma merecida alusão e referencia, as senhoras e as meninas que lá trabalham e prestam os nossos serviços. Mais precisamente as dirigentes e responsáveis, da instituição: - nessa casa á de tudo e nada falta, desde o bom trato que nos dão, ate á preciosa ajuda, que tantas vezes nos prestam e para as quais só por nós, não tínhamos capacidade para as resolver. – muito obrigado a todas. Faço votos, para que a Pascoa deste ano, vos incentive e ajude, a manter sempre vivo esse vosso lema de bem servir: - são esses os meus sinceros votos. Uma santa Pascoa, para todos os utentes e pessoal de serviço do centro social e cultural da Paróquia de Mangualde. António Rocha Barra Utente do serviço de apoio do centro social da paróquia de Mangualde |