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Humildade e Confiança

Nesta época do ano, nas várias dioceses, vão surgindo informações sobre mudanças de padres, tanto de paróquias como de serviços ou de várias outras dimensões do ministério eclesial. Este designado ‘movimento eclesiástico’ tem (ou pode ter) várias vertentes, motivações e até repercussões, tanto para quem é (directamente) envolvido como para quem é (mais passivamente) atingido pelas modificações.

Numa época, que muitos têm apelidado de ‘crise de vocações’, o provimento de paróquias com um pároco (padre) próprio quase se torna uma tarefa de imensa responsabilidade, desde o bispo que o faz – depois, normalmente, de aturado processo – até àquele que é colocado, pois vai ocupar o lugar de um outro, que, por mais ou menos tempo, exerceu idêntica tarefa, podendo ter um estilo, ser uma pessoa, revelar-se… diferente.

Desde já uma nota: como também temos estado a viver este processo de mudança, as coisas ganham outro significado, quando nos tocam mais de perto. Deste modo esta partilha/reflexão não é de todo inocente nem desadequada do enquadramento que estamos a sentir… por agora.

Mais do que peças de um ‘xadrez’ eclesiástico, os padres de uma diocese têm de ser vistos como pessoas integradas na Igreja local, onde cada um pode e deve ser enquadrado para que o todo da Igreja diocesana – composta por hierarquia, leigos e religiosos – deve e pode funcionar harmoniosamente, desenvolvendo cada qual os seus dons e carismas e todos manifestam o espectro da diversidade na comunhão. Deste modo um padre não será colocado tendo só em conta a falha na máquina deixada pelo antecessor – sobretudo em caso de morte ou doença – mas terá de ser ‘aproveitado’ na prossecução do projecto da Igreja no sentido lato e na sua concretização na sua dimensão mais estrita.

Atendendo à optimização do rendimento de cada pessoa, também a colocação de um padre num determinado arciprestado deverá ser estudada (tanto quanto possível) no encaixe com os demais já a trabalharem naquele espaço territorial. Deste modo o estudo dos superiores exigirá mínimo conhecimento daquele que vai ser colocado e do contexto em que será inserido. Não é fácil atender a tantos pormenores!

Num tempo em que não se pode escolher em demasiado – pois a quantidade não permite uma grande selecção e a qualidade quase exige aproveitar tudo – nem assim se deve descer a fasquia ao mínimo. Isto serve tanto para os cristãos que temos, como para os padres que conseguimos e ainda para as vocações que vão surgindo… Todos fazemos falta, quando estamos conscientes, humildes e em abertura aos outros.

Eis, por isso, breves sugestões:

a)     É necessário criar no povo de Deus a consciência da pertença em que o padre/pároco possa sentir a proximidade de quem serve e estes sintam que o padre/pároco é uma espécie de ‘pater famílias’ na fé pela esperança e para a caridade.

b)    É necessário também retomar o espírito do Concílio Vaticano II nas suas diversas dimensões e não só naquelas que nos convém ou são mais populares.

c)     É necessário ainda ‘Repensar juntos a pastoral da Igreja em Portugal’, sem pretendermos dar lições, mas antes vivendo na escuta da voz do Espírito Santo, hoje.

 

Como me dizia, por estes dias, um verdadeiro amigo: é preciso humildade e confiança em cada momento da Igreja, sobretudo, se nos temos de aferir a novos projectos, recomeçando noutro local, mas respeitando quem nos precedeu. Precisamos de ter leigos de jeito, para termos padres com jeito.

Pe. Jorge Seixas