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4ª FEIRA DE CINZAS

a)     Iniciamos o tempo da Quaresma. É um tempo em que a Igreja nos convida à purificação e a sintonizar a nossa vida com o acontecimento único e irrepetível da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. No Natal, através da fragilidade de um recém-nascido, contemplávamos uma nova maneira de proximidade e de comunhão de Deus com a humanidade: a partir da manjedoura até à cruz para gozar da dignidade de filhos muito amados de Deus na ressurreição, a terra definitiva da promessa. Jesus não é uma personagem do passado cuja memória tranquiliza o nosso espírito. Seria decepcionante ficar somente com esta imagem. É também um convite à simplicidade e à profundidade na relação com Deus, ao compromisso com os mais necessitados da sociedade assumindo o seu próprio exemplo, à promoção da verdade e da fraternidade.

b)    Uma das maneiras de dar sentido à Quaresma, em vista ao grito de vitória no dia ressurreição, é dar resposta às situações de necessidade e de angústia que acontecem na nossa sociedade e à nossa volta. A crise actual afecta-nos física e psicologicamente. A Quaresma, através da oração, do jejum e da esmola, deve criar em nós a motivação para que a esmola esteja intimamente ligada ao autêntico jejum e à relação íntima com Deus. Como tem sido exemplar a acção, silenciosa mas efectiva, de tantos cristãos e de tantas paróquias em favor dos mais necessitados! Todavia, no início da Quaresma, nunca é demais incentivar os fiés à caridade junto das famílias mais necessitadas. A conversão não pode alhear-se a esta realidade tão humilhante, ou seja, à impotência de tantas famílias para encarar um futuro mais risonho e tranquilo. Aos membros das nossas comunidades paroquiais, lançar o convite a uma Quaresma sóbria e solidária, evitando gastos supérfluos e desnecessários, privando-nos, em certas ocasiões, de coisas boas, justas e necessárias, oferecendo o seu valor a instituições que ajudam os carenciados. Que esta Quaresma seja um tempo propício, um tempo de graça, para lutar contra os defeitos de uma sociedade alicerçada nos benefícios económicos, esquecendo o bem-estar das pessoas.

c)     Um dos temas da Quaresma deste ano (ciclo B) é a aliança que Deus faz com o seu povo e com a humanidade. Por sua própria iniciativa, Deus estabelece com o povo de Israel uma particular relação de proximidade e de protecção que culminará com a aliança definitiva em Jesus Cristo. É o caminho que nos narrará a primeira leitura dos domingos deste ciclo: desde a aliança com Noé, com Abraão, com Moisés, passando pela nova perspectiva dada pelos profetas, até à aliança em Jesus Cristo e com o Espírito Santo. É um bom fio condutor e temático para salientar a fidelidade de Deus à sua palavra, à sua promessa. A sua justiça – ser justo – consiste em nunca contradizer a sua palavra. Seria bom não ter a tentação de rebaixar Deus aos nossos pensamentos e comportamentos tantas vezes impacientes e primários.

d)    A Quaresma é o tempo propício para cada cristão se dedicar a alguma tarefa, tendo como finalidade sintonizar a nossa vida com a vontade de Deus. Desta forma, preparar-nos-emos para celebrar e viver nos mistérios da Semana Santa e da Páscoa a fidelidade do amor de Deus na pessoa de Jesus Cristo. A liturgia convida-nos a unir o jejum de bens materiais e a esmola generosa e alegre aos que vivem na angústia de não ter trabalho nem de comer à oração, à relação íntima com Deus. Assim, cada um exercitar-se-á responsavelmente em ser justo consigo próprio, com Deus e com os outros. É a excelência do culto que a fé pode tributar a Deus.

Cónego Jorge Seixas