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HOMILIA DO 4º DOMINGO DO ADVENTO (ANO A)

Neste último domingo do Advento, o texto do evangelho narra-nos uma pequena história humana, a de José, a de Maria, que, como tantas outras pequenas e grandes histórias humanas estão cheios de momentos que não compreendemos, de momentos que nos surpreendem. Tantas vezes fazemos a experiência de José, ou seja, não entendemos o porquê das coisas não só das más mas também das boas. Estamos convencidos que dominamos tudo, mas diante do mistério da vida não há respostas para tudo, não se podem dominar alguns acontecimentos. Isto acompanha-nos desde o nascimento até à morte. Por vezes, procuramos fechar os olhos, dormir, procurando que não nos façam perguntas, ir vivendo, deixando correr a vida. Mas, quando não estamos à espera, surge uma doença, a perda do emprego, a morte de um familiar ou de um amigo… e isto obriga-nos a perguntar: Porquê? Porquê a mim? Agora, que sentido tem a minha vida?

O Natal coloca diante dos nossos olhos uma pequena história humana: um homem, José; uma mulher, Maria, que também fazem perguntas. José não compreende o que se está a passar com Maria. Ela está grávida, está à espera de um filho. Não sabe o que fazer. Podia denunciá-la. Seria acusada de adultério. E sabemos o que acontecia às mulheres que eram acusadas de adultério. De certeza, seria apedrejada até à morte. Mas, no íntimo do coração, onde fazemos as nossas perguntas, onde tomamos as nossas decisões, José encontra Deus. Um Deus que não fala com trovões, relâmpagos e catástrofes. Um Deus que fala em voz baixa, sem violência. Um Deus que pede a José que não tenha medo de receber Maria como sua esposa.

Este Deus que fala a José é o Deus Connosco, o Emanuel, o Deus próximo. O nome Emanuel não será dado ao filho de Maria e de José. “Ela dará à luz um Filho e tu pôr-lhe-ás o nome de Jesus”. Emanuel é um nome simbólico que expressa o que será Jesus: Deus Connosco, Deus no meio de nós para sempre. Não esqueçamos a frase de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Pelo facto de Deus estar perto, no meio de nós, não quer dizer que seja fácil de ser compreendido e encontrado. Muitas vezes, pede-nos coisas que não nos agrada, que nos complica a vida: amar os inimigos, perdoar sempre, servir os outros…

Este Deus, que vai ao encontro do pobre, do maltratado, do doente, do esquecido, quer que sejamos seus instrumentos, ou seja, seus mensageiros para se aproximar da humanidade. Pede-nos para estarmos junto dos seus prediletos, daqueles por quem sente uma especial ternura. No Natal celebraremos este Deus que se faz um de nós, que levanta a sua tenda no meio das nossas e quer que levantemos as nossas tendas no meio das tendas dos outros, ou seja, que saiamos das nossas casas e do nosso conforto para estender a mão a quem necessita. A ceia de natal, as prendas, as luzes, o presépio são sinais deste Deus que está no meio de nós e que nos convida a estar no meio dos outros. Mas não esqueçamos que o Menino Jesus é o centro da festa. Ele nasceu num presépio, pobre entre os pobres, para nos anunciar um Deus que é Pai, que nos ama como filhos e quer que sejamos irmãos.

Cónego Jorge Seixas