HOMILIA DO 11º DOMINGO COMUM (ANO B)
A liturgia deste domingo tem como fio condutor a ação de Deus nas nossas vidas, como podemos ver na primeira leitura da profecia de Ezequiel e no texto evangélico de S. Marcos com o exemplo de uma semente que se irá tornar numa grande árvore. É assim que irá crescer o Reino de Deus. A ideia principal deste domingo é apresentar o Reino de Deus como uma planta.
O Reino de Deus, como uma planta, começa com uma simples semente no dia do nosso batismo. Depois surge um débil rebento. Com a água e o sol da graça e dos sacramentos, esta planta cresce e torna-se uma árvore com folhas, flor e fruto, dá-nos sombra e alimenta-nos.
Em primeiro lugar, o Reino de Deus começou humildemente com doze simples homens. Jesus plantou essa semente no interior desses homens pescadores. Foi cuidando dessa semente com a água da sua Palavra e com o adubo do seu sangue. E este Reino ia crescendo no coração dos apóstolos. Em três anos de vida pública de Jesus, como mudaram esses pobres e simples homens! Antes, só pensavam em pesca, impostos, ambições, fanatismos. Agora, pensam em pesca de homens, em servir e respeitar os outros. Os seus corações foram-se dilatando e abrindo a outras culturas: deixaram de pensar somente nas suas famílias e amigos para se preocuparem em levar a semente do Reino de Cristo a todos os povos com todo o entusiasmo, embora isto lhes trouxesse fomes, cadeias, torturas e tantos perigos.
Em segundo lugar, este Reino de Deus foi crescendo e estendendo-se por todos os povos e culturas, chegando a impérios imponentes e culturas bimilenárias, onde faltava a seiva divina. E assim, a partir deste primeiro grupo de pescadores, formou-se a Igreja, que se foi espalhando por todo o mundo. A Igreja é fruto da morte de Cristo, regada com a sua água e vivificada com o seu sangue; água e sangue que brotaram do seu lado aberto. Depois do Pentecostes, os apóstolos estenderam os galhos desta árvore, que é a Igreja, tornando-se uma árvore frondosa, onde muitos dos seus frutos foram comidos pelas feras, perseguidos e maltratados, mas também muitas pessoas foram saciadas, porque estavam famintas de paz, amor, justiça e felicidade. Depois dos apóstolos, foram os missionários que, deixando as suas terras e famílias, embarcaram para mundos desconhecidos, levando a semente do Reino de Cristo a todo o mundo. No decorrer dos séculos, não foi fácil esta missão: tantas tempestades de ideias, de fundamentalismos e de traições quiseram destruir esta semente!
Finalmente, este Reino de Deus quer também crescer em cada um de nós. Por isso, temos de abrir a nossa mente e o nosso coração para que esta semente fecunde e purifique o nosso interior. Temos de permitir que a semente do evangelho seja semeada na nossa vida e provoque a revolução da conversão, purificando-nos do pecado, através da graça de Deus. Pensemos um pouco: como está a raiz da minha árvore cristã? Está forte porque é alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia? Como está o tronco da minha vida? Está seguro ou a cair diante do primeiro vendaval? Será que estou a dar frutos na minha família, no meu trabalho e com os meus amigos?
Que o Senhor regue e adube com a sua graça a árvore do Reino que cresceu no nosso interior para que dê frutos de vida eterna. Que o Senhor dê a cada um de nós a força, a coragem e a ousadia para levar o pólen do nosso bom exemplo para que possamos fazer chegar, o mais longe possível e à nossa volta, a semente do Evangelho da Salvação.
Cónego Jorge Seixas |
HOMILIA DO DOMINGO DO CORPO DE DEUS
Neste domingo, celebramos a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Parece um pouco estranho celebrar uma festa da Eucaristia, quando todos os domingos temos a alegria de poder celebrar a Eucaristia. Mas, este dia tem como finalidade refletir sobre o que realmente representa a Eucaristia na vida da Igreja e na nossa vida.
