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Celebrar a Esperança

em 1 e 2 de Novembro

O mês de Novembro começa com duas celebrações particularmente marcantes do Calendário Litúrgico: a Solenidade de Todos os Santos e a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos. Eis como o Martirológio Romano, recém-publicado em português, assinala estas festividades:

1 de Novembro: “Solenidade de Todos os Santos que estão com Cristo na glória. Na mesma celebração festiva, a santa Igreja ainda peregrina sobre a terra venera a memória daqueles cuja companhia alegra os Céus, para que se estimule com o seu exemplo, se conforte com a sua protecção e com eles receba a coroa do triunfo na visão eterna da divina majestade”.

2 de Novembro: “Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, na qual a Igreja, Mãe piedosa, depois da sua solicitude em celebrar com os devidos louvores todos os seus filhos que se alegram no Céu, quer interceder diante de Deus pelas almas de todos os que nos precederam marcados com o sinal da fé e agora dormem na esperança da ressurreição, bem como por todos os defuntos desde o princípio do mundo cuja fé só Deus conhece, a fim de que, purificados de toda a mancha do pecado, sejam associados aos cidadãos celestes, para poderem gozar da visão da felicidade eterna”.

A solenidade de Todos os Santos em 1 de Novembro, de origem celta, começa a difundir-se no ocidente pelos finais do século VIII. Com os santos, mesmo os ainda não canonizados, festeja a vocação universal de todos os fiéis à santidade. Até 2012 era feriado nacional, “privilégio” que paradoxalmente redundou em prejuízo do genuíno sentido da solenidade. Porque, não sendo igualmente feriado o dia seguinte, dedicado à comemoração dos Fiéis Defuntos, assistiu-se à antecipação dos conteúdos e práticas típicos do culto dos defuntos para o mais próximo dia livre de actividades laborais: romagens aos cemitérios, sufrágio pelos mortos, etc. E, assim, em vez do júbilo que corresponde ao triunfo e glória dos Santos, as celebrações deste dia tinham a conotação do luto, da saudade, do sufrágio. Quem sabe se a “perda” deste feriado não nos proporcionará o ensejo de purificar a solenidade correspondente, ainda que sem contarmos com a anterior disponibilidade dos fiéis para a sua vivência?

A comemoração de Todos os Fiéis Defuntos surge no século IX, em continuidade com usos monásticos anteriores. Foi o Abade Cluny, São Odilão (ou Odilo) a prescrever para os mosteiros da sua congregação esta comemoração anual.

O Directório sobre a piedade popular e a Liturgia, publicado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em 2001, já recordava a conveniência de “educar o sentir dos fiéis à luz da celebração eucarística, na qual a Igreja ora para que sejam associados à glória do Senhor ressuscitado todos os fiéis defuntos, de todos os tempos e lugares, evitando o perigo de uma visão possessiva ou particularista da Missa pelo ‘seu’ defunto” (n. 255). Na memória dos defuntos, sublinha o mesmo Directório, “a questão da relação entre liturgia e piedade popular deve enfrentar-se com muita prudência e tacto pastoral” (n. 256). “Antes de mais, é preciso que a piedade popular seja iluminada pelos princípios da fé cristã” (n. 257): o sentido pascal da morte dos baptizados, a comunhão dos Santos; a ressurreição da carne, etc”. (Ibid.).

Em 2013, esta comemoração ocorre num sábado, o que permite dar expressão litúrgica adequada à piedade popular pelos defuntos. Tem precedência sobre os Domingos de Tempo Comum. Nas missas da tarde, poderá hesitar-se entre a escolha do formulário da Missa dominical (por ser dia de preceito) e um dos 3 formulários da Comemoração dos Fiéis Defuntos. O sentido pastoral, porém, e a interpretação global mais correta nas normas litúrgicas, impõe que, neste caso, se dê a primazia à liturgia própria do dia 2 de Novembro. O preceito dominical fica na mesma satisfeito e a pastoral atendida no pleno respeito do espírito e da letra das normas litúrgicas.