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HOMILIA DO 2º DOMINGO DA PÁSCOA

Neste domingo, e nos próximos, a alegria da Páscoa continua. Continua a alegria do ressuscitado, sempre presente na comunidade reunida, como aquela primeira comunidade reunida com Maria.

Como a primitiva comunidade cristã de Jerusalém, também nós devemos ser “assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fracção do pão e às orações”. Vivemos enraizados numa longa tradição, que nos conduz aos inícios do cristianismo. Oito dias depois, o Senhor volta a manifestar-se no meio dos seus discípulos. E nunca mais se interrompeu esta sequência (o domingo). Páscoa é cada domingo! Como os primeiros cristãos, temos de nos manter fiéis na escuta da Palavra, na fracção do pão da Eucaristia e no viver como irmãos, porque no coração levamos, a chama da fé em Cristo Ressuscitado e a esperança viva, como nos diz S. Pedro: “Deus Pai fez-nos renascer, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos, para uma esperança viva, para uma herança que não se corrompe, nem se mancha, nem desaparece, reservada no Céu para nós”.

Alguns anos atrás, nas povoações, as portas das casas estavam sempre abertas. Era um sinal de confiança, de segurança e de hospitalidade. Não havia medo nem muito receio de assaltos. A qualquer hora podia-se entrar em qualquer casa. Não se tinha medo de nada nem de quase ninguém. Hoje, tal não acontece. Vivemos com as portas fechadas, porque temos medo, alguns vizinhos aborrecem-nos, os pobres podem perturbar, alguém pode roubar alguma coisa de valor, a nossa privacidade pode ser violada, pode aparecer alguém que nos roube tempo. Por vezes, colocamos tantas barreiras que até nem deixamos que Jesus entre na nossa casa e na nossa vida e nos diga: “a paz esteja convosco”. Há que abrir as portas e as janelas da nossa vida para deixar entrar o ar fresco da Páscoa, com os dons da paz, do perdão e do Espírito Santo.

Também Tomé teve medo. Tem medo de acreditar, porque sabe que se acreditar perderá todas as seguranças que tinha construído na sua vida. “Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, senão meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei”. Sem Tomé e com Tomé, Jesus colocou-Se no meio dos discípulos. Porque era ali o seu lugar. Não podemos esquecer a centralidade de Jesus na vida dos discípulos e, hoje, na vida da Igreja e na vida de todos nós que Nele acreditamos. Não podemos escapar às seguintes perguntas: “qual é o centro da nossa vida cristã?”, “devo ser melhor ou não?”, “devo ir à missa só quando me apetece?”, ”basta somente cumprir tradições, costumes e festas que não nos comprometem grande coisa?”. O evangelho deste domingo recorda-nos que só Jesus é o centro da nossa vida, o centro da vida das nossas paróquias…Um cristão que apenas conhece Jesus, um cristão que apenas conhece os evangelhos, dificilmente se emocionará perante as palavras do Ressuscitado aos discípulos: “A paz esteja convosco”, “Recebei o Espírito Santo”. O encontro de Tomé com Jesus ressuscitado deita por terra todas as dúvidas e provoca a sua profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus”.

Hoje, e todos os domingos, somos convidados a “partir o pão” e a reconhecer, no pão partido, o Cristo da nossa fé, que, apesar das nossas dúvidas e inseguranças próprias da nossa condição humana, é “nosso Senhor e nosso Deus” que nos concede os dons da paz e do Espírito Santo e nos envia a ser suas testemunhas, partilhando os nossos bens com os mais pobres. Que o Senhor ressuscitado, presente nas nossas comunidades, seja o centro e o coração da nossa vida. Só assim poderemos professar a fé como fez Tomé: “Meu Senhor e meu Deus”.