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HOMILIA DE SEXTA-FEIRA SANTA “Eis o madeiro da Cruz, no qual esteve suspenso o Salvador do mundo”. Ouvimos este convite quando na celebração deste dia é apresentada a Cruz para ser venerada. Toda a leitura da Paixão, hoje proclamada, faz-nos este convite. Levantemos a nossa cabeça para olhar Jesus Cristo cravado na cruz, imagem de dor, vítima de crueldade. Contemplemos como inclina a cabeça e expira, como permanece cravado e inanimado na cruz. Veneremos a cruz de Jesus. Jesus morre para que tenhamos vida e vida em plenitude. Entrega a sua vida até ao extremo, até ao fim, sem reservas, até ao último suspiro, até à última gota de sangue. Um amor imenso por todos nós, uma fidelidade inquebrantável. Morreu da mesma forma como viveu: amando tudo e todos. Morreu também por mim! Para que eu tenha vida em plenitude! Será que vivo esta vida de Cristo em mim? Acolho plenamente esta vida? A cruz é a máxima expressão da misericórdia do nosso Deus. Uma misericórdia que se manifesta entregando à mãe de Jesus todos os homens e as mulheres; a partir deste momento, ela é nossa mãe. Uma misericórdia que se manifesta dando a sua vida por todos através do coração trespassado de Jesus. Na cruz, Cristo morreu por nós; Cristo morreu connosco; Cristo morreu como nós. Com a sua morte Deus partilha a dor de todos os que sofrem. É a resposta ao problema do mal e do sofrimento no mundo. Não é uma resposta estritamente racional, mas uma resposta amorosa e cordial. Se entranharmos em nós esta certeza, saberemos estar perto dos que sofrem em qualquer parte do mundo. Também não queremos dar-lhes “soluções racionais”, que nunca são soluções. Queremos estar perto e dar o nosso afeto e a nossa esperança. Hoje, como em toda nossa vida, contemplemos a cruz de Cristo. Ela é a máxima expressão do amor de Deus para comigo e para com toda a humanidade. Cónego Jorge Seixas
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