Na segunda leitura, da Carta aos Hebreus, é-nos dito que Jesus Cristo é o “mediador de uma nova aliança”, ou seja, agora é o próprio Jesus que se entrega para nos salvar. Na última ceia, Jesus antecipa o que horas mais tarde sucederá na cruz: a sua total doação, a sua morte e ressurreição. E para simbolizar esta doação utilizou o pão e o vinho. Este dia é mais conhecido com a Festa do Corpo de Deus, ou seja, destaca-se mais o pão. Isto tem um grande significado: o pão, antes de ser pão, é grão de trigo que tem de ser moído e cozido para que seja pão. Faz-nos recordar as palavras que Jesus disse aos apóstolos antes da sua paixão: “Se o grão de trigo não morrer, não dá fruto”. A primeira leitura, do Livro do Êxodo, diz-nos que Deus faz uma aliança com o seu povo através de um pacto com sangue de novilhos. O pacto é sempre entre duas partes, neste caso entre Deus e o seu povo. Mas esta aliança só será definitiva com Jesus Cristo: na sua morte na Cruz, pelo seu sangue, a aliança entre Deus e a humanidade fica selada com este ato sublime de amor.
Esta nova aliança, selada na Cruz, transforma a nossa vida e convida-nos a ter uma vida eucarística, ou seja, uma vida de amor, de doação, de sacrifício, de partilha, de ajuda fraternal. A nossa vida tem de ter uma dimensão eucarística: não só celebramos a Eucaristia, mas também temos de viver a Eucaristia em cada momento da nossa vida, como uma prolongação da celebração litúrgica. A Eucaristia é a fonte e o cume da vida cristã. Com estas palavras, fica bem claro que a fonte que sacia a nossa vida é a Eucaristia, o memorial do Senhor que se entrega outra vez com o seu Corpo e com o seu Sangue: “Isto é o meu corpo, entregue por vós… Isto é o meu sangue, derramado por vós e para a remissão dos pecados”.
Finalmente, não podemos esquecer as duas dimensões da Eucaristia: é para ser celebrada e prolongada. Em primeiro lugar, a sua celebração, a missa, à volta de um altar; e depois, a sua prolongação, com a reserva do Pão eucarístico no Sacrário, onde o podemos adorar. A finalidade principal da Eucaristia é a sua celebração, a missa, ou seja, para as pessoas comungarem o Corpo e o Sangue de Cristo. A Eucaristia na celebração é para ser alimento das nossas vidas. A Eucaristia na “prolongação” é para ser adorada. Na celebração da Eucaristia entramos em comunhão com Cristo. Na prolongação da Eucaristia caímos de joelhos para agradecer, adorar, contemplar e abrir o coração diante Daquele que ali está sacramentalmente presente, na certeza que nos olha e nos ama.
Peçamos ao Senhor que a nossa vida seja continuamente Eucaristia, ou seja, que também nos ofereçamos juntamente com o pão e o vinho para que o Senhor faça de nós uma oferta agradável, através do testemunho das nossas vidas, fortalecidos por alimentos tão excelentes como é o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo.
Cónego Jorge Seixas |
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Primeira Comunhão
No dia 7 de junho, Dia do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, às 11h00, na Igreja Paroquial, 73 crianças que frequentaram o 3º Ano da Catequese fizeram a Primeira Comunhão.
O dia era especial para estas crianças, iam receber pela primeira vez Jesus na Hóstia Consagrada.
A alegria era notória, as crianças ocuparam a parte central da Igreja, onde predominava o branco.
Na homília o Rev. Cónego Jorge Seixas, explicou-lhes a importância deste dia e que é através da Eucaristia que Jesus entra na nossa vida.
No momento da comunhão, as crianças organizadas em fila pelos catequistas dirigiram-se ao altar, onde receberam pela primeira vez o Corpo de Cristo, na Hóstia Consagrada, pelas mãos do Rev. Cónego, regressando calmamente ao lugar, agradecendo a Jesus.
Estas crianças participaram ativamente em alguns momentos da eucaristia e entoaram bonitos cânticos.
No final o Rev. Cónego Seixas pediu uma salva de palmas para estas crianças e seus catequistas que com todo o amor e dedicação prepararam esta bonita Festa.
Os cânticos, como já é habitual, estiveram a cargo do Grupo Coral da Paroquia.
