MENSAGEM DE NATAL do Pároco de Mangualde Há bem pouco tempo, ouvia um jornalista afirmar que o Natal é uma notícia bem anunciada e comunicada. Basta ler alguns textos bíblicos que foram escolhidos para as missas do dia do nascimento de Jesus. O profeta Isaías diz: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz…um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado…o seu poder será engrandecido numa paz sem fim, sobre o trono de David e sobre o seu reino, para o estabelecer e consolidar por meio do direito e da justiça, agora e para sempre”. Na sua carta a Tito, São Paulo afirma: “Manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos para vivermos, no tempo presente, com temperança, justiça e piedade”. O Anjo disse aos pastores: “Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura…uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus, dizendo: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados”. São João, no evangelho, escreve: “O Verbo fez-se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória. Àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus”. A partir destes textos, podemos destacar 4 pontos de reflexão: 1) Comparar o Natal a uma “explosão” de luz tem a sua razão de ser: Aquele que nasce tira a humanidade das trevas com a luz da paz, do direito e da justiça. A paz no coração e a paz na sociedade é sempre luz, enquanto a violência e a vingança preferem mais as trevas, a escuridão. O Natal é a luz que chega para vencer todas as trevas. 2) Que podemos fazer neste Natal? São Paulo responde-nos na sua carta a Tito: viver uma vida sóbria, honrada e orante. São estas as três diretrizes para as três dimensões da pessoa: para nós próprios, uma vida sóbria; para os outros, uma vida justa; para Deus, uma vida piedosa, orante. 3) O anúncio feito aos pastores contém dois aspetos a ter em conta: Deus manifesta-se aos pobres, aos humildes. Deus apresenta-se na debilidade de uma criança envolta em panos e deitada numa manjedoura. Tantas vezes perguntamos onde encontrar Deus! A contemplação do mistério do Natal é a manifestação de como e onde o podemos encontrar. 4) O último ponto de reflexão encontramos nas palavras de S. João no prólogo do seu evangelho: “Àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus”. Quanto mais vivemos o Natal, mais consciência temos de ser filhos e filhas de Deus. Esta consciência nasce do fato de acreditar no seu nome. É a fé que nos faz sentir que somos filhos e filhas do mesmo Deus, logo, nos faz sentir irmãos e irmãs. Terminemos esta mensagem com uma oração: Jesus, filho de Maria, Filho de Deus. A luz do Natal veio até mim como chegou aos pastores e aos magos do Oriente. Em Belém, na tua fragilidade de criança, está todo o amor de Deus. Está aquele amor, aquela ternura, aquela esperança que somente Deus é capaz de dar. Vendo-te deitado na manjedoura do presépio, acompanhado do amor de Maria e de José, quero colocar nas tuas mãos os meus projetos e os meus temores. Quero colocar nas tuas mãos todo o mundo: aqueles que amo, aqueles que não conheço, aqueles que estão longe ou perto, e, sobretudo, aqueles que mais sofrem. Jesus, filho de Maria, filho de Deus, Ilumina-nos com a claridade do teu amor, Ilumina o mundo inteiro com a claridade do teu amor. Amen. Um Santo Natal com muita alegria e esperança. Cónego Jorge Seixas |