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HOMILIA DE DOMINGO DE PÁSCOA

Tudo é silêncio, escuridão, tristeza, medo, saudade. Imaginem os olhos de tristeza de Maria Madalena, a sua saudade... Quantos de nós já fizemos esta experiência, quando perdemos alguém que nos era tão querido! No primeiro dia semana, Maria Madalena, foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro para ungir o corpo do Mestre.

 

De repente, tudo muda... Acontece um susto: a pedra foi retirada do sepulcro! Então, começa o movimento... Maria correu e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: “Tiraram a pedra do sepulcro!” Pedro sai a correr para ver, o discípulo amado também, porém é mais rápido, corre mais depressa do que Pedro.

 

Que interessante! A Páscoa põe-nos a correr, põe-nos em movimento. Deve, no entanto, ser uma corrida com destino, uma corrida para alcançar as coisas do alto, uma corrida para alcançar o prémio eterno. Não podemos permitir que seja uma correria sem razão, sem rumo, um correr por correr.

 

Pedro correu, mas de que adiantou? Correu, satisfez a sua curiosidade, mas não acreditou, ao que parece. Maria Madalena correu por amor, ela quer encontrar o mestre, ela quer dar carinho, ela preocupa-se com a sua ausência, ela ama! O discípulo amado, ao correr, foi tocado e acreditou. Assim devemos ser nós: hoje, corramos para o amor, corramos para a felicidade, corramos fortalecidos com a graça que vem da ressurreição.

 

Na Páscoa não há só movimento, mas vida. O cenário muda. Com Cristo renasce a esperança, a alegria, a vida nova. Não há mais tristeza, desespero, medo... Deus quer mudar tudo isto na nossa vida, Deus quer tirar o que nos oprime, o que nos destrói, para nos dar a vida nova.

 

Seguindo o exemplo de Maria Madalena, devemos ser anunciadores. Precisamos de anunciar algo mais do que preceitos, regras que oprimem, doutrinas complicadas, jugos pesados e condenações. Devemos ser anunciadores da vitória de Deus. Pedro e os apóstolos anunciaram o fundamento da nossa fé: Jesus de Nazaré, ungido pelo Espírito, andou fazendo o bem, curando a todos. Ele morreu e ressuscitou! Na primeira leitura, Pedro afirma: “Jesus mandou-nos pregar ao povo e testemunhar que Ele foi constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos”.

 

Somos anunciadores da ressurreição de Jesus com a nossa vida, quando morremos para as coisas da terra e buscamos as coisas do alto. Então o nosso testemunho trará a conversão de outros, não pela imposição, mas pela simplicidade e humildade das nossas ações, pela alegria de viver, pelo amor que dedicamos aos outros, pelo serviço, pela serenidade, pela preocupação com o ser humano. No dia-a-dia, sentimos as marcas do crucificado, mas também a vida do Ressuscitado.

 

Será uma Páscoa Feliz, se cada um tiver a coragem de levar a alegria da vitória de Jesus Ressuscitado sobre a morte e o pecado aos nossos irmãos doentes, aos que vivem na solidão, aos que estão abandonados, aos maltratados e aos nossos irmãos desanimados e desorientados.

 

“Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória”. A nossa esperança não é só para esta vida. Sonhemos com a nossa ressurreição, com a vida plena. Desejemos habitar na presença de Deus. Foi para isto que Jesus Cristo veio ao mundo: para que, depois de uma peregrinação terrena, seguindo a sua divina vontade, vivamos com ele na glória, na vida plena.

 

A mensagem que temos de proclamar neste dia e na nossa vida é esta: Jesus ressuscitou! Está vivo! Aleluia! Está connosco em todos os momentos para nos conduzir, um dia, à Páscoa eterna.

