HOMILIA DO 11º DOMINGO COMUM (ANO C)
O texto do evangelho deste domingo narra-nos a presença de Jesus numa refeição em casa de um fariseu. Estando Ele à mesa, entra uma mulher pecadora que, depois de um intenso encontro com Jesus, é perdoada dos seus pecados, o que gerou uma grande surpresa ao fariseu e aos seus convidados que começaram a dizer entre si: “Quem é este homem, que até perdoa os pecados?”. Com as leituras proclamadas neste domingo, a liturgia da Igreja convida-nos a refletir sobre o perdão cristão e sobre a infinita misericórdia de Deus. Perante um pecador, há três maneiras de o encarar: com um olhar de condenação, de indiferença ou de perdão. Na primeira leitura, Deus perdoa os pecados do rei David, porque ele se arrependeu, quando o profeta Natã o abordou e lhe fez referência a todas as suas más ações. Na segunda leitura, S. Paulo afirma que experimentou a misericórdia gratuita de Deus, em Cristo, que o amou e se entregou por ele, “vivendo animado pela fé no Filho de Deus”. No evangelho, a mulher pecadora entrou na casa do fariseu e, arrependida, banhou com as suas lágrimas os pés de Jesus, enxugou-os com os cabelos, beijou-os e ungiu-os com um perfume. Jesus perdoou-lhe os pecados e não a condenou nem foi indiferente a ela.
Uma das formas de encarar um pecador é com um olhar de condenação. Era o olhar do fariseu que convidou Jesus para comer com ele. Não lhe ofereceu água para se lavar, nem lhe deu o ósculo da paz. Só tinha olhos e coração para condenar, não só a mulher pecadora que tocava Jesus, mas também o próprio Jesus que permitiu esse escândalo de se deixar tocar por uma pecadora. Esteve tão perto de Jesus e não se deixou tocar pela sua misericórdia! Apesar disso, Jesus não o condenou, mas convidou-o a refletir nas suas ações e na forma como recebe as pessoas em sua casa para se corrigir e converter.
Uma outra forma de encarar um pecador é com indiferença. Foi assim que os convidados do fariseu olharam. Nada dizem. Nada lhes interessa. Continuaram a comer e a divertir-se. Certamente cada um pensaria: que tenho a ver com isso? Tantas vezes somos assim com os nossos irmãos! Respondemos facilmente: não fui eu, não tenho nada a ver com isso, foram os outros, eu não tenho culpa, eu não estava lá! Chamamos “coitadinhos” aos nossos irmãos que precisam de ajuda e continuamos a fazer a nossa vida muito tranquilos, insensíveis ao grito dos outros. Se alguém está a errar e a pecar, temos de o ajudar a sair do pecado e aproximar-se do Senhor, porque se tal não acontecer seremos cúmplices dos seus pecados.
A última forma de encarar o pecador é com o perdão. Este é o olhar de Jesus. Ele não suporta os hipócritas, os acusadores, os que andam com máscaras, mas quer que todos façam a experiência do abraço misericordioso entre Deus e cada homem e mulher. Na casa do fariseu, a mulher pecadora lavou os pés de Jesus com as suas lágrimas de arrependimento, enxugou-os com os seus cabelos, beijou-os com os seus lábios de ternura e ungiu-os com um perfume que expressa o seu amor. O que lhe serviu para pecar, agora, arrependida, deixa aos pés de Jesus. Jesus disse à mulher: “A tua fé te salvou. Vai em paz”. Mulher nova, perdoada, salva, levantada, purificada.
Como o rei David e a mulher pecadora, peçamos ao Senhor que perdoe as nossas culpas e pecados. Deixemos a arrogância e a grandeza, mas humildemente imploremos o perdão do Senhor. Não olhemos para as fragilidades dos nossos irmãos com condenação e indiferença, mas com a alegria do perdão. Só assim seremos testemunhas do seu grande amor por todos nós. |
Festa da Aliança e das Bem-Aventuranças
No dia 29 de maio, 9º Domingo Comum, os jovens da Catequese da Paróquia de Mangualde do 5º ano, 62, celebraram a Festa da Aliança e os do 7º ano, 40, a das Bem-Aventuranças.
