HOMILIA DO 3º DOMINGO DO ADVENTO (ANO B)

Num local em trevas, uma vela acesa é uma preciosidade, tem um grande valor. A sua chama é uma luz viva que torna possível caminhar sem tropeços. Estamos no tempo do Advento, caminhando para receber Jesus nas nossas vidas e preparando a comemoração do seu nascimento. Neste itinerário adventício, aparece-nos a figura de João Batista que nos ajuda a meditar e a celebrar o mistério da encarnação de Deus. João Batista é a primeira testemunha da Luz, perante as trevas da história do seu tempo. Naquele tempo, o povo judeu vivia oprimido pelo império romano, fazia uma experiência de desolação e de tristeza. João indicou-lhes um novo caminho que levava ao encontro com Jesus.

IMACULADA CONCEIÇÃO

Devido à maravilha do desenvolvimento das técnicas de comunicação, é tão fácil comunicar à distância com os nossos amigos e matar saudades dos nossos familiares. Temos o mundo dentro de nossa casa! Todavia, vivemos num tempo em que encontramos tantas pessoas sozinhas, abandonados na solidão. Também encontramos pessoas isoladas, porque se deixaram escravizar pelo mundo dos videojogos, dos chats (locais de conversação na internet) e nem sequer do quarto saem para comer. Muitas pessoas estão sozinhas, porque perderam o gosto de conversar, de conviver e de estar com os outros. A sociedade tecnológica procurou aumentar e oferecer oportunidades de prazer, mas dificilmente consegue gerar a alegria. São os frutos da cultura consumista! Como sair desta realidade que nos torna mais infelizes e mais solitários?

O Advento propõe-nos um caminho, uma espiritualidade que nos dá esperança perante as decepções da vida. Se podemos contar com alguém que nos pode acompanhar neste caminho espiritual do Advento é Maria, a Mãe de Jesus. Ela viveu uma experiência pessoal de abertura à vontade de Deus e de abertura à responsabilidade para com os outros. Por isso, Maria é Mãe da Igreja, de todos os seus filhos. Maria é uma Mãe de coração aberto. Maria abriu-se ao mistério da encarnação de Deus. Aceitou com o coração aberto a acção do Espírito Santo, gerando nela o Filho de Deus Altíssimo. Aceitou os riscos de tudo o que iria acontecer: os comentários do povo, as dúvidas de José. Aceitou as suas próprias dúvidas, colocando-se nas mãos de Deus: “Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”.