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HOMILIA DO 2º DOMINGO DA QUARESMA (ANO C)

Assim como o primeiro domingo da Quaresma sempre nos apresenta o texto evangélico das tentações de Jesus no deserto, assim também o segundo domingo deste tempo litúrgico sempre nos apresenta a narração evangélica da Transfiguração de Jesus no monte Tabor. Com a sua transfiguração, Jesus confirma que a nossa vida terminará com a vitória e a glorificação, se O quisermos seguir e ser mensageiros da Salvação e do Reino de Deus.

“Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu ao monte para rezar. Enquanto rezava, alterou-se o aspeto do seu rosto e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente”. Num determinado momento, ouviu-se a voz do Pai, que dizia: “Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O”. Ao verem tudo isto, Pedro, Tiago e João não sabiam o que dizer e ficaram cheios de medo. Contudo, Pedro teve o atrevimento em afirmar: “Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Jesus transfigurado falava com Moisés e Elias sobre o que iria acontecer em Jerusalém, para onde Jesus se dirigia com os seus discípulos. Antes de iniciar esta viagem, Jesus anunciou aos seus discípulos que, em Jerusalém, seria rejeitado, insultado e condenado à morte, mas que ao terceiro dia ressuscitaria. Ninguém entendeu estas palavras. Pedro chamou Jesus à parte para manifestar a sua oposição a este anúncio. E Jesus repreendeu-o severamente, afirmando: “Vai-te de mim, Satanás! Tu pensas como os homens, e não como Deus!”. Quando desceram do monte Tabor, também não entenderam nada do que ali tinha acontecido.

Apesar de conhecermos toda a vida de Jesus, também não conseguimos entender e até ficamos perplexos perante a transfiguração de Jesus, que nos fala da paixão, morte e ressurreição. Mas o mais importante é a Palavra do Pai, que se manifestou na voz que se fez ouvir da nuvem que a todos cobriu: “Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O”. A transfiguração é um momento muito importante da vida de Jesus, porque revela a meta, o objetivo, que Ele quer que todos participemos. Uma meta de alegria e de paz para toda a humanidade. Pedro já queria ali ficar, ao afirmar: “Mestre, como é bom estarmos aqui”. Jesus quer preparar e fortalecer a fé dos discípulos para o que iria acontecer brevemente: o escândalo da sua paixão e a sua morte desonrosa. Ele quer fortalecer a sua esperança num final feliz e glorioso, para além da morte: a ressurreição de Jesus abre-nos as portas para participarmos na alegria da vida eterna, ou seja, na nossa ressurreição. Para que tal aconteça, enquanto peregrinamos neste mundo, é necessário que se realize a nossa transfiguração pessoal. Como? Fazer renascer em nós uma vida nova, configurar a nossa vida com Jesus. Para que tal aconteça, é necessário fazer o que nos diz a voz do Pai: “Escutai-O”. Escutai o meu Filho, o meu Amado, no qual pus toda a minha complacência.

Como é bom fazer a experiência do monte de Tabor, ou seja, estar com Jesus! Estes momentos de contemplação e de intimidade com o Senhor devem levar-nos a dizer como Samuel: “Fala, Senhor, que o teu servo escuta”; como Abraão: “Eis-me aqui, Senhor”; como Maria: “Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra; como Jesus: “Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade”. Mas não ficar somente a contemplar a glória de Deus, mas dali ver as necessidades dos meus irmãos. Que o Senhor me dê um coração para sentir a sua beleza e para me comover diante do meu irmão. Que me dê ouvidos para escutar a voz de Deus Pai e a voz dos meus irmãos necessitados e esquecidos. Que me dê pés para descer o monte de Tabor e ir ao encontro dos meus irmãos, para os levar a subir o monte de Tabor, ou seja, para que façam a experiência da alegria de estar com Jesus, para que transfigurem a sua dor em alegria e paz.

Cónego Jorge Seixas