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HOMILIA

DO DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Este dia é uma boa ocasião para reflectir sobre a identidade do Deus da nossa fé, em quem acreditamos. Deus é Uno e, ao mesmo tempo, é constituído por três pessoas reais e substancialmente diferentes. Deus amou-nos tanto que nos enviou o seu Filho para que, pela força do Espírito Santo, acreditemos Nele, não pereçamos, mas tenhamos a vida eterna. É evidente que este mistério da identidade de Deus é expresso com ideias e realidades humanas, porque a divindade e a transcendência de Deus permite-nos aproximar Dele através dos nossos conceitos de pessoa e de substância. Deus está acima do nosso conhecimento humano. Por isso, procuramos descrever a Trindade de Deus depois de ter em conta a sua comunicação com a humanidade, tal como a encontramos formulada no Novo Testamento. Deus Pai ama-nos tanto que nos envia o seu Filho, palavra do Pai, indicando-nos o caminho da salvação. Envia-nos o Espírito Santo que é a força e a presença que nos comunica o significado da revelação. Assim, o mistério da Trindade não se pode considerar somente como um simples mistério especulativo e teológico, mas como a descrição da maneira de actuar de um Deus que nos concede vida e amor.

 

Este é o Deus da nossa fé. É um Deus que vem para salvar e não para condenar. As leituras bíblicas que escutamos neste dia têm como objectivo descrever, à maneira humana, esta identidade do Deus trinitário. Moisés ouve como o Senhor se apresenta: “um Deus clemente e compassivo, sem pressa para se indignar e cheio de misericórdia e fidelidade”. São Paulo fala de um “Deus do amor e da paz” e expressa a identidade trinitária de Deus na sua saudação: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco”. O texto evangélico de S. João é a conclusão da longa conversa de Jesus com Nicodemos, afirmando que “Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna”. Deus não discrimina ninguém. Ele envia o seu Filho, porque nos ama e quer salvar a todos. Salvar é passar da morte à vida definitiva e isto só será possível por Jesus que nos enviará o Espírito Santo.

Que lições a tirar, para a nossa vida, perante o mistério da Santíssima Trindade, Deus Uno e Trino? Em primeiro lugar, se Deus é um Deus de amor, tendo em conta que o amor é sempre uma comunhão com alguém, é bastante claro que esta comunhão não supõe opressão, humilhação e condenação dos outros, mas que promove o acolhimento, o diálogo e o perdão. Numa sociedade como a nossa, caracterizada tantas vezes pelo autoritarismo e pela falta de respeito pelas pessoas e pelas nações e culturas, o Deus trinitário da nossa fé aparece como um Deus Pai, nada paternalista, nem autoritário, mas plenamente misericordioso; aparece como um Deus Filho, fazendo-se um de nós, conservando a sua autonomia divina; aparece como um Deus Espírito Santo, sempre presente como o vento e o fogo, símbolos do amor e da liberdade. “Dar glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo” é colaborar na construção do Reino de Deus, que é um Reino de amor. Em segundo lugar, a comunhão trinitária de Deus convida-nos a fortalecer os laços de convivência e de união entre nós, as nossas famílias e comunidades. A Santíssima Trindade é o modelo, por excelência, para qualquer relação humana. Os homens e as mulheres, “criados à imagem e semelhança de Deus”, são convidados a viver em comunhão.

Deus Uno e Trino convida-nos a viver uma espiritualidade de amor e de comunhão. Assim, a Trindade de Deus, longe de se resumir a uma afirmação fria, abstracta e incompreensível, acontece na vida de todos os dias. Que o Deus trinitário da nossa fé nos ajude a crescer em espírito de comunhão e de comunidade.