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AS FESTAS RELIGIOSAS DE VERÃO

(NOTA DO PÁROCO DE MANGUALDE)

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No Verão, são numerosas as festas (quase todas religiosas!) que se anunciam  na nossa região. São numerosas as festas (religiosas) que existem na nossa paróquia e no nosso concelho. É um acontecimento social que marca a vida das comunidades, quebra o ritmo do quotidiano, mobiliza as pessoas tocando sobretudo os emigrantes que principalmente nesta altura estão de férias na sua terra, liga as diferentes gerações, favorece o encontro e o convívio, e transmite cultura, sentimentos e história. É igualmente uma ocasião propícia para a comunidade cristã manifestar a sua consciência de Igreja e para os fiéis revitalizarem a sua fé em Jesus Cristo pela contemplação dos mistérios ou dos santos que se celebram.

As festas hão-de ser objecto de particular atenção e cuidado pastoral, de forma a que se destaquem e promovam os valores cristãos e religiosos. Os outros aspectos também são importantes, mas dentro de uma hierarquia de valores que destaque, convenientemente, as motivações da fé e de autêntica tradição religiosa.

Sendo assim, as festas religiosas não podem ser manipuladas como muitas vezes e em muitas ocasiões e casos acontece, e também não podem ser despojadas do seu conteúdo cultural-religioso e humano-cristão. Nesta preocupação têm de concordar e agir em uníssono tanto os párocos como os mordomos e outros agentes da pastoral para que a festa seja um todo, integrando o divino e o humano.

Pondo de parte as festas de cariz pop, musical e abertamente profano, organizadas por jovens e por muitos munícipes para promoção de programas culturais com interesse turístico e económico regional, urge chamar a atenção para as festas promovidas pelas comunidades paroquiais que, estas hão-de ter um pleno sentido cristão e um cunho cultural ajustado, dando força ao princípio de que todo o valor humano pode e deve ser assimilado pela fé. Esta ideia, na pastoral, chama-se inculturação, a qual é um valor teológico de grande relevo e por isso muito útil a ter em conta para a festa traduzir bem a “alma do povo”.

 

A FESTA DO PADROEIRO

Neste sentido, não se pode deixar de dar o devido relevo à festa do padroeiro local (em cada aldeia ou freguesia), ainda que outras possam ser celebradas na mesma comunidade.

A festa há-de ter sempre como fim principal a glória de Deus e o crescimento na fé de toda a comunidade. Todas as festas devem ter sempre em vista e pôr em evidência a Festa das Festas, ou seja, a Páscoa (festa primordial que dá só por si sentido a todas as festas). Ao dizer isto, implicitamente afirma-se também que o mesmo se deve dizer a respeito do domingo, dia do Senhor e da Igreja. Por causa disto, no dia da festa seja o ponto primordial a Eucaristia que deverá ser cuidadosamente preparada e o mais possível solenizada pela participação activa dos fiéis. Nunca se devem esquecer os preparativos nos dias antecedentes, tudo apontando para a missa da festa, com respectiva comunhão. Deste modo, a festa é como se fosse o final de um itinerário comunitário em que se solicita a conversão dos fiéis e a adesão das almas ao Evangelho, facilitando sobretudo o sacramento da Reconciliação.

O pároco, pastor da comunidade, é o presidente nato de toda a comissão de festas religiosas. Por isso, a ele compete reunir com a dita comissão para se assegurar de uma boa articulação na preparação e no desenrolar da festa.

As comissões, com o pároco, preocupem-se antes de mais com a dignidade e elevação das acções litúrgicas e de todos os actos de piedade referentes à festa. Aliás, é por aqui que a comissão deveria começar a falar e a acertar logo que se reunisse. É cada vez mais certo que um pároco não pode nem deve sozinho tratar de todos os serviços religiosos, mas quantos mais leigos envolver melhor e a festa sairá sem dúvida muito melhor. Cada comissão procure que no programa sejam incluídas realizações que não desdigam do sentido da festa nem contribuam para a deseducação cultural ou moral do povo de Deus; pelo contrário, a comissão fará desta tarefa um ponto de honra no desempenho da sua função e tudo fará para que a festa seja expressão condigna do nível cultural, moral e religioso das comunidades.