Durante toda a tarde houve a Adoração Eucarística e às 18h00 a tradicional Procissão do Corpo de Deus que percorreu as principais ruas da cidade.
As pétalas de flores decoraram o início do caminho e muitos foram os fiéis que participaram nesta grande manifestação de Fé. As colchas voltaram às varandas e janelas da nossa cidade, o que gerou grande contentamento.
A Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Mangualde, deu o alerta para a Procissão que decorreu com toda a devoção, com a participação do Movimento da Mensagem de Fátima, Movimento do Apostolado da Oração, Irmandade da Santa Casa da Misericórdia, Escuteiros, Fraternidade Nuno Alvares, crianças, jovens, Banda de Lobelhe e demais fiéis que acompanharam o Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus.
No final o Rev. Cónego deu a bênção final na praceta da Igreja transmitindo palavra de fé e coragem “Deus está sempre connosco, mesmo nos momentos mais difíceis da nossa vida Ele acompanha-nos”.
Na Paróquia de Mangualde frequentaram neste Ano Pastoral 601 crianças e jovens na catequese.
Terminadas as Festas da Catequese e o encerramento do ano catequético a comunidade mais uma vez agradece a todos os catequistas, orientados pelo coordenador geral da catequese Diácono Permanente Sr. Manuel Vaz. |
Crisma Arciprestal em Mangualde
No dia 6 de junho, na Igreja Paroquial de Mangualde, pelas 18h00, foram crismados 109 jovens do Arciprestado de Mangualde.
Pelas 17h45, D. Ilídio Leandro, Bispo de Viseu foi recebido à entrada do Complexo Paroquial, pelo Rev. Cónego Jorge Seixas, Pároco de Mangualde e Vigário Episcopal da Beira Alta, juntamente com outros sacerdotes do arciprestado : Rev. Pe. Nuno Azevedo, Arcipreste de Mangualde, Pe. João Leão, Pe. Lino, Pe. Manuel Chaves, Pe. Gabriel, Diácono Permanente Sr. Manuel Vaz e catequistas.
Nas escadas da Igreja foi recebido pelos jovens e padrinhos.
Os jovens dirigiram-lhe algumas palavras e ofereceram-lhe um ramo de flores.
A Igreja Paroquial estava cheia de fiéis, sendo a parte central ocupada pelos jovens que neste dia iam receber o Espirito Santo e dos respetivos padrinhos.
A celebração foi presidida por D. Ilídio Leandro e as suas primeiras palavras foram de saudação a todos os presentes, mas em especial para estes 109 crismandos, vindos de diversas paróquias do Arciprestado, bem como aos párocos, catequistas, pais e padrinhos dos crismandos que os acompanham na sua vida cristã. De salientar que 52 crismandos eram da Paróquia de Mangualde.
Salientou que estávamos a viver a grande solenidade do Corpo de Deus, o Mistério de Jesus Cristo, presença viva nas nossas comunidades, sendo a Festa maior da aliança de Deus. Ele entrega-se como alimento de vida eterna. Deus nunca nos falta nos momentos decisivos da nossa vida, acompanha-nos mesmo quando lhe viramos as costas. “Eu sou o vosso Deus e vós sois o meu Povo..”
Sendo a eucaristia o coração da Igreja, “… se não vivermos a eucaristia não somos cristãos, não somos membros da Igreja…”
Lembrou também a falta de valores com que hoje nos deparamos na sociedade, para o qual os jovens também têm um papel importante.
Chegado o momento da celebração do sacramento do crisma, D. Ilídio delegou ao Rev. Cónego Jorge Seixas, Vigário Episcopal, também esta missão.
E, em duas filas, os crismandos dirigiram-se ao altar acompanhados dos padrinhos, para receberem o Espírito Santo, através da imposição das mãos de D. Ilídio e do Rev. Cónego Seixas e a unção com o santo óleo do crisma, sendo desta forma enviados ao mundo para testemunharem o Evangelho de Jesus Cristo em atos e palavras.
A expressão era de contentamento em todos os jovens e seus familiares.
Os cânticos estiveram a cargo dos Grupos Corais da Paróquia de Mangualde.
No final foram saudados por todos os presentes com uma salva de palmas.
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