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HOMILIA DE QUARTA FEIRA DE CINZAS

Hoje, iniciamos a Quaresma. Ou seja, hoje iniciamos o Tempo Pascal da Igreja: quarenta dias de preparação para a Páscoa, seguida de cinquenta dias de celebração da Ressurreição do Senhor e da presença salvífica do seu Espírito. É o tempo forte da comunidade cristã. Há alguns elementos característicos a ter em conta na vivência da Quaresma. Em primeiro lugar, é um tempo que se vive todos os anos. É difícil evitar a sensação de rotina, de viver algo já conhecido. Em segundo lugar, é a carência progressiva de eco social deste tempo que nos convida a superar a superficialidade, assumindo a fragilidade. A quaresma convida-nos a tomar consciência do que é a fé cristã. O centro é Jesus Cristo, a sua pessoa e a sua mensagem, o mistério da sua Morte e Ressurreição. Este momento actual de crise está cheio de perguntas, de sofrimentos, de incertezas. Todavia, acreditamos que a nossa sociedade encontra a luz verdadeira para a vida na mensagem de Jesus, no mistério da sua Páscoa. O evangelho, apresentando a morte e a ressurreição de Jesus, coloca-nos perante a fidelidade. Não há outro caminho a não ser este. Escusamos de encontrar desculpas e justificações. O Evangelho de Jesus Cristo e o seu modo de viver até se entregar à morte e à plenitude da ressurreição interpela-nos a todos e propõe-nos como verdadeiro caminho a conversão pessoal e comunitária segundo o seu Espírito. Este é o sentido do combate cristão.

 A Igreja oferece-nos um tempo favorável para colocar cada pessoa e cada comunidade perante o mistério de Jesus Cristo como verdadeiro e único caminho.

O primeiro aspecto da quarta-feira de cinzas é o convite a ultrapassar a nossa fragilidade. “Lembra-te que és pó”. Esta frase recorda-nos todos aqueles momentos em que Jesus nos convida a assumir a nossa fragilidade, a procurar o que é mais importante para a vida, a dar importância àquilo que tem valor. A fórmula tradicional “és pó da terra e à terra hás-de voltar” destaca a fragilidade de tudo e da nossa vida. A cinza expressa as nossas ilusões, correndo atrás de tantas coisas que nos enchem o coração mas não dão sentido à vida, e fazem este mundo agressivo e injusto. Qual o centro da quaresma e da nossa vida? É Jesus Cristo, com a sua vida, morte e ressurreição. Por isso, também ouvimos hoje: “arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.

A quarta-feira de cinzas é um convite à conversão, ou seja, a reconhecer com espírito arrependido as nossas fragilidades e inseguranças, o pecado, e a mudar de mentalidade, de ambições e de interesses. A cinza significa também esta mudança. É um convite a cada pessoa; mas não é um refúgio espiritualista e individual. É tornar presente a mensagem cristã: só pela conversão e pela fé acolhemos o dom da Vida e entramos no Reino.

O mais importante é a verdadeira vida no Espírito. O texto evangélico diz-nos que esta maneira nova de viver manifesta-se através de três aspectos muito importantes: a riqueza interior da oração que nos põe em relação com Deus, com os outros e connosco, eliminando o perigo da dispersão exterior; a austeridade e o jejum, como forma de viver num mundo que se habituou a todos os caprichos e facilidades; a generosidade da esmola e da ajuda ao mais necessitado.

Todavia, estes três caminhos de crescimento cristão podem ser banalizados. Só terão eficácia na nossa vida e na relação com os outros, se forem vividos com um coração puro e sincero, perante Deus, e não para sermos bem vistos e elogiados. “Rasgai os vossos corações” é um convite à autenticidade. Reorientemos a nossa vida para Cristo, o Ressuscitado, Aquele que nos libertou do poder do pecado e da morte, e nos concedeu a sua graça. Purifiquemos o nosso coração, peçamos ao Senhor que nos renove por dentro com espírito firme, que nos conceda a alegria da salvação e um espírito generoso, que nos abra os nossos lábios para que a nossa boca proclame os seus louvores.