Os 102 jovens ocuparam a parte central da Igreja e ouviram com atenção as palavras que o Rev. Cónego Jorge Seixas lhes dirigiu na homilia, salientando: “… neste dia das vossas festas guardai nos vossos corações não só os Mandamentos …”
Deu exemplos de alguns, como não matar nem roubar, salientando: “… mas há muitas formas de matar, podemos matar a alegria de uma pessoas quando falamos mal dela, etc...”
Reforçou : “Dou-vos um mandamento novo amai-vos uns aos outros como eu vos amei…”
O Senhor não desampara ninguém, ama-nos, está sempre connosco. Devemos proclamar o evangelho com palavras e ações.
Os jovens participaram ativamente em alguns momentos da celebração Eucarística.
Os cânticos estiveram a cargo do Grupo Coral da Paróquia.
No final o Rev. Cónego Seixas pediu uma salva de palmas para estes jovens e seus catequistas. |
|
106 jovens receberam o Sacramento do Crisma
em Mangualde
pelos Cónegos António Almeida e Jorge Seixas
No dia 4 de junho, na Igreja Paroquial de Mangualde, pelas 18h00, foram crismados 106 jovens do Arciprestado de Mangualde, pelo Vigário Episcopal do Clero, Vocações e Vida Religiosa, Cónego António Jorge dos Santos Almeida e Rev. Cónego Jorge Alberto da Silva Seixas – Pároco de Mangualde, dada a impossibilidade da presença de D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu.
Pelas 17h45, o Rev. Cónego António Jorge, foi recebido à entrada do Complexo Paroquial, pelos Revs. Padres: Cónego Jorge Alberto da Silva Seixas, Pároco de Mangualde; Pe. Nuno Miguel Henriques Azevedo, Arcipreste do Arciprestado da Beira Alta e Pároco de Alcafache, Fragosela e Lobelhe do Mato; Pe. João Luís Leão Zuzarte, Pároco de Cunha Baixa, Espinho e Mesquitela; Pe. Manuel Chaves de Andrade, Pároco de Fornos de Maceira Dão e Moimenta de Maceira Dão; Pe. António Gonçalves da Cunha, Pároco de Abrunhosa-a-Velha, Chãs de Tavares, São João da Fresta, Travanca de Tavares e Várzea de Tavares; Pe. Carlos Miguel Nunes Pereira Monge, Pároco de Cunha Alta, Freixiosa e Quintela de Azurara e catequistas.
Nas escadas da Igreja foi recebido pelos jovens e padrinhos.
Os jovens dirigiram-lhe algumas palavras e ofereceram-lhe um ramo de flores, que estavam destinadas ao Sr. Bispo.
O Rev. Cónego António Jorge agradeceu e transmitiu-lhes que as faria chegar ao Sr. Bispo, bem como a mensagem.
A Igreja Paroquial estava cheia de fiéis, sendo a parte central ocupada pelos jovens que neste dia iam receber o Espirito Santo e dos respetivos padrinhos. A Paróquia de Mangualde apresentou 66 crismandos.
A celebração foi presidida pelo Rev. Cónego António Jorge e as suas primeiras palavras foram de saudação a todos os presentes, e informou a comunidade da impossibilidade que o Sr. Bispo não podia estar presente dado a compromissos com outras paróquias.
Salientou que estes jovens iam receber o Espírito Santos, por isso todos devíamos estar contentes e abrir o nosso coração unânimes como é a Igreja, para acolher este sacramento.
Na sua homilia lembrou a falta de valores com que hoje nos deparamos na sociedade, para o qual os jovens também têm um papel importante.
Chegado o momento da celebração do sacramento do crisma, os Revs. Cónegos: António Jorge e Jorge Seixas procederam à administração do Sacramento.
E, em duas filas, os crismandos dirigiram-se ao altar acompanhados dos padrinhos, para receberem o Espírito Santo, através da imposição das mãos do Rev. Cónego António Jorge e Rev. Cónego Seixas e a unção com o santo óleo do crisma, sendo desta forma enviados ao mundo para testemunharem o Evangelho de Jesus Cristo em atos e palavras.
