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HOMILIA DO 5º DOMINGO COMUM

Desde o início da sua vida pública, Jesus deixou bem clara a sua missão, a sua mensagem e o seu programa de vida: “Arrependei-vos, porque o reino de Deus está próximo”, “Jesus ensinava nas sinagogas, pregava o Evangelho do Reino e curava todas as doenças e enfermidades do povo”. O ritmo acelerado das nossas vidas estará de acordo com o estilo de vida apresentado por Jesus? Como é a nossa qualidade de vida? Com este ritmo, vivemos mais? Vivemos melhor? Mais cedo ou mais tarde, surgem isolamentos doentios, individualismos perigosos e, até, desvios espirituais. Que lugar na minha vida ocupa aqueles aos quais eu chamo de “próximo”? O evangelho propõe que vivamos como irmãos através de gestos concretos, simples e visíveis. Se o amor não sabe encontrar caminhos de expressão humana, manifestações de solidariedade e de fraternidade, não estará a faltar alguma coisa? É muito importante um projecto de vida espiritual. A fraternidade, o acolhimento e a caridade não podem consistir em momentos pontuais ou rotineiros, sem estarem iluminados pela oração diária.

A fraternidade é muito mais que um “slogan”. É uma atitude evangélica, enraizada numa justiça impregnada de amor. Uma pessoa justa é aquele que se entrega desinteressadamente pelo seu irmão, convertendo-se, assim, em luz para os outros. A maior alegria para um cristão é ser instrumento do amor de Deus e da sua justiça. Assim, o cristão deseja encontrar, já no momento presente, realidades concretas onde há faltas de amor, de fé, de paz e de esperança. Somos convidados a ser imagens vivas da esperança, do amor e da justiça de Deus no momento presente da vida, ou seja, a ser sal e luz.

Jesus diz-nos: “Vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo”. Jesus não disse: “Devereis ser”, mas “sois”. O sal dá sabor aos alimentos. Quem segue Jesus Cristo tem de ser sal que dá o sabor de Deus à vida e aos que nos rodeiam, através de uma boa convivência, amiga, agradável e fraterna. O sal não se impõe aos alimentos. Sem protagonismos, o cristão deve dar um sabor de Evangelho à sua volta.

Se a imagem do sal está mais relacionada com o testemunho dado pela palavra, a imagem da luz refere-se mais ao testemunho dado pelas obras: “deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus”. Na primeira leitura, Isaías afirma que quando fazemos o bem aos irmãos, “a tua luz brilhará na escuridão e a tua noite será como o meio-dia”. Não se trata de deslumbrar os outros com as nossas capacidades de trabalho e com as nossas qualidades, mas ajudar o outro a ter vida própria. Com a linguagem do seu tempo, Isaías diz-nos: “reparte o teu pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva roupa ao que não tem que vestir, tira do meio de ti os gestos de ameaça e as palavras ofensivas e não voltes as costas ao teu semelhante”.

Mas, cuidado! Se o sal perde o seu sabor…se se acende uma lâmpada para a colocar debaixo de um alqueire… não serve para nada. Ou seja, devemos estar presentes no mundo sem perder a nossa identidade cristã, sem esconder que queremos seguir Jesus Cristo. Deixaremos de ser luz do mundo se limitarmos o nosso ser cristão ao interior de uma igreja; seremos um sal sem força, que não dá gosto, se não sairmos do saleiro da nossa vida privada. Há pessoas que vêm à igreja, afirmando-se que são amigas de Jesus. Mas, depois da celebração, não cativam ninguém para Jesus: nem em casa (onde não se fala de Deus e se esquece a sua doutrina), nem fora de casa (vergonha, instrumentos de discórdias e calúnias, promotores de divisões).

Ser sal e luz do mundo é transmitir o amor de Deus. É ser discreto e prudente. É saber dizer a palavra certa no momento oportuno. É o caminho da verdadeira fraternidade.

Cónego Jorge Seixas