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HOMILIA DO 3º DOMINGO DA QUARESMA (ANO B)

A primeira leitura deste domingo apresenta-nos a Aliança do Sinai, depois de termos refletido na Aliança universal com Noé e na aliança renovada com Abraão. É o próprio Deus que explica porque libertou o seu povo da escravidão do Egito e porque faz uma aliança com ele, dando-lhes os mandamentos: “Porque Eu sou o Senhor teu Deus, sou um Deus cioso”. A lei é-nos dada com amor e ajuda-nos na relação com Deus e com os outros. Os dez mandamentos dão-nos a conhecer a vontade de Deus. Eles são um guia, uma orientação, uma bússola para orientarmos a nossa vida e podermos ser felizes e viver felizes. É isto que interessa verdadeiramente a Deus. Pensemos bem: se andarmos a roubar uns aos outros, se nos andarmos a matar uns aos outros, se não nos respeitarmos uns aos outros, poderemos ter alguma paz, alguma tranquilidade, alguma felicidade? Impossível. Viver (mais do que “cumprir”) os mandamentos torna possível ter uma vida bonita e com sentido. A segunda leitura apresenta-nos a novidade que perturbou o povo eleito. Os judeus esperavam um Messias glorioso, triunfante, mas o salvador do mundo dá-se a conhecer na imagem de um homem torturado até à morte. Diz S. Paulo: “Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios. Mas Cristo é poder e sabedoria de Deus”. No evangelho, Jesus não tolera que o Templo de Jerusalém, a casa de seu Pai, se tenha convertido num mercado. Quando lhe perguntam com que poder expulsa os vendedores, responde com palavras que anunciam a sua morte e ressurreição: “Destruí este templo e em três dias o levantarei”. Estas palavras só foram compreendidas depois da sua ressurreição dos mortos.

 

Da Palavra divina proclamada neste domingo, que aspetos podemos tirar para a nossa vida? O ambiente que se vivia no templo de Jerusalém indigna Jesus por três motivos: 1) o que deveria ser um lugar de encontro com Deus, converteu-se num mercado, onde se exploravam as pessoas simples e pobres; 2) os sacrifícios que se ofereciam não tinham sentido, porque o verdadeiro culto que Deus quer é construir e promover a justiça, o amor e a misericórdia; 3) Jesus quer tirar o povo destes sacrifícios de bois, ovelhas e pombas que não o deixa crescer. Como alternativa a esta situação, Jesus oferece-se como o novo templo: “Destruí este templo e em três dias o levantarei”. No seu reino, não contam as pedras do templo, mas as pedras vivas que são as pessoas.

A expulsão dos vendedores do templo representa a luta de Jesus contra tudo o que nos pode privar do amor de Deus. O templo deixou de ser o lugar de encontro com Deus. Os comerciantes somente se interessavam com o dinheiro dos seus negócios. Assim, a religião convertia-se num negócio e o templo num mercado. O dinheiro rouba às pessoas o seu rosto e tira vida aos seus corações. Jesus ficou indignado com a ganância e a escravidão do dinheiro, porque as pessoas não são chamadas a ser escravas do dinheiro, mas à liberdade dos filhos de Deus.

Hoje, há muitas pessoas indignadas com situações sociais e também religiosas que revelam uma grande dose de debilidade ética, de um individualismo feroz e de um injusto relativismo. Hoje, deseja-se conseguir tudo na vida sem fracassos nem sacrifícios. Também há a tentação de se viver numa tristeza sem esperança. Não pode ser! Mas a indignação não é suficiente. É necessária uma ação comprometedora para mudar as coisas, o que supõe cruz e dificuldades, como aconteceu com Jesus. O que fazer? Vivamos segundo os mandamentos da Lei de Deus; assim, teremos uma vida bonita e com sentido. Anunciemos que quem nos salvou foi Jesus, que quis ser pequeno, que tinha poder mas apenas o usou para amar e servir e aceitou morrer para salvar as pessoas, sendo fiel até ao fim. Sintamos que o verdadeiro templo é cada um de nós, que, um dia, será deitado abaixo com a morte, mas será reconstruído. No final da nossa vida, não nos espera a vitória das trevas da morte, mas a promessa da vida eterna, onde seremos abraçados por Deus Pai misericordioso.