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HOMILIA DO 5º DOMINGO COMUM (ANO B)

No domingo passado, o evangelista Marcos apresentava-nos um dia na vida de Jesus em Cafarnaum. Hoje, termina a narração desse dia. Naquele tempo, acreditava-se que a doença era um castigo de Deus pelos pecados cometidos ou era um mau espírito que tinha entrado no corpo de uma pessoa. Por isso, o texto evangélico diz-nos que “ao cair da tarde, já depois do sol-posto, trouxeram-lhe todos os doentes e possessos”. Porquê ao anoitecer? Por dois motivos: em primeiro lugar, recordemos que ainda se estava em “sabbat” (o sábado, festa sagrada em que não se podia fazer qualquer trabalho); em segundo lugar, um doente era um marginalizado e para que ninguém visse e soubesse que estavam doentes iam de noite. Eram pessoas que tinham o mesmo sentimento de Job, como narra a primeira leitura: “a minha vida não passa de um sopro e os meus olhos nunca mais verão a felicidade”. Hoje e sempre, existem pessoas com o mesmo sentimento de Job. Jesus é a resposta viva de Deus a estas pessoas. O Filho de Deus está sempre perto destas pessoas: toca-lhes, estende-lhes a mão, ou seja, dá a todos calor, carinho, ânimo e coragem. Em Jesus Cristo, torna-se realidade o que rezamos no salmo responsorial deste domingo: “sara os corações atribulados, liga as suas feridas, o Senhor conforta os humildes”.

O texto do evangelho diz-nos que a “sogra de Simão estava de cama com febre”. Tantas febres existem à nossa volta: o medo, a inimizade, as riquezas, a inveja, o consumo, o racismo. Também nos fazem “cair” na cama do egoísmo, do individualismo, do orgulho. A única pessoa que nos pode ajudar a recomeçar e a levantar destas febres é Jesus. Ele estendeu a mão à sogra de Pedro e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. O cristão tem a missão de anunciar o Evangelho libertador e lutar contra as febres pessoais ou coletivas que destroem as pessoas. É importante viver a nossa vida numa atitude de serviço a Deus e aos irmãos.

 

Jesus aproximou-se, tomou a sogra de Pedro pela mão e levantou-a. Tomou a mão de uma mulher que estava doente! Deus é liberdade e amor absolutos, nunca discrimina ninguém. Todavia, há tantas maneiras de gerar barreiras ao Evangelho: fundamentalismo, tradições, radicalismos, falsas piedades. Anunciar o Evangelho tem de ser sempre com uma atitude libertadora ao jeito de S. Paulo, como nos diz a segunda leitura: “anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, é uma obrigação. Ai de mim se não anunciar o Evangelho! Com os fracos tornei-me fraco, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de ganhar alguns a todo o custo”. Esta é a missão que todos recebemos de Deus.

Diz-nos o texto do evangelho que Jesus, depois de ter curado, “retirou-se para um sítio ermo e aí começou a orar”. Na missão que o Senhor nos confiou, não só é importante a ação, mas também a oração. Através da oração, Jesus não quer fugir aos clamores que o rodeiam, mas revigorar-se para recomeçar. Por isso, quando os discípulos lhe dizem, “todos te procuram”, Ele responde: “Vamos aos outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também”. A oração ajuda-nos a curar, ou seja, não é um momento para fugir à realidade do mal, mas para recuperar forças para perdoar e humildemente continuar a dar a conhecer a Jesus e a Boa Nova da Salvação.

Seguir Jesus, anunciar a Boa Nova da Salvação não nos leva a cair na resignação perante o mal e o sofrimento. Leva-nos a um compromisso de fé, à força da esperança e da caridade para vencer as fragilidades e viver a vida numa atitude de serviço como Jesus, como a sogra de Pedro, como Paulo e tantos cristãos ao longo da história. Tantas vezes, como Job, na nossa vida fazemos a experiência das contradições, desgraças e sofrimentos. Jesus estará sempre pronto a estender a mão para nos curar e levantar para que possamos continuar a anunciar a sua palavra de conforto, de amor e de paz.