Os cânticos estiveram a cargo dos Grupos Corais da Paróquia de Mangualde. |
HOMILIA DO 10º DOMINGO COMUM (ANO C)
Neste domingo, a liturgia da Igreja convida-nos a refletir sobre o mistério da tragédia e do mal nas nossas vidas e como Cristo é a resposta para os nossos sofrimentos. Deus é a fonte de todo o bem (Cf. Oração Coleta). Por isso, Ele não fica indiferente perante os mais fracos, os que sofrem e os que perderam o sentido da sua vida. Esta ação amorosa Deus manifesta-se nas duas narrações de um mesmo milagre na primeira leitura e no evangelho: recuperar a vida do filho de uma viúva. A primeira leitura, do 1º Livro dos Reis, narra-nos o momento em que Deus, por intercessão de Elias, recupera a vida do filho da viúva de Sarepta e, no texto do evangelho, encontramos Jesus a recuperar a vida do filho da viúva de Naim. Para entender bem os dois textos não podemos esquecer que se para uma mulher perder o seu marido é uma tragédia, pior será perder o seu filho, porque a sua situação económica e social ficavam seriamente comprometidas.
Perante o sentimento de perda da viúva de Naim, a atitude de Jesus faz-nos pensar nas diversas ocasiões em que ficámos indiferentes e distantes perante as tragédias que acontecem no mundo e à nossa volta. São tantas as vezes que os meios de comunicação social nos apresentam imagens de tragédias, de sofrimento e de morte! Já estamos habituados a tantas notícias horríveis que o nosso coração parece que ficou insensível. Jesus não tem este comportamento. Perante estes momentos, no decorrer da sua vida, Jesus compadece-se, ou seja, tem a capacidade de se colocar no lugar daquela viúva, de entender não só a dor pela perda do seu filho mas também da pobre situação em que iria ficar e viver.
A atitude de Jesus impressiona-nos e comove-nos. Compadecido daquela mulher, decide agir de duas maneiras, expressas pelas duas simples frases que são as únicas, saídas da boca de Jesus, lidas no texto do evangelho deste domingo e que manifestam o seu poder salvífico em favor da humanidade. Em primeiro lugar, Jesus é capaz de consolar. Diz à viúva: “Não chores”. Ele sabe que o pranto daquela mulher manifesta a dor e a tragédia que caiu na sua vida, é a expressão dos seus sentimentos perante a perda do seu único filho. As lágrimas daquela viúva são uma oração de lamento a Deus e que será acolhida pelo próprio Cristo. Em segundo lugar, Jesus é capaz de dar resposta, dirigindo novamente a sua palavra: “Jovem Eu te ordeno: levanta-te”. Assim, revela que é o Senhor da vida e da morte, que é capaz de recuperar a vida a quem Ele quer e de dar resposta à maior interrogação da humanidade desde sempre, ou seja, à morte. A sua palavra é um gesto que toca o defunto, expressando o seu desejo de estar muito perto dos homens e mulheres. Ele recupera a vida ao jovem e a alegria àquela viúva. Por isso, podemos aclamar que Jesus é um grande profeta, porque chama a si o sofrimento dos outros, consolando a todos. Todas as pessoas que assistiram ao milagre “davam glória a Deus, dizendo: “Apareceu no meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo”.
Hoje, temos tantos motivos para dizer como no salmo responsorial: “Eu vos glorifico, Senhor, porque me salvastes”. Deus quer estar presente em todos os momentos da nossa vida, nomeadamente quando as tragédias e os sofrimentos nos batem à porta. Quando estes momentos chegarem, teremos sempre a certeza de que Ele estará ao nosso lado. Então, não sejamos insensíveis às dificuldades, às dores e tragédias dos nossos irmãos. Saibamos ser testemunhas deste Deus próximo e misericordioso, consolando e tocando os outros com a sua paz, carinho e amor.
Cónego Jorge Seixas |
|