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HOMILIA DO 7º DOMINGO COMUM

No domingo passado, Jesus convidou-nos a fazer uma releitura dos Mandamentos da Lei de Deus para que continuem a ser pontos de referência para as acções e palavras de todos aqueles que O querem seguir. Jesus falou-nos do homicídio, do insulto ao irmão, da fidelidade matrimonial, de divórcios, de juramentos… agora, fala-nos do amor aos irmãos. Jesus deseja que aqueles que O seguem não se limitem a fazer as coisas e a viver a vida como os outros, mas que façam um pouco mais, que encarem cada momento da vida para além da simples justiça. Jesus disse: “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”. “Ele faz nascer o sol e chover sobre os bons e os maus, os justos e os pecadores”. Portanto, não podemos amar somente aqueles que gostam de nós, que nos apoiam ou que falam bem de nós; é preciso saber amar os inimigos. É desta forma que se caminha para o Reino e este caminho faz-se progressivamente. Quando se afirmava “Olho por olho, dente por dente”, já era muito bom, porque se punha limites à vingança. Mas, agora, há que ir mais adiante, sendo mais generoso: não responder ao mal com o mal, apresentar a outra face, a quem exige a túnica dar também o manto, se te obrigarem a caminhar uma milha, acompanha-o durante duas. É necessário saudar aquele que me rejeita, perdoar a quem me insulta e me calunia.

 

 

 

Mas, cuidado! Não se trata de evitar o conflito. Uma apresentação simplista desta mensagem levou a que muitos chegassem à conclusão de que esta maneira de viver supõe calar e não resolver os problemas. Muitas vezes, o silêncio pode ser prejudicial e ser cúmplice do mal. Tantas vezes a correcção fraterna é necessária e importante, como diz a primeira leitura. Amar não significa cruzar os braços, deixar correr, nem renunciar a uma possível acção comprometida na luta contra as situações injustas. O estilo de vida, proposto por Jesus, consiste em fazer estas coisas normais do dia-a-dia a partir do amor e não do rancor e da vingança. Então já se entende o que é dar a outra face ou dar também o manto a quem nos exige a túnica. Não é para se interpretar à letra, mas como um convite a não responder com violência nem com vingança. Quando deram a Jesus uma bofetada, no momento da Paixão, Ele não apresentou a outra face, mas perguntou a razão da bofetada, ou seja, que mal tinha feito.

Para muitas pessoas, este programa de vida é uma utopia e uma fantasia, não se consegue realizar. Será bom recordar o que S. Paulo diz na segunda leitura: “Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita em vós?”. Este Espírito que temos em nós torna possível esta utopia. Tantos testemunhos de vida, onde esta utopia se concretizou! O próprio Deus afirmou: “Sede santos, porque Eu, o vosso Deus, sou Santo”. Antes de morrer na cruz, Jesus Cristo perdoa aos que o condenaram. Tantos santos e santas, no decorrer da história da igreja, deram o mesmo testemunho: Estêvão, Inês, Luzia, etc.

Vivemos numa sociedade violenta, num tempo marcado pelo ódio e pela injustiça. Ao ler o Evangelho deste domingo podemos interrogar-nos como é possível amar os inimigos. Amar os inimigos, humanamente falando, pode tornar-se um fracasso. Mas S. Paulo apresenta-nos aquela que pode ser a solução quando diz: “Vós sois de Cristo”. E Cristo é o Ressuscitado, que morreu de amor pela humanidade; inclusivamente por aquele que O traiu, pelo que duvidou d’Ele, por aquele que O criticou, e pelo que O negou. Na medida em que Cristo se formar em nós, vamos adquirindo também a capacidade de amar até ao limite. Não pensemos tanto como Jesus faria; perguntemos, sempre, como é que Cristo amou. É por Cristo que seremos capazes de amar assim. O amor transforma a realidade de tal forma que iremos encarar os nossos inimigos como pessoas carentes da experiência do amor divino.

Que o Senhor nos faça pessoas livres, amando sem esperar nada em troca. Só assim mudaremos o mundo à nossa volta.