Cónego Jorge Seixas

 

 

 

VIGÍLIA PASCAL

Nesta noite, há somente uma expressão, uma vivência, uma convicção: Jesus ressuscitou! Isto vai dizendo a liturgia que celebramos e é isto o que diz a Igreja: Jesus vive! Esta alegre boa nova desperta-nos da nossa sonolência e dá vida aos nossos corações. Páscoa é a notícia que o anjo dá às mulheres que foram ao sepulcro. Elas vão tristes ao sepulcro, porque vão ungir o corpo de Jesus. Mas não tiveram tempo para o fazer. Não há tempo para a morte porque a Vida tudo renova. Quando elas ainda falam de morte e sepultura: “Quem nos irá revolver a pedra da entrada do sepulcro?”, já vêm o anjo que lhes dará a boa notícia: “Não vos assusteis. Procurais a Jesus de Nazaré, o Crucificado? Ressuscitou: não está aqui. Vede o lugar onde O tinham depositado. Agora ide dizer aos seus discípulos e a Pedro que Ele vai adiante de vós para a Galileia. Lá O vereis, como vos disse”. Aquela gruta que na sexta-feira feira era um sepulcro, na noite de Páscoa transforma-se num lugar de Vida, de Luz, de Boa Nova. O anjo envia-os ao lugar onde tudo começou, à Galileia. “Lá O vereis”. Se na Galileia O viram no início da sua vida pública, quando chamou os doze, se acreditaram Nele pelas suas palavras e pelos milagres que realizou, agora também o voltarão a reconhecer.

Hoje, a Igreja convida-nos a ir ao início de tudo, quando não havia nada, quando só havia o amor de Deus, como nos diz o livro do Génesis ao narrar a criação: o mundo vem de Deus, é bom e Deus ama o mundo. Também nos convida a ir ao início da fé: quando Abraão confiou em Deus e não lhe negou o melhor que tinha: o seu filho. Escutamos, nesta noite, o início da peregrinação do Povo de Israel para a liberdade, passando o Mar Vermelho. Mas, sobretudo nesta noite proclamamos e escutamos o início da nossa fé cristã: a Ressurreição de Jesus. A vida autêntica e definitiva daquele que, vencendo a morte, purificou o mal e o pecado, enxugou todas as lágrimas e nos concedeu uma vida nova. Depois de termos escutado esta passagem da nossa salvação, a Igreja convida-nos a ir ao nosso batismo; a voltar às fontes onde fomos mergulhados quando os nossos pais e padrinhos renunciaram, em nosso nome, a todo o mal e professaram a fé no Deus Único e Verdadeiro: criador, salvador, vivificador.

Jesus vai adiante de nós para a nossa “Galileia”. Quando ainda falamos de morte, de guerra, de desavenças e inimizades, sai ao nosso encontro o anjo que nos anuncia que tudo isto que não nos deixa avançar (as nossas fragilidades, inseguranças e pecados) foi vencido e eliminado por aquele que dá vida porque é Vida: Jesus Cristo.

A Páscoa celebrá-la-emos durante cinquenta dias. É o tempo que Jesus ressuscitado voltou para os seus, os acompanha, os animava, os apoiava, mas sobretudo manifestava-lhes quem era: o Salvador. Reconhecer que Jesus Cristo ressuscitado acompanha-nos na nossa vida, que está sempre presente, não é somente uma recordação, mas também é a maior experiência que podemos ter: Jesus Cristo ressuscitado está presente na nossa vida para que sigamos o seu caminho, amemos o seu Evangelho e vivamos com fidelidade e alegria o seu mandamento do amor.

Jesus ressuscitado está connosco para que possamos falar com Ele da mesma maneira como falamos uns com os outros; Ele nunca falha, sempre nos escuta. Ele está connosco, porque a nossa vida lhe pertence. Num mundo onde construímos relações frágeis, sentir-se unido a Jesus Cristo é a maior experiência de liberdade e, sobretudo, de amor, porque vivemos na presença daquele que destruiu o mal e nos deu uma vida nova.

A grande experiência das mulheres na madrugada de domingo foi que Jesus tinha ressuscitado; a grande experiência dos apóstolos foi que Jesus os visitava novamente; a experiência da Igreja é também esta: Aquele que morreu abandonado e desprezado, ressuscitou. Com a sua morte todo o mal morreu, com a sua ressurreição tudo tem uma nova vida. Nesta Páscoa, proclamemos com alegria a mensagem do anjo às mulheres: “Não vos assusteis. Jesus ressuscitou. Ele vai adiante de vós. Lá O vereis em cada momento da vossa vida”.

Cónego Jorge Seixas