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A Solidariedade em tempo de crise

O tempo é de crise. E parece que a crise está para durar e ainda não “bateu no fundo”.

De todos os lados vão aparecendo profetas a sentenciar que já há muito a tinham adivinhado: eram os aumentos imparáveis dos bens essenciais, foi o disparar do preço dos combustíveis e a especulação nos mercados, é a crise financeira e será algo mais que estará para vir. Mas não pode ser ignorado que essa crise é também reflexo de uma verdadeira crise de valores.

Por quantificar estarão as consequências da crise. Inimagináveis, certamente.

Alguns vão decretando que o futuro gerado nesta crise será bem diferente de um passado que a gerou. A ver vamos.

Mas não será difícil de prever que, desta vez, serão muitos os afectados pela crise e que alguns não deixarão de com ela lucrar. Muito provavelmente, os mais culpados passearão incólumes e alguns até com ela poderão beneficiar. Como sempre, ou quase sempre.

Até nós, neste recanto europeu, que estávamos como que a viver num país por vezes apresentado como sendo o das maravilhas, não deixaremos de ser atingidos por mais esta crise. Já estaremos habituados, mas de bom grado a dispensávamos.

Mas como a crise é global, talvez haja quem imagine que ela não nos atingirá sobremaneira e que os outros que a provocaram não deixarão também de a solucionar.

Para mais, nós até nos estávamos a portar quase bem e “quase” saíamos de um estado depressivo de uma longa crise.

Um “quase” para além das eternidades…

Se as euforias geram depressões, também é verdade que as crises poderão favorecer renovados tributos.

Também entre nós eles se imporão. Certamente.

Por exemplo, se quisermos que da crise nasça uma nova aurora, será importante que se estabeleça uma espécie de tabela de valores a assumir e a respeitar. De cidadania, de percurso, de convivência e de integralidade. Uma tabela a encimar a dos direitos e deveres e com enquadramento nos projectos educativos, políticos e sociais. Com serena determinação.

O momento é este. Adiá-lo será temeridade.

Aquele que foi dogmaticamente apresentado como valor supremo – o da lei do mercado – já se revelou inconsequente e talvez inumano.

Depois, ou ao mesmo tempo, impõe-se uma mais aprofundada reflexão sobre a economia e a actividade económica. As suas metas deverão ser o crescimento integral da pessoa humana, de toda a pessoa humana e de todas as comunidades humanas e a respectiva harmonização entre elas, pelo que o seu móbil não poderá continuar orientado unicamente para a desenfreada produção e para o desumano, alienante e inebriante consumismo. O império do homem deverá suceder ao império do mercado. Com abrandamento consumista, com aprofundamento de valores e com reajustamentos retributivos.

De uma vez por todas se imporá que tudo seja equacionado em favor do homem. No seu todo e de todos os homens. Para que o homem tenha futuro e o futuro seja humano.

Pe. Jorge Seixas