Calendário

<<  Julho 2024  >>
 Se  Te  Qu  Qu  Se  Sá  Do 
  1  2  3  4  5  6  7
  8  91011121314
15161718192021
22232425262728
293031    

Entrada



Mapa

Coordenadas GPS:

40º36'21''N
7º45'57''W

Ver mapa aqui.

Visitas

mod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_countermod_vvisit_counter
mod_vvisit_counterHoje7441
mod_vvisit_counterOntem11299
mod_vvisit_counterEsta semana35119
mod_vvisit_counterEste mês99931
mod_vvisit_counterTotal7674418
Visitors Counter 1.5
PDF Versão para impressão Enviar por E-mail

HOMILIA DO 4º DOMINGO COMUM (ANO B)

No domingo passado, o texto evangélico narrava-nos o início da missão de Jesus na Galileia dos gentios, onde chamou os seus primeiros discípulos. Hoje, somos convidados a fazer a nossa reflexão a partir do dia-a-dia de Jesus, ou seja, como ocupava o Filho de Deus as horas do seu dia, como era a sua “agenda”? O evangelista Marcos apresenta-nos um dia na vida de Jesus em Cafarnaum. É um dia cheio de gestos, palavras e de encontros: Jesus ensina, cura, encontra-se com diversas pessoas. Tudo isto acontece, acompanhado com os primeiros discípulos. É interessante ouvir o efeito que Jesus provocava naquelas pessoas com quem se encontrava: transformação, cura, reconhecimento, admiração. A descrição de um dia na vida de Jesus convida-nos a pensar sobre a organização da nossa vida. Como oriento o meu tempo? Onde gasto as minhas energias? O que faço durante o dia? Na vida, o que é que me aproxima de Jesus e o que é que me afaste Dele? Como partilho com os outros a experiência de Jesus na minha vida?

A primeira leitura, do Livro de Deuteronómio, ajuda a situar e a compreender o texto do evangelho. Moisés aponta os critérios para saber distinguir os verdadeiros profetas daqueles que não o são. Mas, através de Moisés, Deus anuncia. “Farei surgir para eles, do meio dos seus irmãos, um profeta como tu. Porei as minhas palavras na sua boca e ele lhes dirá tudo o que Eu lhe ordenar”. Neste anúncio, reconhecemos uma prefiguração de Jesus. Por isso, a primeira leitura está relacionada com o texto evangélico de S. Marcos, onde encontramos nos lábios de Jesus a palavra de Deus e nos seus gestos a proximidade do Criador, Pai misericordioso. As palavras e os ações de Jesus são a expressão da Boa Nova do Reino de Deus, que Ele veio proclamar.

Jesus inicia a sua missão com uma dupla entrada: em primeiro lugar, entra em Cafarnaum; em segundo lugar, “no sábado seguinte, entrou na sinagoga e começou a ensinar”. Nunca saberemos o que Jesus disse na sinagoga, nem uma palavra conhecemos desse ensino. Somente sabemos a reação de todos os que estavam na sinagoga: “todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque os ensinava com autoridade e não como os escribas”. As palavras de Jesus são muito mais que meras palavras: são também ações, gestos e curas que realiza. Na sinagoga, curou um homem perturbado. Com as suas palavras e gestos, Jesus liberta-nos do mal físico, religioso e social.

 

 

 

Perante o milagre realizado na sinagoga, “todos ficaram tão admirados, que perguntavam uns aos outros: que vem a ser isto? Uma nova doutrina, com tal autoridade, que até manda nos espíritos impuros e eles obedecem-Lhe”. A autoridade de Jesus brota da coerência da sua vida. É esta forma de vida que deve definir os discípulos de Jesus: as nossas palavras devem ser coerentes com as nossas obras, ou seja, trata-se de não ser somente crentes, mas também credíveis. A autoridade da Igreja tem de brotar da sua coerência entre o dizer e o fazer. Por isso, é importante não fechar os nossos corações à voz do Senhor, como rezamos no salmo. Se endurecermos o nosso coração, torna-se realidade o que nos dizia a primeira leitura: “Se um profeta tiver a ousadia de dizer em meu nome o que não lhe mandei, ou de falar em nome de outros deuses, tal profeta morrerá”.

À luz da palavra divina deste domingo, a Igreja – que somos todos nós – tem de rever a sua vida e o seu testemunho. Como afirmava S. Paulo, na segunda leitura, da segunda carta aos cristãos da cidade grega de Corinto, o mais importante é estar no Senhor, o fundamental é viver para o Senhor. Casado ou não casado, com esta ou aquela profissão, com esta ou aquela situação económica ou familiar, com estas ou aquelas ideias politicas, o importante é estar no Senhor! Em todo e qualquer momento ou circunstância da vida, o importante é viver segundo o Evangelho, segundo a vontade de Deus. Acerca do casamento, S. Paulo é muito claro: quem está casado viva como cristão, quem não está casado viva também como cristão. Na segunda leitura, não há uma condenação do casamento, mas uma reabilitação de quem não está casado, porque, naquele tempo, eram desprezados pela sociedade.

Que o Senhor nos faça crescer na fé, nos livre de todo o mal, nos purifique no corpo e no espírito para que com a autoridade que brota das nossas palavras e obras possamos levar a paz aos nossos irmãos. Sejamos homens e mulheres que humanizam as vidas dos outros, libertando-os das suas inseguranças e medos com a coragem, a esperança e o amor de Deus.

Cónego Jorge Seixas