Deve fazer-se especial atenção no esforço de preservar o ambiente, evitando a poluição sonora com músicas de mau gosto e barulhos desnecessários. Os direitos dos moradores à privacidade e ao repouso não podem ser esquecidos nesses dias. Uma forma de privilegiar a cultura popular é deixar de convidar conjuntos, passando a preferir as bandas de música, as filarmónicas ou os grupos musicais de qualidade.

Nisto tudo, as comissões terão sempre em vista o bem global da comunidade e não farão qualquer espécie de evidencialismo, manifestação de grandiosidade ou espírito de competição, nem se orgulharão do despesismo feito à custa dos pobres ou daqueles poucos que nessas ocasiões estão dispostos a deitar a mão aos bolsos, à custa sabe-se lá de quê. Isto não tem nada de espírito cristão nem de amor à terra ou ao próximo. Evitem-se despesas excessivas e qualquer forma de esbanjamento dos dinheiros recolhidos para a festa. HOJE, GASTAR MILHARES DE EUROS NUMA FESTA É UMA FALTA DE AMOR E DE RESPEITO POR AQUELES QUE ESTÃO A PASSAR GRANDES NECESSIDADES E AFLIÇÕES. ISTO NÃO AGRADA A DEUS!

Os cartazes (programas) de anúncio da festa não podem ser mandados imprimir antes de serem examinados pelo pároco para este ver a honestidade dos programas, salvaguardar as horas mais convenientes para as acções litúrgicas e eliminar, se for o caso disso, expressões ou gravuras destoantes da dignidade da festa.

Os divertimentos têm de ser dignos e abertos a todos, sendo ocasião de geral convívio fraterno e de sadio entretenimento.

 

A MISSA DA FESTA NO CENTRO DE TUDO

 

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A Santa Missa ou a Eucaristia deve ser o acto central e de maior relevo de toda a festa. Há-de ter a máxima solenidade, sendo o mais possível participada por todos os fiéis com canto, leituras, ofertório, comunhão, etc, nunca sucedendo que por ser dia de festa e estar presente uma banda musical o povo nesse dia seja o menos participativo nisto que acabámos de elencar.

Escolha-se a hora mais conveniente para a celebração, de modo a que toda a comunidade, pela sua presença activa, possa fazer dela o centro da festividade.

Recomenda-se aos mordomos que sejam os primeiros a estar presentes e a dar exemplo de participação.

Durante a Missa deve criar-se um ambiente próprio de celebração sagrada, evitando qualquer actividade ruidosa exterior ao local da celebração, que possa prejudicar a sua dignidade e a participação plena de todos os fiéis.

Finalmente, a procissão. Esta é uma legítima manifestação pública da fé. Por isso deverá ser bem organizada, tendo em conta as normas litúrgicas e devendo banir-se tudo o que destrói o seu carácter religioso e dignidade, como inclusão de certas figuras alegóricas, dinheiro em fitas nas imagens dos santos, etc.

Os fiéis hão-de incorporar-se na procissão com todo o respeito, caminhando, cantando, rezando ou reflectindo, pelo que não deverá ter um percurso ou itinerário excessivamente longo, a fim de todos participarem até ao fim. NÃO SE MUDAM OS TRAJETOS DA PROCISSÃO SEM AUTORIZAÇÃO DO PÁROCO.

Procure banir-se por completo o costume anti-evangélico de fixar dinheiro nos andores, imagens ou nos seus mantos, pois evidencia a vaidade, o exibicionismo, o individualismo e a auto-afirmação. Deve cuidar-se a modéstia, a humildade e a discrição, como Jesus recomenda no evangelho: “Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita” (Mt 6, 3).

 

Mangualde, 2013-06-27

O Pároco

Pe. Jorge Alberto da Silva Seixas